𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 𝐀𝐑𝐄𝐋𝐋𝐀𝐍𝐎

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Você era a irmã mais nova mimada de Vance Hopper e isso faz você ser a popular da sua escola - 2

━━━━━━ NARRADORA ━━━━━━

ENQUANTO A GAROTA caminha calmamente em direção a diretoria para fazer uma pequena queixa, todos os olhares do corredor estão centrados nela. Isso não deixa a garota desconfortável de modo algum, ela gosta dessa atenção e desse "poder" que exerce sob seus colegas, uns conhecidos outros nem tanto.

Finnye e Robin estão caminhando pelo corredor também, já que somente nessa aula os amigos estão juntos. O mexicano não gostava de ficar distante do amigo, pois preocupava-se como ele iria se sair sem o mesmo e ninguém nunca mexia com o loiro quando ele estava por perto.

Quando os garotos passam em frente ao banheiro feminino, podem ouvir garotos pedindo desesperadamente para sair e sabiam os donos das vozes; é o trio que tanto perturba Finnye.

— Então... O que fazemos? — pergunta Robin ao amigo depois de deixar claro que estão em frente ao banheiro e poderiam destrancar.

Finnye não era um garoto vingativo, longe dele ser assim. Sabia que se fizesse a escolha errada o bullying ficaria ainda pior, apesar que para ele não tinha nenhuma escolha muito vantajosa, mas ele ainda queria ficar livre desses garotos, por hoje ao menos.

— Deve ter sido um mosquito — fala o loiro e a dupla rir entre si, mas param ao ver a diretora acompanhada pela garota que segundos atrás estava com eles.

— Aqui diretora! Esses nojentos estão bisbilhotando as garotas no banheiro! — mente e entrega a chave a diretora que destranca dando de cara com o trio.

— Eu sabia! Eu sabia que uma hora teria que suspender vocês e é isso que eu vou fazer! — fala gritando com os jovens.

Os meninos diziam que a alegação feita pela garota era falsa e a menina que tinha os trancado ali, claro, poderia ser verdade, mas quem iria contrariar a menina.

— Apenas isso? — o mexicano fala e recebe um olhar mortal do amigo — Para tarados assim... O melhor seria a expulsão — insinua olhando para a diretora.

A mais velha pensou na possibilidade do mexicano e não poderia mentir dizendo que a ideia de expulsar o trio não lhe agradava, por isso, acatou a ideia do Arellano e levou o trio para a sua sala. O garoto teve uma atitude ousada e sabia disso, se a mentira da menina fosse descoberta, ele poderia ser expulso junto com ela, portanto preferia ser expulso do que deixar seu amigo continuar sendo perseguido.

A menina passou olhando brevemente o Arellano e o olhar foi retribuído pelo mesmo, mas volta a andar em direção a saída da escola, pois já estava entediada de estar no colégio e preferia matar aula.

Depois de muito tempo, Vance pode voltar a frequentar o fliperama, já que antes foi suspenso. O gerente poderia banir o mesmo do lugar, mas o garoto lhe dava bons lucros com seu vício em jogo, por isso achou melhor apenas suspender o mesmo e seu plano de certo modo funcionou, já que o garoto gastou mais do que antes.

— Cadê aquele garoto? — falou a mãe no menino visivelmente preocupada. A mulher tinha motivos para estar naquele estado de desespero, havia muitos sequestros acontecendo na cidade e também havia o pai dos seus filhos, que não tinha o melhor humor depois de um longo dia de trabalho.

— Ele é assim mesmo, irresponsável! — fala a mais nova ajudando sua mãe na cozinha e logo recebe um leve tapa na cabeça dado pelo loiro — Babaca!

A mulher manda seus filhos para o quarto e todos sabiam o que iria acontecer depois disso. Vance sempre tentou proteger as mulheres da casa, mas a mãe dele nunca dava abertura, tudo que ele podia fazer era apanhar no lugar das mulheres ou desmaiar seu pai com remédios que comprava com dinheiro que restava.

Ninguém gostava do sentimento de medo e aflição que o homem causava, mas eles não poderiam fazer nada em relação a isso. A mulher tinha criado uma dependência do homem financeiramente e emocionalmente, preferia ser maltratada todos os dias do que se ver longe do marido. Isso partia o coração dos seus filhos, principalmente do mais velho.

Vance pegou o copo d'água e olhou para a mais nova. A menor sabia o processo, eles iriam para o quarto e se caso o barulho ficasse extremamente insuportável, a mesma beberia a água com o remédio, grande partes das vezes a mesma não toma e deixa para sua mãe, toma somente se seu irmão estiver a observando e implorando para a garota tomar.

— Boa noite, querido — fala a mulher sorridente com seus filhos em seus quartos — Fiz a comida que você gosta e...

— Pode calar a boca por um segundo apenas? — interrompe a mesma que desculpa-se com o homem — Isso já está frio — fala olhando para o prato.

— Não está, eu acabei de colocar — fala a mulher e o homem joga o prato no chão gritando que a comida está fria.

O loiro está com sua irmã no quarto tampando seus ouvidos, mesmo que a garota relute para escutar a situação que acontecia no andar de baixo. Vance sabia que S/n tinha seu temperamento, mas ela ainda é muito nova para controlar seus impulsos, por isso sempre impede a garota de ouvir a briga dos seus pais.

— Bebe isso — pede o garoto com o comprimido na mão e a menina nega — Toma logo! — ordena e a menina continua relutante.

— Eu não vou deixar a mamãe sozinha, tá! — fala olhando para baixo. A menina não queria que seu irmão visse ela chorar, sabia que isso faria parecer fraca e isso não era das impressões que queria causar.

O mais velho tranquilizou a irmã e conseguiu que a garota tomasse o comprimido, rapidamente a mesma pegou em um sono profundo.

É, de fato, uma vida um tanto que conturbada para os irmãos e sua mãe, mas ninguém precisava saber disso, ninguém precisava saber sobre os problemas dos Hoppers.

•━━━━━━ END ━━━━━━•

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora