𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 𝐀𝐑𝐄𝐋𝐋𝐀𝐍𝐎

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Você acaba descobrindo que seu pai é o sequestrador e acaba recebendo um último pedido de uma das vítimas.

━━━━━━ NARRADORA ━━━━━━

A MENINA CAMINHAVA ALEGRE em direção a sua casa. Hoje seria a típica noite de filmes que teria com o seu pai, pois o mais velho concedia aquele dia somente para a sua tão querida e amada filha, claro, além que isso escondia alguns fatos que sempre passavam despercebidos pela mais nova. Coincidentemente, esse dia era quando as vítimas subiam as escadas do mais velho e ele estava ali; sentado; observando-as.

Não; ela não tinha a menor ideia do que acontecia no porão da sua casa, ela nunca quis entrar no espaço por ser medonho, apenas quando era pequena que tentou se aventurar e pegou trauma do telefone que havia ali; em suas palavras, o mesmo era aterrorizador e ela não gostava dele.

— Pai? — chama a mais nova e anda nas pontas dos pés, já que queria fazer uma surpresa ao mais velho. Seu tio, Max, não estava em casa, ela sabia aonde ele ia todas as noites, mas apenas resolvia fingir inocência sobre os assuntos pessoais do seu tio.

Enquanto a mesma procurava o grisalho pela residência, abaixo da garota estava o homem finalizando o assassinato do garoto chamado Bruce. Ele tentou lutar contra o mais velho; fez o máximo para escapar, mas acabou não conseguindo e tendo uma morte torturante; dolorosa e que ninguém nunca saberia.

O moreno cuspia sangue pela sua boca e sentia às marcas dos dentes do animal mesmo depois da sua mordida, a sensação da morte passava pelo seu corpo, ele sentia isso. Era uma sensação de paz; uma sensação de tranquilidade por saber que aquilo irá acabar dentro de alguns minutos. O garoto ouve passos e com suas últimas forças observa uma garota olhar assustada para a porta; ele tinha que mandar a mesma sair daquele lugar perigoso.

— F-Filha... O que está fazendo aqui? — pergunta a mais nova que encara abismada a cena. Um garoto sangrando, com mordidas e facadas desferiddas em seu corpo, e o homem, o homem que ela mais admirava e que em poucos segundos tornou-se o homem que ela mais repudia.

A menina caminha aos poucos em direção ao garoto que afogava-se em seu sangue e chega perto dele, encarando a feição do mesmo e lembrando-se dele. Bruce Yamada; o menino que ensinou a ela que não precisava se preocupar tanto com os que os outros pensam dela e apenas deveria se preocupar em não se divertir.

— N-Não... N-Não deixa... Nada... A-Acontecer... Com o próximo... Garoto — pede sôfrego para a menina que tentava fazer suas lágrimas cessarem — Coloca... Ele... Na... Cadeia... V-Vingue... Todos... Nós...

As últimas palavras do menino foram direcionada a garota que ainda segurava o seu corpo e sua mão, aonde conseguia sentir a sua pulsação desacelerar e aos poucos ir parando. O homem que encarava a cena não havia ouvido o pedido do menino, por estar muito concentrado em seus pensamentos de como mentiria sobre isso para sua tão amada filha.

As palavras do menino ressoavam na cabeça da mesma, ela sentia que alguma coisa havia mudado naquele momento; como se um novo ciclo se inicia-se em sua vida. Uma sensação estranha se apossou do corpo da mesma, que soube disso por causa do embrulho no estômago que sentiu ao se dar conta que segurava o copo ensaguentado e sem vida do menino.

— ... PORQUE DIABOS VOCÊ FEZ ISSO? — grita a mesma direcionado a atenção ao seu pai. Ela podia gritar lá embaixo, ela sabia que poderia — SEU FILHO DA PUTA! EU TE ODEIO! EU TE ODEIO! — grita a mesma.

O seu ódio era real, era tocável, era puro e recente. Aquilo foi um tremenda reviravolta para a garota; em poucos segundos ela descobre que o homem que lhe criou e ensinou todos os bons fundamentos para se viver em sociedade, também era um assassino em série que sequestrava crianças. Como sua vida pode mudar tão rápido? De modo tão repentino...? Isso que circulava na cabeça da menina.

A garota levanta-se desferindo socos que não machucaram o mais velho, era apenas para desabafar um pouco. No fundo, ela torcia para que tudo que estivesse vivendo não passasse de um pesadelo, um horrível pesadelo lúcido e realista.

[...]

O homem havia posto a sua filha para deitar, mas a garota não havia direcionado nenhuma palavra para o mais velho, nem mesmo do ódio que a consumia. Ele se sentou ao lado da cama da menina e começou a ter uma discussão interna. Um lado da sua mente; uma pequena parte da sua mente doentia, dizia para o homem dar um fim em sua filha única; mas a outra gritava para deixar a mesma viva, pois sabia que ela não iria dizer nada, afinal, ele conseguiu criar um cenário perfeito de infância perfeita a ela.

— Sabe... Tudo que eu fiz foi por você — comenta o mais velho e o simples fato dele ter dito "você" chamou a atenção da mesma — Aqueles garotos não mereciam viver... Eles iriam te tirar de mim... Iriam te tirar do nosso mundinho, e você não quer sair do nosso mundinho, não é mesmo?

Ele era um manipulador, mas a menina não sabia disso, não sabia que ele poderia manipular a mesma com a mesma maestria que um cozinheiro manuseia uma faca; contudo, a garota tinha suas próprias convicções, em mundo que criou para si quando o seu pai estava longe. Esse poderia ser um bom escape para os truques mentais do homem.

O mais velho fecha a porta e deixa a mesma com suas pensamentos. O pedido de Bruce não saía da sua mente, ela havia se comprometido a salvar todos do sequestrador que assustava a pequena cidade. Ela estava decidida em relação a isso.

•━━━━━━ END ━━━━━━•

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora