Capítulo 81

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Loki Laufeyson

Nunca vou entender essas tradições midgardianas. Primeiro começou com aquela pequena árvore de plástico, depois as luzes coloridas na janela, agora Bucky fazendo uma lista sobre as receitas que ele considera indispensáveis para a data.

Em Asgard, não temos feriados assim, geralmente festejamos nos solstícios, nos aniversários ou quando Thor e os guerreiros voltam de alguma missão.

Eu, particularmente, não via graça nessas comemorações, nem em Asgard, nem em Midgard, mas a empolgação da Ana e do Bucky para as datas era suficiente na casa. Digo, Bucky estava mais empolgado que o normal, até comprou presentes e os colocou junto com as caixinhas coloridas da Ana, abaixo do mini pinheiro na sala.

O que me leva a crer, que eu mesmo não tinha comprado nada.

Seria tamanha falta de educação não presentear eles, já que, pelas minhas contas, dois dos quatro presentes na sala, eram meus. Mas, o que eu daria? Ana tem praticamente tudo, Bucky não liga para bens materiais, então...

Talvez outro tipo de presente...

— Vamos? -James chamou.

Ele estava sentado à mesa, enquanto eu deitado no sofá.

— Perdão?

— Vamos ao mercado, comprar tudo que está faltando. -Ele indicou a lista de papel na sua mão.

— Preciso mesmo ir? -Perguntei a contragosto.

Bucky levantou e veio até mim, esticou o braço para me puxar, o que eu achei esquisito, mas aceitei a mão estendida e levantei.

Troquei minha roupa por um terno, esse que eu usava quando tinha que sair de casa. Bucky estava de calça, alguns bons casacos por cima e as famosas luvas.

— Não vai por um casaco? -Ele perguntou antes de sairmos. - Pode sentir frio.

Será que ele esqueceu que eu sou um gigante de gelo?

Mas, para evitar o assunto, conjurei um sobretudo e também um lenço no pescoço, tudo preto.

— Parece que você está indo a um funeral. -Bucky resmungou enquanto andávamos pelo corredor.

— Obrigado, eu acho. -Falei sorrindo.

Ao dar o primeiro passo fora do apartamento, James não escondeu a felicidade ao ver e sentir a neve. Ele até tirou a luva da mão humana para poder tocar, o que eu achava um pouco de exagero. Só que ele estava tão feliz, que me contive nos comentários, parecia até uma criança.

Na verdade, eu até soltei um sorrisinho ao vê-lo desse jeito, o que tratei na mesma hora de esconder.

Isso tem acontecido cada vez com mais frequência.

— Você realmente não sente frio? -Bucky perguntou, depois de alguns minutos parado.

As bochechas estavam vermelhas e nos cabelos, alguns floquinhos de neve, particularmente... adorável.

Maldição.

— Eu até sinto, mas não como você. -Respondi, colocando as mãos nos bolsos do sobretudo.

Bucky calçou a luva e começou a caminhar em direção ao mercado mais próximo. Por mim, ficava em casa assistindo televisão, mas ele estava mesmo decidido a fazer do natal um grande evento.

Andamos lado a lado, eu tomando bastante cuidado para não escorregar, pois meus sapatos não eram os mais apropriados para andar na neve e a calçada estava terrivelmente perigosa.

Two Passions, One LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora