Quatro anos depois...
Ana Schmidt
— Diga-me Maya, como foi sua última semana? -Questionei a morena.
Ela ainda insistia em ficar na defensiva, mas nunca deixava de se consultar. Enrugou o nariz, que agora estava com um piercing de argolinha preto.
— O de sempre, estou cansada do trabalho. -Deu de ombros. - E você?
— Nós duas sabemos que isso aqui não é sobre mim, mas sim sobre você. -Pontuei.
Maya revirou os olhos, mas relaxou a postura na cadeira.
— Tem um carinha na lanchonete. -Ela disse. - Acho que ele gosta de mim, e acho que também gosto dele, mas...
Ela não terminou, deixou no ar. Se esse era um novo código para alguma tipo de flerte, eu estava super por fora.
— Mas o quê? -Perguntei.
— Eu acabo sendo rude com ele. -Ela admitiu num suspiro. - Eu sei o que você vai falar, que preciso deixar as pessoas se aproximarem, só que é difícil, muito difícil.
Concordei com a cabeça e suspirei também.
— Você está certa, é muito difícil mesmo. -Abri um sorriso.
Maya umedeceu os lábios com a língua e depois sorriu para mim.
— Esse carinha, ele é diferente. Sempre traz café, sem eu pedir.
Aquilo me fez sorrir também.
— Essa é a maneira dele de demonstrar afeto, você devia apreciar isso. -Informei e Maya concordou com a cabeça. - E sua mãe? Como ela está?
O sorriso no rosto de Maya sumiu.
— Desculpe, fale apenas o que se sentir confortável para falar. -Fiz uma anotação na sua ficha sobre.
— É que eu não falo com ela faz algumas semanas. -A morena deu de ombros. - Mas acho que está tudo bem, ela está sendo bem tratada naquele lugar.
Descobri que a mãe de Maya tinha um problema com álcool e consegui uma vaga para ela numa clínica de reabilitação confiável, mas acredito que pela garota trabalhar tanto, não tinha tempo para dar atenção a mãe.
— Espero que esteja sim. -Concordei com a cabeça. - Mas se tiver dificuldades com a clínica, pode ligar para aquele contato, ok?
Maya apertou os olhos e bufou. Eu apoiei os cotovelos na mesa e depois apoiei o queixo nas mãos.
— O que é isso na sua mão? -Ela perguntou curiosa.
Senti as bochechas corarem e abaixei os braços na hora.
— Acho que já está na hora de terminar. -Sorri falsamente para ela.
— Ana, nós já nos conhecemos há quatro anos, acredito que eu não seja só uma paciente sua. -Falou num tom malicioso. - Deixa eu ver, por favor!
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Two Passions, One Love
FanficQuando Ana recebe a tarefa de ser a terapeuta particular do deus da mentira, pensa que essa seria a missão mais difícil da sua vida. Quando ela se vê completamente apaixonada por ele e disposta a abrir mão de sua carreira perfeita por quebrar todos...