𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 𝐀𝐑𝐄𝐋𝐋𝐀𝐍𝐎

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O garoto lhe convida para assitir um filme em sua casa.

━━━━━━ S/N ━━━━━━

Desço rapidamente às escadas, mas tento tomar o máximo de cuidado para não escorregar e gastar a minha tarde inteira no hospital. Passo pela cozinha e não vejo a mais velha no espaço, olho em direção a porta de madeira e posso ver a mesma encarando-me

— Hm... Vai para aonde? — pergunta rápida.
— Para casa do Robin — respondo na mesma velocidade que a mais velha.

— Quem seria ele?
— Colega de escola.
— Quantos anos? — pergunta e reviro meus olhos suspirando calmamente.

— A mesma idade que a minha. Relaxa mãe — digo para a mulher e despeço-me com dando um beijo em sua bochecha.


Quando estou em uma pequena distância da minha casa, ouço o grito da mais velha mandando-me ter juízo e não fazer besteira, apenas aceno em resposta para a mulher, já sabia que quando chegasse a mesma começará um interrogatório.

É confuso pensar que ela vive dizendo que na época dela não acontecia tal coisa ou que algo funcionava de tal maneira, mas às ações dela e dos meus avós — que são os "pais perfeitos", mostra justamente ao contrário do que é dito, isso chega a ser cômico.

A casa do mexicano não é tão distante da minha, mas ainda tenho que andar bastante e isso serve para eu refletir sobre a vida, repensar sobre algumas coisas que deixam-me agoniada ou apenas ter uma crise existencial.

Olho para o outro lado da pista aonde tem uma sorveteria e em frente do local está Bruce, aceno para o garoto que retribui meu gesto. Por algum motivo, a casa dos Arellanos fica bem perto da sorveteria, mais tarde poderíamos passar e tomar sorvete, claro, se o mexicano quiser.

Bato na porta da casa do garoto e espero alguém me atender. A porta é aberta e vejo o mexicano, mas não está com sua bandana de sempre, na verdade, o que tem no como acessório no cabelo é uma escova pendurada.

— É a sua fantasia de Halloween? — provoco o garoto e entro sem permissão na casa — Uau! Aqui é muito bonito — falo olhando a decoração casual do lugar.

— Sei — diz e sobe às escadas para o segundo andar.

Não sabia se era para acompanhar o mesmo ou ficar no primeiro andar, mas se algo quebrasse seria minha culpa e meus pais me expulsariam de casa, fora que tomaria boas surras por causa disso. Decido seguir o garoto para o segundo andar.

¡INFIERNO!ouço o grito do mexicano e abro a porta. Deparo-me com a cena do mesmo gritando com o seu reflexo, aparentemente por causa do cabelo — ¿Quiere saber? Ganaste.

Finalmente, o mexicano coloca a bandana de sempre e vira-se para a minha direção, mas não se assusta e apenas diz para descermos.

— Qual o filme que você escolheu? — pergunto ao mesmo comendo a pipoca que o garoto fez.

— Escolha — fala colocando alguns filmes na pequena mesa do centro, algo que todos tinham de comum é a capa assustadora.

— Talvez... Esse aqui! — pego o filme que em sua capa tem escrito Operação Dragão e olho para o garoto, já que ambos tem que concordar na escolha do filme.

Robin sorri de canto por alguns segundos olhando o filme que está em minhas mãos, perguntei ao garoto o motivo do sorriso, mas ele disse que era para eu esquecer isso e me concentrar em fazer o dever... Menino estranho.

Coloco o filme e sento perto do garoto, que diferente de mim, nem importou-se em pegar seus materiais para anotar as partes mais importantes do filme e fazer um texto baseado nisso. Então, esse trabalho seria basicamente eu fazendo tudo sozinha.

[...]

— Como alguém pode gostar disso? — sussurro para mim mesma e logo depois vejo o mexicano levando-se e aplaudindo o filme.

— Esse é o melhor filme, S/n! Obrigado por ter escolhido meu filme favorito — fala e sorri tímido.

— Você está bem estranho — digo repentinamente para o garoto que encara-me assustado — Você não é a pessoa mais sorridente que eu conheço, mas desde que cheguei aqui, você não para de sorrir bobo.

— Deve ser por causa do filme — ele é um péssimo mentiroso — Vamos focar no dever.

Escrever para mim não era a parte mais difícil, claro, também não era a mais divertida, mas ainda sim era a mais fácil. A coisa mais difícil foi criar um texto baseado em minhas anotações e nas lembranças que o garoto tinha do filme, e eu nunca vi alguém consegui memorizar todas as falas de um filme.

— Ok, só falta mais um parágrafo e... — olho em direção ao mexicano que me olhava, mas logo desviou o olhar para seu caderno — Arellano! — chamo o garoto.

— Hm, o que foi? — diz olhando para mim novamente.

— Você está estranho desde que eu cheguei aqui! Fora que você não para de me encarar! Isso assusta, sabia? — enquanto eu falo praticamente gritando com o mexicano, o mesmo apenas rir da minha cara.

Como Robin está sentado no outro lado da mesa, o garoto levanta-se e anda em direção a cadeira ao meu lado, o que deixa nós dois muito próximos.

Eres muy lenta, hermosa — o garoto sussurra para mim e pega delicadamente meu queixo, mas é claro, ainda tinha o pequeno sorriso cínico em seu rosto.

— Eu não sei falar espanhol, Arellano — falo ao garoto tomada pelo nervosismo, um nervosismo estranhamente bom.

No te preocupes, yo te enseño — o olhar do menino intercala entre meus olhos e minha boca, como se pedisse permissão para fazer o que tinha em mente. Assinto para o mesmo.

Os lábios do garoto tocam delicadamente os meus, demorando um pouco e logo saindo, o mesmo me encara um tanto que triste.

— Você... Não retribuiu — diz olhando para os materiais espalhados pela mesa.

— Eu... Nunca beijei antes, não sei o que fazer — digo e o mesmo parece aliviado.

O mexicano diz que é para eu relaxar e sentir o momento, desse modo, eu saberia muito bem o que fazer. O garoto junta novamente seus lábios aos meus, porém dessa vez o mesmo puxa-me para mais perto, aprofundando o beijo e eu apenas faço o que ele me falou. Aproveitar o momento.

•━━━━━━ END ━━━━━━•

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora