𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒ

𝐒𝐇𝐎𝐏𝐏𝐈𝐍𝐆

Vocês passeavam com o irmão do mesmo, mas o garoto não estava aproveitando tanto quanto os outros que lhe acompanhavam.

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Como prometi ao mais novo a um tempo atrás estamos no shopping fazendo suas vontades e comprando o que o mesmo pedia. Admito que é estranhamente divertido sair com os irmãos, ambos se provocavam parecendo duas crianças mimadas, apesar que um deles é realmente uma criança. 

O menininho corria solto pelo shopping e olhava para as lojas como se nunca tivesse visto, quando nós distanciávamos o garotinho começava a julgar os espaços que acabávamos de passar, isso se tornou a minha diversão naquele lugar.

— Miguel, tira esses trecos aí — pediu o mais novo agoniado. Miguel está usando bastante acessórios para esconder seu rosto, disse que não queria ser reconhecido e isso estragar o passeio do menor, mas sinceramente aquilo estava me deixando bastante agoniada, já que conseguia imaginar o calor que o garoto sentia.

— Verdade, para alguém que não quer ser reconhecido você está chamando muita atenção — falo para o mesmo e o olho de cima a baixo — Acha que alguém normal ia sair com capuz, boné e óculos de sol... Em um espaço fechado!? — pergunto ao mesmo e seu irmão mais novo concorda.

O menino respirou profundamente e amarrou o cabelo, mostrando seu pescoço completamente suado. Entendo sua preocupação, mas não acho que passar mal seria a coisa mais discreta do mundo, ainda mais para uma figura pública.

Continuamos andando em direção a escada rolante para seguirmos para outro andar, no caso, a praça de alimentação. Estávamos saindo da escada, quando Miguel acaba tropeçando e deixando seu boné e óculos caírem, isso poderia ter sido bem discreto se o menor não tivesse rido.

Os sussurros começavam a tomar conta do lugar e outros pegavam o celular para gravar a cena, mas ainda sim tinha pessoas gritando o nome do mesmo e até vindo em nossa direção.

— Eu vou ao toalete — digo para o garoto que me olha indignado — Eu não quero morrer atropelada pelos seus fãs!

— São seus fãs também — o menor diz enquanto anda em direção as escadas — Vocês vão ficar olhando ou vão descer? — pergunta apontando para a escada. Respiro fundo e ando novamente em direção a escada.

Ao contrário do garoto, eu sempre deixei bem claro aos meus fãs que quando estivesse em algum lugar público com família ou amigos, não era para eles pedirem fotos ou nada do tipo, por ser um momento para mim.

Entendo que não é todo dia que você ver seu ídolo na rua, mas eu queria que eles me tratassem como uma amiga. No começo foi um tanto que difícil estabelecer essa regra com eles, mas logo eles entenderam e quando me veem pedem apenas um abraço ou conversamos brevemente.

— Isso é porquê você não me escuta — sussurro para o garoto

— Mi amor, por favor, este no es el momento adecuado para hablar de esto — entendo apenas algumas palavras ditas pelo mesmo, mas o irmão do garoto entende, já que respondeu o irmão mais velho só que em espanhol — ¡Cállate! eres demasiado joven para entender.

— ¡Soy joven, pero no soy mudo! — retruca o mais novo.

— Vocês podem parar de falar em espanhol! — reclamo um tanto que alto e isso chama a atenção da loja que estamos escondidos, mas decido ignorar as pessoas que estão ali.

— Miguel você deveria dar exemplo ao seu irmão! E você deveria respeitar um pouco mais o seu irmão! E eu deveria parar de ensinar o óbvio para vocês dois! Por Deus! — minha respiração está ofegante e por isso paro de falar por alguns segundos — Vamos para casa!

Os irmãos não ficam relutantes e somente saímos da loja. Diferentemente da viagem de ida que estávamos extremamente animados e falantes, a viagem de volta os únicos barulhos possíveis de escutar era as nossas respirações e o rádio de música do motorista, ele até tentou iniciar uma conversa com a gente, mas acabou desistindo quando percebeu que a conversa seria esforço somente de uma parte. 

Chegamos em casa e Miguel carregava seu irmão no colo, pois o mais novo acabou dormindo na viagem de carro. Fui em direção a minha cama depois de fazer todos os rituais de higiene que minha mãe me ensinou. De alguma forma, quando estamos estressados a cama parece ser ainda mais confortável acolhedora, era exatamente isso que e estou precisando neste momento.

Odeio ter discussões sérias com o garoto, gosto mais das discussões bobas que temos como qual filme é melhor ou melhor sabor de sorvete. Lembrar-me disso me faz sorrir boba, porém logo é desfeito quando Miguel aparece na porta.

— Vamos conversar? Por favor — pergunta o garoto e eu digo para o mesmo sentar-se na cama — Desculpas por ter estragado seu passeio, não era minha intenção hermosa, lo juro.

— Eu sei que não sua intenção e nunca pensaria em fazer algo assim. Apenas, queria que passasse um tempo com seu irmão, sei que faz tempo que deseja isso, mas quando finalmente tens a chance de sair com ele, fica se escondendo... Isso é cansativo — desabafo com o garoto que apenas continuava a me encarar.

O garoto é bom em muitas coisas e uma delas é ouvir quando necessário, isso é uma das coisas que mais gosto nele. Miguel chega mais perto e e abraça fortemente, cheiro de sabonete está presente no mesmo e junto o perfume de sua colônia favorita, que o cheiro é detestavelmente forte.

— Eu vou seguir seu conselho mi amor — fala o garoto — Talvez, se tivesse seguido antes isso não teria acontecido — o garoto rir abafado.

— Tem muitas pessoas malucas por você Miguel, isso eu não posso negar — desfaço o  abraço para conseguir olhar para o mesmo — Portanto seus fãs sabem respeitar limites e vão entender isso — Miguel olha-me desacreditado e até um tanto que irônico — Se caso eles não respeitarem, entramos com uma queixa na polícia — falo e o garoto rir.

— Tengo la novia mas perfecta del mundo.

•━━━━━━━ END ━━━━━━━━•