Ana SchmidtSe você tem que sair de casa todos os dias, ao menos para trabalhar, automaticamente se cria a necessidade de conviver com outras pessoas. Então, essa necessidade aumenta conforme seu ciclo social cresce. E é até difícil acreditar que alguém se considera sozinho, sendo que está sempre em baladas, em confraternizações do trabalho, cercada de colegas de profissão, antigos colegas de faculdade e até mesmo nos parceiros que as noitadas numa boate te davam.
Mas aquela solidão, a que te inunda assim que a porta do apartamento é fechada e você é tomado por um vazio, já tão conhecido por você, esse tipo de solidão, ninguém vê.
Mas também, quem veria?
Se o significado de estar sozinho é justamente esse?
O problema é que quando se é assim por tanto tempo, a monotonia que sua vida toma, numa rotina exaustiva de estudo e trabalho durante a semana, baladas e sexo sem compromisso nas noites de sábado e um domingo sofrendo pela ressaca, acaba te engolindo e você nem vê.
Tudo piora quando você passa a gostar disso, primeiro porque só conheceu esse tipo de felicidade. Segundo porque, de fato, se seu foco no momento não é constituir família (na verdade, meu foco nunca foi esse), ter esses pequenos vislumbres de um romance que durava apenas um final de semana era o ponto alto do seu mês.
Eu achava que seria assim pra sempre e estava completamente satisfeita se esse fosse o caso.
Quem disse que só dá pra viver um romance se ele for igual nos livros, filmes, séries e novelas que tratam o assunto?
Mesmo assim, nunca descartei a possibilidade de me apaixonar. Ah, não mesmo. Eu já até namorei, relacionamentos curtos, que na sua grande maioria não prosseguiam só por falta daquilo.
Amor.
Química, tesão e paixão, essas coisas não faltavam nos amantes que colecionei até meus vinte e oito anos.
Agora amor...
O bom de se sentir autossuficiente é que a busca por uma paixão, por um possível marido ou esposa, com quem eu pudesse casar e ter meus filhos, nunca foi prioridade.
E não é agora.
Passar pela experiência desse romance com Loki tem sido uma descoberta nova a cada dia, tanto em relação a ele, quanto em relação a mim mesma.
Por mais que as vezes eu não me reconheça, principalmente quando tomo atitudes que antes de conhece-lo eu não tomaria, acho válido e justo dizer que, pelo menos uma vez na vida, eu estava me entregando de corpo, coração e alma para outra pessoa.
Corrigindo, para outras pessoas.
A promessa de um futuro não existia, mesmo Loki já tendo dito que quer me levar para Asgard. E não interpretei isso como uma afirmação de compromisso, mas sim como algo tão íntimo como quando seus amigos de infância tem tanta liberdade a ponto de abrir a geladeira de sua casa sem pedir permissão e nem mesmo se constrangerem por isso.
É uma sensação de familiaridade.
E cogitar perder o que temos, me machuca.
Só não machuca tanto quanto a possibilidade de que algum de nós, nisso eu incluo Loki Bucky e eu, saímos feridos daqui.
Não me arrependo de ter cedido àquela atração que sinto desde que conheci o soldado, mas me arrependo como tudo aconteceu. Sem conversar antes, sem esclarecer nada, nós três tão inundados de desejo que ninguém pensou nas consequências de nos render a ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Two Passions, One Love
FanfictionQuando Ana recebe a tarefa de ser a terapeuta particular do deus da mentira, pensa que essa seria a missão mais difícil da sua vida. Quando ela se vê completamente apaixonada por ele e disposta a abrir mão de sua carreira perfeita por quebrar todos...