𝐕𝐈𝐃𝐀𝐒 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐀𝐃𝐀𝐒 ¹⁸⁷⁸

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Você e Miguel escutam a biografia sobre Dorothy e Martin, e acabam descobrindo algo.

𝗔𝗹𝗲𝗿𝘁𝗮 𝗱𝗲 𝗴𝗮𝘁𝗶𝗹𝗵𝗼: 𝘚𝘶𝘪𝘤1𝘥𝘪𝘰

━━━━━━ NARRADORA ━━━━━━

1878 ━━  Canadá

S/n is Dorothy M. and
Miguel is Martin R.


A MENINA CORREU rapidamente em direção a casa, pois havia um grande evento a celebrar somente para seus pais e não para ela. A garota irá se casar, mas não com alguém que gosta ou estar minimamente interessada, na verdade irá casar-se com um dos garotos que seu pai julgou "bom partido".

A menina é muitas vezes chamada de rebelde, porém prefere se intitular revolucionária, fora que a mesma é extremamente inteligente, mas acabou incomodando muitas pessoas com suas ideias que fogem do padrão. Ela não sente-se incomodada, já que um certo garoto que sempre está em seus mais apaixonantes pensamentos se interessava em saber sobre suas novas ideias.

— Dorothy! Quase se atrasa! Vá, troque rapidamente de roupa para ficar minimamente apresentável! — ordenou sua mãe entregando-lhe um vestido pomposo.

O cacheado trabalhava próximo a casa da família de Dorothy, ele sempre prestava atenção quando a menina saía de sua casa e às vezes seguia a mesma na floresta, muitas das vezes foi sua salvação para voltar para casa — ela nunca admitiu isso.

A menina brincava em frente ao espelho com o espartilho, mas um certo garoto chamou sua atenção pela janela e que além de roubar sua atenção, fez a mesma sorrir boba. O jovem olha para sua amada em uma janela tão alta que nunca conseguiria escalar ali, não sem a ajuda de uma das árvores que sempre testemunhou as palavras de amor trocada por ambos.

— Se meus pais te veem, você está morto! — diz rindo nervosa mas feliz ao mesmo tempo.

— Então, morrerei feliz pois a última coisa que vejo é o belo rosto da minha hermosafala e a garota revira os olhos.

Infelizmente, o tempo não favorecia os jovens e logo a menina teve que despedir-se, descendo as escadas velozmente. Um garoto loiro aparece em sua frente e a cumprimenta com um selar em sua mão, a garota faz uma pequena reverência aos mais velhos ali e tenta o máximo não se entediar naquele almoço.

— Adorável mãe, por favor deixe-me sair para ver as flores do jardim — pede a garota de repente atraindo olhares para a mesma.

— Claro querida, mas não se distancie muito — pede sua mãe e a menina assenti.

A garota correu em direção a casa do cacheado que sempre chamou sua atenção e bateu na sua porta. A garota ajeita seu vestido e mexe um pouco em seus cabelos para arrumá-los.

O garoto abre a porta e dá de cara com a menina, abraçando fortemente a mesma e dando um pequeno selar em seus lábios. Eles vão em direção a uma cabana escondida e um tanto que distante das casas. A cabana era um espaço confortável que eles haviam encontrado e mais seguro para seus encontros sigilosos.

A tarde passou com os amantes conversando e rindo sobre ideias que tinham, fora que, o mesmo deu um pequeno anel para a garota, um anel que percorreu gerações da família Rodríguez. Antes da menina agradecer eles escutam um barulho fora da cabana, e um grito conhecido pela mesma.

— Não era para você estar aqui! — diz a menina fora da cabana e o moreno logo a abraça.

— Que lindo, antes mesmo de nós nos casarmos, você já está cometendo adultério! — fala sarcástico o loiro.

— Ela nunca quis casar-se com você — intromete-se o moreno e o loiro rir do seu comentário.

— Saiba que esse sentimento é mútuo, mas eu não vim aqui para testemunhar o amor de vocês — fala pegando uma cesta e entregando ao garoto — Sua mãe mandou entregar-lhe isso e comermos juntos, mas creio que já está em melhor companhia.

O loiro sorrir docemente e a mesma agradece o loiro. Ambos entram na cabana e Martin começa a comer os doces que haviam ali, a menina não estava com tanta fome e por isso negou o que o garoto oferecia.

A menina observava o rosto do garoto apaixonada e beijou a bochecha do garoto quase perto da boca, o que fez o moreno sorrir.

— Eu gosto de beijar aqui — diz a menina e antes que o garoto possa responder ele fica um pouco tonto.

A visão do moreno fica turva e o mesmo começa a cuspir sangue, o que deixa a menina desesperada perguntando o que está acontecendo. A garota pegou um dos doces e cheirou, sentindo um forte de cheiro de veneno e viu pequenos pedaços de vidro na composição do doce.

— Não! Não! Não! Por favor, fica aqui comigo! Por favor — diz a garota em meio as lágrimas, ela sabia que não daria tempo de salvar seu amado e saber disso machucava — Eu te amo! Por favor, não vai! — pede.

— Ei... Prometa-me... Que vai tentar me achar... P-Por favor — pede e a garota concorda — N-Não se preocupe... Hermosa, nós vamos nos achar e ninguém... Jamais, irá nos separar novamente.

O garoto faz um gesto indicando para a garota deitar em seu peitoral e aproveitar os últimos segundos de vida do mesmo com ele, com o passar dos minutos a menina para de escutar o batimento cardiaco do moreno e desaba em prantos ao lado do corpo do mesmo.

Chegando em casa a garota descobre o que aconteceu. Havia dias que seus pais a observavam a menina passear com o moreno, e claro, ficaria muito feio uma garota comprometida saíndo as escondidas com um serviçal. Por causa disso, os pais da garota e do loiro decidiram tomar providência definitiva para acabar com o romance da filha.

— VOCÊS SÃO MONSTROS! — Dorothy fala indo em direção ao garoto e desferindo um tapa em seu rosto.

— Sua insolente! Comporte-se como uma donzela! — ordena a mãe do loiro e a menina levanta sua cabeça sorrindo em meio as lágrimas.

— Tens razão Sra.Walter — fala e caminha em direção a mulher — Devo dizer que fico aborrecida em saber que terei que casar-me com um assassino para poder salvar sua pobre família do buraco que encontram-se e para que eles não comam as comidas dos porcos, que absolutamente devem ter mais serventia que vocês.

A menina sobe elegantemente as escadas e tranca-se em seu quarto. A árvore não tinha o mesmo brilho que antes na visão da garota. Olhar aquela árvore fazia a menina relembrar de Martin e ela não queria viver sua vida com alguém que não ama, por isso resolveu que daria um basta nisso.

A menina pendurou-se na janela e olhou fixamente para a árvore de glicínia que tanto amava, que tanto os dois amavam e logo jogou-se do andar mais alto da casa. Ela não iria sobreviver com a queda e sabia disso, ela queria apenas reencontrar seu amor novamente.

"Nós veremos em breve, meu amor" Essa foi a única frase escrita no bilhete da menina.

•━━━━━━ END ━━━━━━•

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora