𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 𝐀𝐑𝐄𝐋𝐋𝐀𝐍𝐎

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Você havia voltado de viagem e recusou o convite do menino de estudar com o Finn.

━━━━━━ S/N ━━━━━━

Suspiro profundamente o ar da cidade de Denver, fazendo eu ter um breve déjà-vu de quando cheguei no pequeno há alguns anos atrás.

Meus pais decidiram passar um tempo no Brasil para, nas palavras deles, reconectar-se com o nosso país de origem, assim não esqueceremos as nossas raízes. Agradeço pelos mesmos serem influentes na cidade e terem cargos importantes, caso contrário nunca poderia ter ido por causa da escola.

Finney cumprimenta-me animado e faço o mesmo com o loiro. Ele foi o meu primeiro amigo, foi uma situação engraçada aonde a minha curiosidade exagerada tinha salvado o loiro de ser espancando. Robin era o amigo dele, de fato, muito bonito, contudo, tinha uma personalidade forte; inquieta e muitas das vezes, impulsiva.

O mais engraçado é que fui atraída por isso, até me questiono como isso pode ter acontecido. Faz um tempo desde que declarei para o mexicano que para a minha surpresa; também gostava de mim, mas não queria admitir seus sentimentos e também não queria ser rejeitado. Como alguém rejeitaria Robin Arellano?

— Estava com saudades, mi hermosa — fala o garoto enquanto o encarava brava.

Na minha volta a escola, a primeira visão que tenho do menino é ele batendo no Moose, ele merece? Sim, mas não queria que fosse o Robin batendo nele. Apesar que não tem mais ninguém naquela escola para realizar tal serviço.

— Está realmente brava porquê bati no Moose? — pergunta.

— Estou brava porquê você se machucou! — respondo o mesmo que sorri puxando-me para perto, pois estava em sua frente ajeitando o curativo que ele tinha feito no banheiro.

— Está preocupada comigo? — pergunta sorrindo cínico — Sinto-me honrado por ter tal importância em sua vida — reviro meus olhos e bato levemente no garoto.

O moreno suspira e tranquiliza-me dizendo que será a última vez que irá bater no Moose, mas depois começa a fazer piadas com a cara do garoto que mencionamos na conversa, não nego que rir em algumas.

— Eu vou com o Finn estudar mais tarde... Deseja ir também? — pergunta o menino.

— Não... Eu realmente não estou com vontade... Me sinto cansada com a viagem — digo para o garoto que se oferece para ficar comigo — E ser expulso da escola? Jamais...! Pode ir estudar com o Finn, eu irei ficar bem.

— Promete?

— Prometo.

[...]

Vejo Robin sair pela porta, dou um leve aceno para o mexicano que retribui. O garoto caminha até mim e avisa que iria passar em uma loja de doces, e pergunta-me se iria querer algo do mercadinho.

Sinto um aperto quando o garoto me olha nos olhos, não entendo o porquê.

— Robin... Não acho bom você ir... — peço repentinamente ao garoto que encara-me desconfiado.

— Eu sei que ama a minha presença — brinca e acabo rindo — Por quê? Está com alguma coisa, hermosa?

— Não... É apenas uma sensação ruim — falo.

— Não se preocupe, eu sei me defender. O Moose não conseguiria me pegar sem sua platéia de apoio emocional.

Espero que ele esteja certo. Peço ao menino que ele me compre um chocolate e despeço-me dele. A sensação não passa, o aperto do peito ainda continua, mas tento ignorar e volto a assistir o filme que o mesmo havia me indicado.

[...]

Meus pais não tinham uma boa feição mais cedo, parece que tiveram a notícia que alguém morreu. Caminho em direção a Finn que também carregava a mesma expressão que os meus pais, suspiro fundo e pergunto o que havia acontecido para o loiro.

— O Robin... E-Ele... Ele não chegou na minha casa ontem — diz nervoso e concordo confusa — A polícia ligou e... S/a; ele foi dado como desaparecido...

O sorriso que estava em meu rosto desmancha-se de imediato; sinto meu coração acelerar aos poucos por causa do nervosismo; sentia às lágrimas implorarem para caírem e molhar as minhas bochechas.

Dou meia volta e caminho em direção a minha casa, ouvia os gritos do Finn me chamando, mas eu não queria saber de nada agora; não agora... Não agora que acabei de saber que o meu garoto havia sumido, que ele estava desaparecido e muito provavelmente; ele não iria voltar para mim.

Chego em casa e observo a falta dos mais velhos na residência. Pego o telefone e dígito o número da polícia, mas não sem antes me recuperar da sensação de asfixia.

— Alô... Eu queria uma atualização sobre um desaparecimento... É; sim... Robin Arellano... Ah, ainda desaparecido... Claro, sim, quero me manter atualizada... Aham; tchau.

Desligo rapidamente o telefone e sinto as lágrimas que prendia pelo caminho caírem em meu rosto. Ele estava desaparecido, ninguém tinha notícias dele... Eu ouvia sobre os outros garotos, mas nunca pensei que iria acontecer com ele. Pensar que eu poderia de alguma forma ter evitado isso, se eu dissesse somente alguma coisa diferente, se eu tivesse falado para ele ficar comigo e não ir com o Finn.

A porta se abre e encaro a mesma, observando meus pais aparecerem, antes deles brigarem comigo por me ver fora da escola, os mais velhos caminham até mim e questionam o motivo de estar totalmente aos prantos. Falo apenas sobre o desaparecimento do menino e sou abraçada pelo casal.

Porquê? Por qual razão teve que ser ele? Ele era bom; bom para mim, sempre me fez bem, sempre ajudou seus amigos... Ele não podia ir, não podia.

•━━━━━━ END ━━━━━━•

𝗘𝘀𝘁𝗮𝘃𝗮 𝗰𝗼𝗺 𝗳𝗮𝗹𝘁𝗮 𝗱𝗲 𝘂𝗻𝘀 𝗰𝗮𝗽 𝘁𝗿𝗶𝘀𝘁𝗲𝘀...

𝗚𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗮 𝗶𝗻𝘀𝗽𝗶𝗿𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗲𝘀𝘀𝗲 𝗰𝗮𝗽 𝗳𝗼𝗶 𝗱𝗼 𝗽𝗲𝗿𝗳𝗶𝗹 cazarezgrl

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora