𝐏𝐀𝐑𝐄𝐍𝐓𝐄𝐒

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Você estava receosa em conhecer os familiares do garoto.

━━━━━━ S/N ━━━━━━

Respiro profundamente antes de adentrar na casa da família do garoto. Observo o moreno que aparentava estar tranquilo, ele nem parecia a mesma pessoa que surtou quando me deu a notícia e quase desmaiou por ansiedade. Não julgo ele, acho que ele pensa que devo ter pavor da sua família, de tantas desculpas que já dei para nunca ver a mesma.

- Se quiser ainda podemos ir embora - falo para o mesmo que sorri.

- Não dá não, minha mãe está bem atrás da gente - responde sorrindo forçado e assinto para o menino.

Alondra está ao meu lado e observa a cena com sua típica cara de julgamento. Eu sou muito próxima a ela e de Evany também, contudo, entre as duas nessa situação, eu prefiro Evany para me aconselhar.

- Pensa, você já tem a humilhação, você quer apenas a aprovação... Isso não fez sentido - fala e Miguel olha para a mesma indignado - Cala a boca, eu ao menos estou tentando ajudar ela.

- Casi la está haciendo desaparecer, eso es - o menino fala com a mesma que revira os olhos.

- ¡Es increíble que estés diciendo eso, porque no estás ayudando en nada! - responde a menina e ambos começam a discuti entre si. Era engraçado para mim ver ambos brigando em espanhol, eles nem percebiam que estavam falando em outra língua, pararam apenas quando Wendy pediu para eles.

A mulher repreende o comportamento dos dois, não deixando de fora a diferença de idade entre ele e como Miguel deveria dar o exemplo, e para Alondra, a mulher disse que ela deveria respeitar seu irmão. Achei engraçado a expressão dos irmãos enquanto ouviam a bronca de braços cruzados, pena que durou pouco.

A avó de Miguel aparece cumprimentando a todos em espanhol, agradeço aos céus por ter deixado o garoto me ensinar o idioma. Falo com a mais velha que encara-me surpresa, mas logo abraça-me e entramos na casa.

- Tem... Tem tanta gente, não é...? Porque tem tanta gente? - pergunto ao mesmo que sorri e passa seu braço pelos meus ombros.

- Amor mío, acalme-se e divirta-se - diz e dá um beijo no topo da minha cabeça, retira seu braço do lugar que estava e caminha em direção para cumprimentar aos mais velhos que encaravam o moreno.

Respiro fundo e ando em direção a cozinha e tento lembrar-me o nome da prima do garoto, contudo, nada me vem a mente. A garota vira-se e encara-me sorrindo, além de cumprimentar rapidamente, caminhando em direção a sala.

- Sabe que não precisa ficar tensa desse jeito, não é mesmo? - ouço a voz de Wendy e assinto - Sei como é isso, conhecer a família do seu parceiro... Pode ser desesperador, mas no final, sabe o que vai importar...?

- Como eles me viram? - suponho e a mais velha nega sorrindo.

- Nada, nada que eles falarem irá importar para o Miguel, não se preocupe - a mulher faz sinal para que eu abrace e faço - Relaxe garota, ele te ama muito, muito mesmo - a mais velha acaricia meu cabelo e depois soltou-me do abraço.

- Obrigada, Sra.Wendy - falo para a mais velha e caminho em direção a Miguel que conversava com os seus tios.

Quando ele nota a minha presença, ele apresenta-me todos os que estavam ali. Eles são simpáticos, muito simpáticos, apenas um que acenou brevemente para mim e Miguel explicou que é apenas por ele não gostar desses eventos em família.

Não o julgo, isso aqui para mim está sendo um caos interno, mas até que estou conseguindo disfarçar muito bem. Que ideia mais estúpida, eu poderia ter ficado quieta e apenas esperado o moreno esquecer essa ideia, mas não, eu fui aceitando sem pensar.

- Quem está com fome? - pergunta a avó do menino e ouço pessoas falando juntas que sim - Ótimo, todos para a mesa!

Miguel pega a minha mão e percebo que ninguém estava indo para cozinha, e sim para o lado de fora aonde estava uma mesa gigante. Cada um senta-se em seu lugar e fico em pé quieta, pois não tinha sobrado cadeira para mim.

- Ah, é! - ouço uma mulher dizer - Tinha me esquecido que tinha mais uma. Querida, você poderia ir lá e pegar mais uma cadeira para mim - pede a mulher para a sua filha ao seu lado, além de abrir espaço no meio entre ela e a mais nova, indicando que eu iria sentar ali.

Meu Deus, todos os olhares tinham que estar mesmo em mim!? Eles não tem outra direção para olhar? Caraca, tem tanta comida na mesa, olhem para ela! Ou melhor, olhem pro céu! O céu tá clarinho! Bem bonitinho.

- S/n... Você está pálida - ouço Alondra dizer em inglês e pergunto se aparenta muito - Não; mas pode sentar aqui, eu sento com a minha tia - fala e olha para Miguel - Cuida da sua namorada, garoto! Eu hein.

O moreno encara confuso a menina e depois encara-me, aposto que ele está distraído com a conversa que está tendo com seus parentes. Faço sinal para ele esquecer o que a menina dizia e sento-me ao seu lado.

- Amor... Você está pálida... - comenta - Quer? Gosta de suco? - pergunta e o encaro - Tem razão, essa foi uma pergunta idiota.

- Com toda a certeza foi - falo e bebo o líquido do copo - Uau... Isso está muito bom! - digo e a mulher encara-me.

- Gostou, querida? Foi eu mesma que fiz - a avó de Miguel diz - Estou tão feliz que nosso menininho encontrou alguém, ainda mais uma pessoa tão bonita como ele!

- Bonita? - pergunto e a mulher concorda. Isso com toda a certeza tem efeito positivo em minha autoestima.

- Não apenas de rosto, mas sei que deve ter um bom coração, parece ser alguém assim - fala e sorri para a mulher - Então... Vamos comer!

Um alívio imenso tomou conta do meu corpo ao ouvir a mais velha, a opinião dela é bastante relevante nessa família aparentemente, então, significa que fui aceita na família do menino. Deixo um sorriso bobo escapar e concentro-me no meu prato enquanto ouvia as histórias que eles guardavam para essas ocasiões.

•━━━━━━ END ━━━━━━•

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ᵐⁱᵍᵘᵉˡ ᶜᵃᶻᵃʳᵉᶻ/ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora