𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 𝐀𝐑𝐄𝐋𝐋𝐀𝐍𝐎

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O menino declara-se para você no natal.

━━━━━━ S/N ━━━━━━

Estou do lado de fora da minha casa, aproveitando os poucos minutos que tenho longe da minha família, ou melhor dizendo, as pessoas que vivem brigando entre si e no natal fingem que são as pessoas mais unidas do mundo. Isso causa-me enjôos.

As casas enfeitadas era o que me mantia entretida enquanto estava na sacada, pois não havia nenhuma pessoa do lado de fora por conta do feriado, às vezes, algumas crianças apareciam em minha frente para pegar neve e jogar umas nas outras em formato de bolinhas, nada além disso.

Não havia notado a presença do loiro que passava em minha frente, somente após um grito que o menino que notei a sua presença. Finney, tinha um presente em suas mãos, um presente para sua namorada que declarou-se há poucos dias, Donna.

— Que demais, Finn! — falo para o garoto que contava-me sobre o presente — Ela irá amar — digo para o menino nervoso.

— Se você diz... Mas porquê não está com a sua família? — pergunta o menino e explico toda a situação — Ah, compreendo.

O garoto observou o chão cabisbaixo, pois querendo ou não, ele sabia a intenção real do seu pai ao deixar o mesmo passar o natal junto a garota, o mais velho não queria ter gastos com ele e sua irmã, queria ter o máximo de dinheiro possível para se embebedar.

— ... Enfim, vá rápido! Sua namorada deve estar te esperando! — mudo de assunto e um sorriso aparece nos lábios do garoto que despede-se.

Aceno para o menino que retribui, logo depois corre em direção a casa de Donna. Volto a minha atenção a rua sentindo o ar gélido da estação em meu rosto, não posso dizer que não gosto da sensação natalina que a neve passa, posso dizer que é apenas um pouco diferente em relação ao Natal do Brasil.

Depois de uns minutos, um grupo de garotos aparecem fugindo de algo e logo o mexicano aparece em minha frente, xingando os mesmos em seu idioma.

¡COBARDES, HIJOS DE PUTA!grita o mesmo para os garotos enquanto aparenta regular a sua respiração.

Aceno para o mesmo que tenta retribuir o gesto, mas uma expressão de dor aparece em seu rosto, isso chama a minha atenção e rapidamente caminho em direção ao moreno que não conseguia manter-se de pé. O garoto caí ajoelhado no chão e peço para ele me explicar o que tinha acontecido com ele.

— Aqueles filhas da puta colocaram alguma droga na minha bebida e tentaram me espancar... — o menino fala e somente agora noto leves hematomas em seu braço — Contudo, consegui ficar acordado e bater neles, depois eles fugiram e por isso estou aqui.

— Que merda, não é? — brinco para o menino que rir concordando — Não se preocupe, vou te levar para a minha casa. Meu pai ele é médico, vai saber o que fazer — o menino concorda.

Aos poucos a respiração da mesmo torna-se mais pesada por causa do remédio que lhe foi dado, grito o homem que até iria gritar de volta quando apareceu na porta, mas sua postura de médico falou mais alto e socorreu o moreno caído.

[...]

Estava comendo enquanto assistia um filme aleatório que passa na TV, mas vejo o menino deitado no sofá se mexer e levantar-se com dificuldade. O garoto não conseguia se manter de pé, mas conseguia ficar sentado.

— Meu tio; sabe que estou aqui? — pergunta comendo um sanduíche que havia feito para o mesmo naquele meio tempo que ele acordou.

— Aham, meu pai ligou para o Sr.Arellano — falo e o mesmo ri — O que foi? — pergunto.

— Você é tão formal, gatita — diz o garoto rindo.

Acabo tossindo o suco que bebia, mas como estava sentado no chão por causa do menino que antes estava deitado, não manchou o sofá que havia ali. Regulo a minha respiração e volto a minha atenção ao mexicano esperando para o mesmo corrigir o apelido afetuoso, contudo, ele não faz e isso acaba criando um pequeno pânico interno.

Comento sobre o apelido e digo que é muito fácil confundir essas coisas quando são amigos próximos, mas o meu coração para ao ouvir o mesmo dizer que não havia se confundido.

Gatita, eu realmente não queria falar isso; neste estado, ao menos... Eu não sou bom em declarações, muito menos em falar coisas bonitas para alguém, ainda mais quando esse alguém é tão importante para você como você é para mim... Eu não sei nomear o que sinto, mas sei que sinto algo e só por saber disso... Só por saber disso eu fico feliz, por saber que sinto algo por você já encanta-me...

O garoto olha para o chão e respira fundo para tentar encontrar as palavras, é isso que eu acho. O menino senta-se no chão, próximo a mim e segura a minha mão.

"Gente lastimada, enseñamos a ser geniales." Eu aprendi isso. Aprendi isso com você — o menino aproxima-se mais um pouco e sinto sua respiração bater em meu rosto, um sorriso forma-se em seus lábios e seus olhos encontram com os meus — Peço que aceite o meu pedido de namoro para você — fala direto.

Acabo com toda a distância que havia entre nós beijando o mexicano a minha frente, logo sinto sua mão repousar sob a minha cintura.

O beijo era doce, agradável, calmo e vicioso. Transmitia um belo sentimento, um sentimento que não poderia ser descrito por palavras e apenas demonstrado por atos.

— Vou dizer que isso foi um sim e você não poderá discordar — brinca e assinto para o garoto sorrindo — Mi niña, mi hermosa, mi amor, mi todo. ¡Sólo mía!fala sorrindo e abraça-me.

Sinto que esse é o melhor natal da minha vida, um natal que não precisei dormir cedo  para esconder-me de perguntas tolas ou afastar sentimentos angustiantes. Esse foi um natal em que descobri que o garoto que tanto amo sente o mesmo por mim.

•━━━━━━ END ━━━━━━•

𝗙𝗘𝗟𝗜𝗭 𝗩𝗘𝗦𝗣𝗘𝗥𝗔 𝗗𝗘 𝗡𝗔𝗧𝗔𝗟 𝗣𝗔𝗥𝗔 𝗧𝗢𝗗𝗢𝗦 𝗩𝗖𝗦 <3

𝗩𝗮𝗶 𝘁𝗲𝗿 𝘂𝗺 𝗲𝘀𝗽𝗲𝗰𝗶𝗮𝗹 𝗡𝗮𝘁𝗮𝗹 𝗰𝗼𝗺 𝗠𝗶𝗴𝘂𝗲𝗹 𝘁𝗯𝗺.

𝗞𝗶𝘀𝘀𝗲𝘀.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora