𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 𝐀𝐑𝐄𝐋𝐋𝐀𝐍𝐎

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Depois de 2 anos o Arellano volta e mata o sequestrador, mas ele não era mais o mesmo - 2

━━━━━━ NARRADORA ━━━━━━

O MEXICANO CAMINHA pela rua deserta apenas observando os olhares curiosos de todos nele. O menino apenas ignora as pessoas que o tanto observavam. Querendo ou não, ele sabia que isso iria acontecer após a sua volta, fora que seus amigos da outra cidade avisaram o mesmo incansavelmente. Finney caminhava perto do menino, calado, já que nem se quisesse conversar com o mexicano daria, pois o garoto está bastante concentrado na música que escuta.

A música era como uma válvula de escape para o menino da sua realidade terrível e cruel. A música criava um espaço confortável em sua mente para o mesmo descansar de tudo que lhe aconteceu e que lhe acontecerá. Ele apreciava a harmonização dos instrumentos junto com a voz, em certos momentos, agressiva do cantor.

Além que, na música não havia espaço para a felicidade, não havia um meio termo, mas havia um fim, um fim de uma história, isso que lhe intrigava e que tornava essa a sua arte favorita.

— Robin! — o loiro puxa o amigo pelo ombro que o encara bravo, mas logo sua expressão suaviza — Você pode tirar esse fone? — o moreno tira e recebe um agradecimento irônico do amigo.

Finney não gostou dessa mudança do amigo, quer dizer, antigo amigo, pois o moreno evitava falar até com ele na escola e quando conversava com o menino ele apenas deixava vagos comentários em resposta. O loiro era alguém empático e que sempre tentou entender o lado do garoto, contudo, nem ele mais estava aguentando o comportamento fechado do seu amigo.

— Vai ficar me encarando? — pergunta o mexicano observando o loiro que o encara bravo — O que é!? — pergunta.

— O que é? É sério? Você sumiu durante dois anos! Dois anos, cara! E agora, você voltou muito diferente, parece que eu falo com outra pessoa quando eu estou falando com você... Cara, você era o meu único amigo, meu único amigo mesmo! E-E quando você saiu eu fiquei sozinho! A S/n ficou sozinha, nós dois ficamos sozinhos e você... Aonde 'cê 'tava?

O loiro sentia às lágrimas nos olhos insistirem para cair e um bolo formava-se em sua garganta. Semanas ele tinha aturado o comportamento distante do menino, ele pensou que teria seu amigo de volta, era apenas isso que ele queria, mas isso não aconteceu.

— Não precisa disso tudo, Finn — tranquiliza o garoto recebendo uma risada irônica em resposta.

— Cara... Você é um imbecil, sabia? Nessas últimas semanas está agindo como um imbecil! Eu tenho a Donna, mas a S/n... Ela não tem ninguém, ninguém cara... E você voltando só confundiu ainda mais as coisas, seu filho da puta! — o loiro diz aproximando-se do mexicano e parando em sua frente — Por favor... Melhora ou saí daqui — diz e esbarra em seu ombro propositalmente.

O moreno encara seu amigo sair da sua vista e coloca os seus fones pensativo. Ele não estava assim porquê queria, ele sabia disso. Havia tornado-se difícil se abrir com alguém, com alguém daquela cidade para ser mais específica.

— Chegou cedo — fala o tio do menino o encarando e percebe a feição cabisbaixa do garoto, o que lhe deixa preocupado — Ei, o que foi?

— Sei lá... Parece que tudo está tão diferente e... — o menino suspira e balança sua cabeça, saindo de perto do seu tio que o encara confuso — Está tudo bem tio — diz sorrindo e vai para o seu quarto.

A mente do menino estava muito confusa nessas últimas semanas, ele sentia falta da cidade que esteve, sentia falta dos amigos que havia feito, do homem que foi o seu irmão mais velho e cuidou dele quando o mundo parecia estar contra ele; ele sentia falta de tudo aquilo. Contudo, também sentia falta de Finney e S/n, seus melhores amigos — um deles a sua amada.

— Não, para! — fala consigo mesmo limpando as lágrimas que caíam — Maninho, o que eu faço? T-Tá tudo tão difícil, você disse que seria tranquilo, mas isso não é verdade! — diz abaixando sua cabeça e observando a paleta que está amarrada em um cordão, fazendo assim uma bela corrente com um valor emocional inestimável.

O garoto ouve batidas serem dadas em sua porta, então limpa as lágrimas e observa-se no reflexo do espelho que havia ali. O mesmo fala que pode entrar e seus amigos aparecem, o que surpreendeu o menino, já que minutos atrás brigava com o loiro. S/n entra primeiro e puxa Finney para entrar, e o garoto entra de braços cruzados e rosto franzino.

— Ele veio se desculpar — diz a menina sorrindo — Vamos, Finn! — incentiva a amiga e o loiro observa o garoto.

— Desculpas por ter dito a verdade — o loiro fala e tira risos do moreno — Menti? Não menti.

Isso fez uma memória aparecer no moreno que ria, a sensação de déjà-vu tornou-se presente nele. Quando eram mais novos, Finney e Robin haviam brigado entre si, uma briga boba, uma briga por causa de quem havia ganhado em um jogo que brincavam, então a garota tratou rapidamente de tornar eles amigos de novo.

Aquele sentimento era tão puro, tão vívido, tão... Nostálgico, que por alguns segundos o moreno se esqueceu que não estava sozinho no quarto para poder viajar ao seu mundo criado por ele. A garota senta na cama e da leve batidas mostrando para o mexicano que ele deveria sentar-se no meio dos amigos, o que faz ele olhar curioso.

— Robin... Conta para a gente, o que aconteceu? — pergunta docemente ao menino.

Ele não sabia se respondia, aquilo seria doloroso, mas ele sabe que tem que enfrentar as suas dores, mesmo que ainda não tenham se curado. 

━━━━━━ END ━━━━━━

𝗥𝗲𝘀𝗼𝗹𝘃𝗶 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗿 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗶𝗻𝘂𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗲𝘀𝘀𝗲, 𝗲𝗻𝗾𝘂𝗮𝗻𝘁𝗼 𝗲𝘀𝘁𝗼𝘂 𝘀𝗲𝗺 𝗶𝗱𝗲𝗶𝗮𝘀 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗿 𝘂𝗺 𝗱𝗼 𝗥𝗼𝗯𝗶𝗻.

𝗞𝗶𝘀𝘀𝗲𝘀.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora