𝐍𝐀𝐌𝐎𝐑𝐀𝐃𝐎𝐒

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Vocês decidem tirar um dia somente para vocês

𝘼𝙡𝙚𝙧𝙩𝙖 𝙙𝙚 𝙨𝙥𝙤𝙞𝙡𝙚𝙧 𝙙𝙤 𝙛𝙞𝙡𝙢𝙚: 𝘖 𝘚𝘰𝘯𝘰 𝘥𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘵𝘦.

━━━━━━ S/N ━━━━━━

O garoto sentado ao meu lado fazia palhaçadas ao ponto que o professor chamou nossa atenção, mas não de uma forma grosseira, isso fez-me suspirar de alívio, já que não iria querer ter minha ficha manchada com uma advertência da diretora.

Presta atenção, Miguel! — sussurro para o mesmo que revira os olhos.

Aula de matemática é muito chata! — fala o garoto e sorri para mim que o encarava fingindo estar séria. O que era um tanto impossível com o garoto tão próximo.

Temos bastante sorte por termos a maioria dos horários juntos, pois, como estamos quase sempre ocupados com trabalhos da escola ou da nossa vida profissional, fica um tanto difícil nós vermos ou passarmos tempo juntos.

Enquanto mexia tediosamente em meu celular, veio-me uma ideia e que o mesmo com toda certeza apoiaria. Penso em reservar um dia somente para nós dois e aproveitarmos alegremente esse dia.

— O que acha em tirarmos um dia só para nós? — pergunto bebendo o suco que pedi a minutos atrás.

O garoto sentado ao meu lado não prestou tanta atenção, pois estava vidrado no celular conversando com seus amigos e percebi isso somente por causa do fio que conectava seu fone ao celular. Pego o boné do garoto que olha para mim sorrindo e logo pede gentilmente para eu repetir o que disse segundos atrás para o mesmo, assim faço.

— É uma ótima ideia, mi amor — diz ajeitando o penteado rotineiro — Podemos fazer amanhã? É que hoje eu tenho treino — pede.

— Eu tava pensando em fazer amanhã mesmo. Hoje eu tenho uma sessão de fotos marcada — falo empolgada com a ideia, aparentemente, o mesmo compartilhava dos mesmos sentimentos que os meus.

O sinal bate e isso significa que teríamos que voltar para nossa sala.

[...]

Estou na cozinha comendo o lanche que minha mãe havia preparado e ouço a campainha tocar. Abro a porta e vejo Miguel com sacolas de compras.

— Eu pesquisei na internet — diz o garoto referindo-se as sacolas. Permito a entrada do mesmo quando abro espaço para ele passar.

— Eu sei, eu fiz a mesma coisa — falo para o mesmo que rir.

O garoto comprou produtos de cuidados para a pele, doces e tinha até um pequeno presente com bilhete, aonde está meu nome escrito com uma bela caligrafia. Fingi que não vi e tirei os doces que o garoto havia comprado.

— Vamos começar por um filme... E como estamos no Halloween — provoco o garoto que não sentia-se nem um pouco atraído por filmes de terror.

— Não começa, mi amor, sabe que eu não gosto desse tipo de filme — fala com um tom nervoso, apesar que sua expressão está calma em relação ao assunto.

— Miguelito, não precisa se preocupar. Vamos assistir um bem leve — falo colocando a pipoca no microondas e vou em direção a sala para escolher o filme.

Eu também não gosto de terror, antes eu assistia tranquilamente, pois morava no Brasil e nem um filme passava-se por lá. Portanto, agora moro no país aonde esses filmes são feitos. Isso deixa-me bastante nervosa.

O Massacre da Serra Elétrica: O retorno de Leatherface — digo e olho para o mesmo que está atrás do balcão, e o garoto nega — Eli? — pergunto.

— Não, esse filme nem deveria ser considerado terror — diz sentando ao meu lado — Que tal... O sono da morte? — pergunta e concordo com o mesmo.

Apago a luz e o mesmo fecha as cortinas, mas não sem antes de pegar as comidas compradas pelo mesmo. O garoto compartilha o cobertor comigo e deito-me em seu ombro.

[...]

— Se meu irmão começar a sonhar, eu juro que vendo ele — brinca o mesmo rindo e eu o acompanho — Na verdade, eu senti pena do menininho.

O garoto fala sobre a cena em que passa a história do protagonista, aonde descobrimos que o monstro que comia as pessoas, na verdade, era a visão que o mesmo teve da sua mãe antes da mesma morrer por causa do câncer.

Eu chorei muito nessa cena, ao ponto que o garoto teve que pausar o filme e acalmar-me.

— Eu nunca me senti tão desidratada em toda a minha vida — digo bebendo água e o mesmo rir — Ainda sobrou comida... — falo deixando as embalagens no balcão.

O mesmo sugere que podemos assistir outro filme mais tarde e comemos o resto. Olho para os produtos que o garoto comprou e penso que será uma ótima ideia fazer isso agora. Puxo o mesmo para o banheiro e ficamos em frente ao espelho que tem no cômodo.

— Aí não! Eu comprei isso para você e não para mim — diz enquanto tento passar em seu rosto — Vai melar meu cabelo!

— É só você prender ele, Cazarez! — digo óbvia para o mesmo que continua reclamando.

— Sabe como demora para finalizar? — pergunta cruzando os braços. O olho triste e vou em direção a saída do banheiro, mas o mesmo interrompe-me e diz que vai passar a máscara.

Sei que chantagem emocional não é uma coisa boa, mas ele irá me agradecer depois que sua pele ficar perfeita, ou algo próximo a perfeição.

Passo o produto na pele do mesmo e logo depois passo na minha. Enquanto esperava as máscaras secarem, o moreno faz palhaçadas no espelho e isso me faz rir, apesar de não conseguir muito por causa da secagem do produto. Tiramos o produto, mas não sem antes tirar algumas fotos divertidas no banheiro.

— Essa vai virar meu papel de parede — fala mostrando a foto e eu bato no garoto, já que eu parecia um fantasma.

— Escolhe uma bonita! — ordeno brincando com o garoto, que pede para eu esperar ele no banheiro.

O mesmo chega com uma caixinha que eu já tinha visto antes, mas ainda sim, estou curiosa em saber o que tem dentro curiosa.

Para ti, amorfala o mesmo entregando-me a caixinha e eu abro a mesma.

A caixinha tinha um monte de papéis e na tampa da caixa havia escrito "365 motivos para te amar — um para cada dia." Sorrio para o mesmo e o abraço.

Hoje é um dos melhores dias da minha vida.

•━━━━━━ END ━━━━━━━•

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora