𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒ

𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 𝐀𝐑𝐄𝐋𝐋𝐀𝐍𝐎

Vocês não se conhecem e nem tem amigos em comum, a única coisa que poderia unir vocês; seria o amor de Finney por Donna - 2

━━━━━━ NARRADORA ━━━━━━━

DONNA SEMPRE ACONSELHAVA a menina não ficar muito próxima de Robin, não que a mesma o odiasse ou tivesse algo contra o mexicano de bandana, mas ele sempre estava metido em brigas que, para ela, não tinha a menor necessidade de serem iniciadas e conhecendo o perfil dos pais da melhor amiga sabia quem dessa história sairia mais prejudicado.

S/n gostava da companhia do garoto, fora que, graças a ele, Finney e Donna estão se falando mais que antes do que somente se encarar e tentar falar por telepatia. Donna estava muito mais energética e a mudança era perceptível para a melhor amiga, que também está com seus sentimentos confusos e mexidos desde que conheceu o mexicano, mas isso não está acontecendo somente com a garota.

— Cansada? — perguntou o garoto de bandana para a menina ao seu lado, que estava praticamente caindo de sono.

— Eu normalmente durmo cedo — responde a garota rindo de si própria.

Convenhamos, o filme era muito bom de assistir, ainda mais quando se está acompanhado com seus amigos, mas ele começava muito tarde e ele era muito longo para uma pessoa com o sono regrado como a garota que o acompanhava.

— Eu acho a Teri McMinn uma mulher tão linda — fala a menina olhando a cena onde a mulher aparece. Robin rir da menina que estava quase caindo em seu ombro por causa do sono que sentia.

— Essa é a segunda vez que estamos assistindo. E ela já apareceu um monte de vezes — diz para a garota olhando para o telão.

Donna e Finney tinham assistido pela primeira vez, mas como o tio de Robin pagou duas sessões, o que era normal para os Arellanos, eles não poderiam ficar por causa do tardar da noite, por isso os pais de Donna foram pegar a filha e Finney no horário marcado. Enquanto S/n quis acompanhar Robin e esperar as duas sessões do mesmo filme acabar, para depois o tio do mesmo levá-la para casa.

— Você iria em um cemitério? Para vê se fizeram algo na lápide de algum parente? — perguntou a menina comentando sobre uma cena que há no filme, uma das cenas mais importantes, na verdade.

— Depende, eu não ligaria se fosse a minha lápide, eu já estaria morto mesmo — a garota ri da fala de Robin — Porém se alguém fizesse isso com as pessoas próximas a mim, eu bateria na pessoa — diz tranquilo.

— Entendi — fala a menina — Eu não iria se fosse em ambos os casos, talvez, eu ligaria para polícia e deixaria a justiça resolver — responde após Robin perguntar a mesma coisa.

Aos poucos o sono foi tomando conta do corpo da garota, que estava exausta graças as aulas que os pais a obrigam fazer. Reforço nas matérias escolares, treinar instrumentos e outros, ninguém aguentaria fazer tudo isso e ficar altas horas da noite acordado.

A menina foi deitando no ombro do garoto que ficou surpreso depois de sentir o peso em seus ombros, mas em nenhum momento cogitou a hipótese de atrapalhar o sono dela. Robin não se movia nenhum milímetro com medo de acordar a garota.

— Ui, atrapalhei o casal — sussurrou o tio para o sobrinho que estava concentrado na tela. O garoto somente o olhou com cara de tédio, já que não ligava para as brincadeiras do tio — Desculpas por ter demorado, hoje está mais cheio que o normal.

— Ok — responde o menino e sua atenção se volta para a garota adormecida — Acorda, vamos, acorda S/n! — o menino balançava levemente a garota até a mesma acordar, o que estava sendo mais difícil do que bater em qualquer garoto da sua escola.

Aos poucos a menina foi acordando e antes mesmo de chegar novamente no plano terrestre, Robin já entrega-lhe a bebida que seu tio foi pegar minutos antes.

— Ah, desculpas, mas eu não bebo bebidas de estranhos — fala para o mexicano que olha para S/n com estranheza e confusão.

— Então, você não bebe nada servido por estranhos, mas entra no carro de um? — pergunta sarcástico para a garota que rever sua resposta de imediato. Robin entendia a desconfiança da garota, então para provar que estava tudo bem, pegou o copo da garota e bebeu um gole pelo canudo que tinha ali — Pronto, se você morrer, eu morro também.

A menina achou graça do cometário do menino e logo depois começou a beber o líquido borbulhante e gasoso que tinha ali, com aromatizante de um sabor que não conseguiu identificar qual era.

2h 46m de filme finalmente acabaram, apesar que o filme tinha somente 1h 23m, mas como sabemos, os Arellanos gostam de filmes de terror. Não é à toa que Robin ficou comentando suas partes favoritas ao longo do caminho, enquanto S/n concordava ou discordava em certas coisas que o mexicano dizia. O tio apenas olhava para os jovens, achando engraçado o modo que se comportavam juntos e a diferença entre eles, mas no fundo o mesmo sabia o que o sobrinho sentia em relação a garota, portanto era muito novo para entender.

— "Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio." — pensou alto o tio de Robin, chamando a atenção do garoto que não ficava quieto.

— O quê? — pergunta olhando para o tio que, agora, dirigia observando atentamente a estrada.

— É uma citação de Shakespeare sobre o amor — a jovem responde a dúvida do garoto, já que tinha todas as citações importantes de Shakespeare na sua cabeça, não por obrigação, mas por gostar do escritor.

Robin comenta sobre uma das aulas de literatura. Eles tiveram que fazer uma pesquisa detalhada sobre Shakespeare, por causa disso o garoto não gosta muito do autor, isso deixou a viagem de volta mais divertida para aos que assistiam o mexicano reclamar do dramaturgo.

A garota foi deixada em sua casa e Robin foi entregue aos seus pais.

O mexicano não tinha palavras para descrever a alegria que sentiu quando conversava com a garota, mas tinha certeza que aquele sentimento era bom e que nada poderia estragar o que estava a sentir naquele momento.

— Gracias, chica — disse o garoto de deitando e finalmente conseguindo dormir.

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