𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 𝐀𝐑𝐄𝐋𝐋𝐀𝐍𝐎

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Você ajudando o mexicano a sair de uma enrascada.

━━━━━━ S/N ━━━━━━

Observo a briga que acontecia entre o mexicano e o garoto que se chama Moose, não sei o que ele é nessa escola, qual a categoria que ele se encaixa aqui, mas tenho certezas que ele tem um grande público de admiradores, ou apenas pessoas que torciam contra o moreno.

Robin acaba dando uma surra no garoto e saí sendo acompanhado por olhares. Ele não parece se preocupar muito com a sua mão que pinga gotas de sangue, além que o mesmo acabou de deixar um garoto estirado no chão ao ar livre com um monte de testemunhas que claramente estão contra ele, sinceramente, dessa vez ele irá para a detenção.

A diretora chega aos risos com sua amiga, porém sua expressão muda ao ver uma roda de adolescentes e um deles desmaiado sangrando no centro do círculo. A mesma manda todos se afastarem o mais urgentemente e ordena que chamem a enfermeira da escola. Aposto que ela deve estar fumando cigarros em seu horário livre; adoraria estar exagerando, mas aquilo era verdade. A mulher sempre fuma quando está sozinha, esse era o seu vício.

— Podem me dizer quem agrediu o Moose desse jeito!? — pergunta a mesma visivelmente alterada.

— Foi o Robin! Eu vi tudo Sra.Diretora — uma voz responde sua pergunta e outras também dizem o nome do mexicano, criando um barulho insuportável de pessoas gritando o nome do moreno.

— Tinha que ser aquele mexicano! — fala para si própria e saio do lugar após ter observado a cena.

Lúcia me esperava em frente ao portão da escola animada, passo pela mesma que me acompanha e começa a contar sobre seus dias ausentes, já que estava em uma viagem de férias.

— Não sabia que gostava tanto assim de Porto Rico — comento.

— Nem eu, lá é muito lindo e o sotaque... É simplesmente perfeito! Sabia que eles acharam meu sotaque fofo; mas não pude falar muito em espanhol pois eles sabem inglês — ouvi um tom cabisbaixo em sua voz.

Antes de falar algo com a menina, sou interrompida pelos auto falantes da escola, anunciando o nome do moreno que guardava seus livros calmamente no armário, falando para ele ir a diretoria.

O garoto suspira e chuta o armário deixando seus objetos cairem, seu amigo, aproxima-se e guarda todos após pegar os mesmos do chão. Finney Blake, não o conheço muito bem, sei apenas que ele anda com o mexicano e tira boas notas. Nada além disso.

— Nossa... Que pena para ele e... Aonde cê vai? — pergunta depois de deixar a mesma falando sozinha enquanto caminhava em direção a sala da diretoria.

Não sei o motivo de querer defender o mexicano, conheço ele apenas por olhar e nada mais. Nunca falamos um com o outro, mas sinto uma leve sensação individualista quando estamos juntos, parece que queremos alguma coisa que o outro tem, parece que queremos algo somente para nós. É um pouco egoísta, não iria negar.

Abro a porta da sala e vejo a mais velha gritar com o mexicano que tentava se defender, mas ambos param ao me ver na sala.

— S/n, o que faz aqui? — pergunta a mulher e sento-me ao lado do menino que não parava de me encarar.

— Robin não fez absolutamente nada naquele pátio, todos aqueles que gritavam o seu nome estavam mentindo para a senhora — minto para a mesma que encara-me.

Minhas palavras sempre foram as mais confiáveis daqui, não somente por ser responsável pelo grêmio da escola que ajuda muito a mais velha em tarefas mais triviais, mas também por ser uma aluna exemplar; por isso, havia muita confiança depositada pelos mais velhos em minhas falas.

Robin encara-me e começa a dizer que assumiria toda a culpa, poderia ser um gesto nobre, se não soubesse que sua motivação é por causa do seu ego ferido.

— S/n, não quero que se meta nisso, ainda mais por causa desse... Desse garoto — pede. Admiro o esforço dela para não ofender o mexicano, por ele ser... Mexicano.

— Não estou me metendo em confusão, apenas dizendo a verdade. Robin Arellano não agrediu o Moose, aquilo foi armação feito por ele e seus amigos para ele ser expulso — argumento e vejo a mulher suspirar cansada.

— Tudo bem... Robin, pode sair e S/n irá me explicar melhor o que aconteceu — ordena e o moreno levanta-se.

Encaro o menino que olha-me desconfiado por segundos, mas logo volta o seu foco para sair da sala. Antes o mesmo ouve a instrução da mulher que era para ele ir a enfermaria — mesmo sabendo que ele não iria.

Explico toda a situação criada por mim para a mulher que nem deveria ouvir, pois estava ocupada arrumando a documentação do Arellano. Não acredito que estou arriscando meu posto por um menino que desconheço. Essa escola deve estar me deixando maluca.

Saio da diretoria e caminho para minha sala, contudo, sinto alguém me puxar para a quadra que havia na escola e encaro o moreno que olha-me desconfiado.

— O que é? — pergunto ao menino. Estávamos próximos, muito próximos. Um nervoso passa pelo meu corpo e sinto meu coração acelerar... Deve ser por causa da proximidade. Afasto-me do moreno.

— Qual o motivo de ter feito aquilo? Eu sei me defender, não preciso da sua ajuda! — reclama — Eu bati no Moose! Eu quebrei a cara dele! Eu sei o que eu fiz e sei as consequências disso.

— Não sabe não — respondo o garoto que olha-me confuso — Robin, já estava marcado pela diretora antes mesmo de se meter em confusões sem sentido, todos nessa escola te odeiam pelo simples fato de ser mexicano, além do mais, todos aqui fariam de tudo para tirar daqui! Então, ao invés de estar reclamando pela presidente do Grêmio te ajudar, deveria estar me agradecendo por salvar a sua pele.

Então essa é a sensação de falar tudo que pensa? É estranhamente boa essa sensação. O moreno olha-me e agradece.

— Qual o seu horário? — pergunta.

— História — respondo e ele mostra o papelzinho dos seus horários e ele também tinha o mesmo que o meu.

Terei que suportar por mais um tempo o Arellano... Que droga.

•━━━━━━ END ━━━━━━•

𝗢𝗻𝘁𝗲𝗺 𝗻𝗮̃𝗼 𝘁𝗲𝘃𝗲 𝗽𝗼𝗿 𝗰𝗮𝘂𝘀𝗮 𝗾𝘂𝗲 𝗰𝗵𝗲𝗴𝘂𝗲𝗶 𝘁𝗮𝗿𝗱𝗲 𝗲𝗺 𝗰𝗮𝘀𝗮 𝗸𝗸𝗸𝗸𝗸

𝗚𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗼𝘀 𝗳𝗮̃𝘀 𝗱𝗼 𝗠𝗮𝘀𝗼𝗻 𝗱𝗶𝘀𝘀𝗲𝗿𝗮𝗺 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝗹𝗲 𝗰𝗼𝗻𝗳𝗶𝗿𝗺𝗼𝘂 𝗾𝘂𝗲 𝗼 𝗰𝗮𝗯𝗲𝗹𝗼 𝗱𝗲𝗹𝗲 𝗲𝗿𝗮 𝗰𝗮𝘀𝘁𝗮𝗻𝗵𝗼, 𝗺𝗮𝘀 𝗲𝘂 𝗻𝗮̃𝗼 𝘃𝗶 𝗻𝗮𝗱𝗮 𝗱𝗶𝘀𝘀𝗼. 𝗘𝗻𝘁𝗮̃𝗼 𝗳𝗶𝗾𝘂𝗲𝗶 𝗺𝘁𝗼 𝗲𝗺 𝗱𝘂́𝘃𝗶𝗱𝗮, 𝗺𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗶𝗻𝘂𝗮𝗿𝗲𝗶 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗲𝘃𝗲𝗿 𝗾 𝗼 𝗰𝗮𝗯𝗲𝗹𝗼 𝗱𝗲𝗹𝗲 𝗲́ 𝗹𝗼𝗶𝗿𝗼.

𝗞𝗶𝘀𝘀𝗲𝘀.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora