helena
estava no salão finalizando um cabelo, jajá acaba meu expediente e eu iria para casa..eu espero né. enquanto eu cortava o cabelo da cliente lauane ficava ao meu lado conversando comigo.
lauane: amiga, tem um litrão de brahma ali na geladeira, vamos matar? antes que estrague. - pensei umas duas vezes mas aceitei, hoje pedia.
helena: tá cara, mas não pode ficar tarde jae? tenho que ir pra casa. - ela concordou e foi arrumar o salão.
depois de uns 20 minutos eu finalizei o corte, tinha feito uns baby liss e a cliente tinha amado. ela me agradeceu toda animada e foi embora após pagar com a lauane. arrumei a minha bagunça enquanto esperava lauane e quando olhei no relógio eram 23h da noite. minha amiga veio com dois copos e o litrão e me chamou para sentar lá na frente do salão e assim fizemos.
lauane: eu acho que o teu lance com o rd só deu errado porque não era pra ser tá ligado? talvez seja o destino você ficar com outra pessoa ou não ficar com ninguém por agora. - disse e depois me entregou meu copo, dei um longo gole e concordei. - e ele também é um babaca e tem que se foder muito.
helena: de fato amiga, mas tipo assim..eu esperava uma conversa com mais respeito sabe? talvez pessoalmente ou com mais carinho por que eu teria com ele.
lauane: é amiga, mas nem todo mundo tem a mesma considerar pela gente. - disse e eu concordei bebendo de novo.
helena: de fato. - brindamos e continuamos a beber até acabar enquanto falávamos sobre tudo. 00:15h eu me despedi dela e peguei minha moto saindo de lá devagar já que queria aproveitar o moro que estava bonito demais.
quando estava passando por uma viela ouvi uns grunidos de dor e uma movimentação estranha, e na entrada tinha sangue também. sentia que algo ali me chamava então estacionei a moto e fui até lá, quando entrei na viela e andei um pouco meu coração chegou a falhar e meus olhos começaram a arder formando lágrimas. ret estava jogado lá todo machucado e tinha um furo em sua coxa, onde saía muito sangue. ele me viu também e negou com a cabeça fazendo gesto que era para sair.
helena: vamos comigo, não vou te deixar aqui não. - ele relutou mas com muito esforço consegui pegar ele e colocar na minha moto. assim que consegui e vi que ele estava seguro acelerei indo pra minha casa. - mãe, ajuda aqui.
gritei e minha mãe e lennon saíram de casa em um pulo, assim que nos viram arregalaram o olho e vieram ajudar.
sandra: que isso helena? - perguntou desesperada mas eu estava sem cabeça para explicar, só queria colocar ele pra dentro de casa e entender o que estava acontecendo. e eu estava assustada, por que enquanto fazia tudo aquilo sentia que alguém ou algo olhava.
enquanto minha mãe e lennon colocavam ele para dentro de casa eu entrei também com a moto e tranquei o portão, quando entrei em casa vi ret deitado no sofá enquanto minha mãe estancava o sangue e lennon limpava ele. ret não falava nada, só olhava pro teto com o olhar perdido. eu estava preocupada e curiosa, o que tinha acontecido?
(...)
ret já estava limpo e melhor, minha mãe tinha feito os curativos e lennon emprestou uma roupa para ele tomar banho. ele estava sentado em minha cama olhando pra mim sem disfarçar e eu na sacada olhando o morro.
helena: quem fez isso com você?
ret: ninguém. não quero te envolver nessas histórias de novo. - negou com a cabeça.
helena: não quero que me envolva, só quero que você desabafe..foi preocupante te ver daquela forma.
ret: não foi você que disse que era pra mim me foder e não te procurar? aí pô. - disse e aquilo acertou em cheio dentro de mim, senti o peso das minhas palavras.
helena: mas você não me procurou, eu que te achei.. então. - tentei me esquivar das minhas próprias palavras.
ret: rd e mais uns três me bateram, na covardia mermo. - riu sem humor e na mesma hora arregalei os olhos olhando pra ele pela primeira vez.
helena: pera aí, o rd te bateu? - perguntei mais uma vez já sabendo da resposta.
ret: ele mermo. estava lá na resenha e ele também, aí começou a falar de você.. querer contar vantagem, mostrar fotinha aí fiquei puto né? dei porrada nele ali e pá mas os meninos separaram.. quando eu estava saindo pra te ligar e contar a merda que ele estava fazendo, tava na adrenalina..ele me encurralou na viela e me bateu, ele e mais três. - contou e eu fiquei estática, estava desacreditada.
levantei e fui até ele sentando ao seu lado, minha vontade era de abraçar ele e encher de beijos agradecendo pelo feito mas ainda não podia.
helena: eu agradeço ret..mas não precisava, olha como você está agora. - a culpa estava me atingindo, dessa vez mais rápido que o normal.
ret: relaxa aí, bati porque eu quis e tem uns motivos além..rd tá na minha mira e não é de hoje, você que fica com ele aí ó, se liga. - disse se levantando.
helena: não ficamos mais. - dei de ombros e olhei sem entender. - onde vai?
ret: embora, ué.
helena: de jeito nenhum, minha mãe vai surtar.. fica. - respirei fundo dizendo a última palavra tentando não olhar para ele.
ret: eu durmo lá na sala então. - neguei com a cabeça e levantei arrumando a cama, fui pro canto me sentando deixando a mostra que a ponta era dele. ele respirou fundo concordando e deitou de costas pra mim, eu deitei também e fiquei olhando suas costas estavam arranhadas e com alguns curativos.
helena: obrigada..mais uma vez. - disse e ele se virou e ficou me olhando nos olhos. nesse momento eu queria muito saber o que ele estava pensando. olhar nos olhos dele é sempre como a primeira vez, me sentia presa e tinha sempre o friozinho na barriga, viciante e eu estava com saudades daquilo.
ret: dorme bem aí. - disse isso e virou as costas pra mim de novo..eu respirei fundo e também dei as costas no intuito de dormir mas minha mente não parava, tinha muita coisa para pensar e entender.
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bom dia!
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Linguagem do Amor.
Teen FictionQue seja eterno enquanto dure, e que dure para sempre.