𝐄𝐒𝐏𝐀𝐍𝐇𝐎𝐋

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O mesmo traduziu uma das palavras que você disse em espanhol

━━━━━━━ S/N ━━━━━━━

— Então, quer dizer que "hablar" é falar em espanhol? — pergunto ao garoto da minha frente que segurava o riso, sabendo o rumo que essa conversa tomaria.

— Aham — o garoto concorda — E abrir é: abrelo — explica — Você estava, basicamente, dizendo para meu primo falar com a porta.

Olho com indignação para o garoto que sabia que eu não falava nem o básico de espanhol e conhecia somente algumas palavras, e mesmo assim, disse para eu pedir para seu primo abrir a porta para entrarmos, já que estávamos segurando as compras do mercado que sua mãe pediu antes de sairmos.

— EU TE MATO CAZAREZ! — grito e o mesmo começa a rir loucamente, enquanto "bato" nele, mesmo tendo certeza que não faria a menor diferença — VOCÊ É UMA PESSOA CRUEL! NOSSA... VOCÊ É HORRÍVEL! — digo mudando a direção dos meus socos para a cama que estamos sentados.

O garoto continuava a rir e deitou-se na cama com uma das mãos em sua testa.

O seu primo deve ter pensado que eu estava debochando de sua cara ou sendo a pessoa mais grosseira do mundo, não sei, mas não devo ter ficado com as melhores das impressões com o primo do mesmo.

— Isso foi vingança? — pergunto ao moreno, pois há alguns meses, fiquei falando português com o garoto e ele não conseguia entender quase nada que estava sendo dito.

— Hm, ¿quizás?fala e eu não consigo entender — O que acha que eu disse? Vamos, você tem que praticar — o garoto incentivava-me entre risos abafados.

— Pelo contexto, podemos dizer que isso foi um... "Não?" Isso não deve ser, mas "sim?" também não é — falo gesticulando as possíveis palavras. Eu pensei até que o garoto falou "quiz", mas não faria nenhum sentido na conversa — Traduz Miguelito — digo e o garoto explode de risos novamente.

— MIGUELITO? QUÊ!? — o menino ria ao ponto de sair lágrimas de seus olhos — Essa foi... Não posso falar palavrão na casa da minha mãe — fala se corrigindo, mesmo sem ter dito nada — Eu disse talvez, mi amor.

Bom, essa eu sei pelo menos — digo, deitando-me junto ao garoto que começa a acariciar meus cabelos — Eu não acredito que eu mandei seu primo falar com a porta.

— Não se preocupe, eu explico para ele depois — tranquiliza-me, apesar de continuar rindo horrores. Eu vou aprender todas as palavras em espanhol depois disso.

•━━━━━━━ END ━━━━━━━•

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora