_Está muito quieto hoje, Francisco... Estás triste?
_ Não tô triste, profe... Recebemos uma carta do papai hoje.
Francisco segurava um envelope aberto, um selo decorando sua lateral.
_ Já leu?
Francisco acenou afirmativamente com a cabeça.
_ Posso ler? Me permites?
_ Claro, profe.
_ Vou ler... Depois devolvo-a para você.
Mara guardou o envelope entre seus materiais.
_ Agora quero que vocês façam um trabalho em dupla sobre o ciclo da água na natureza! Fiquem com o coleguinha ao seu lado para fazer a atividade. Quero que a dupla faça uma parte escrita, e me entregue. A outra etapa deverá ser de forma oral. Poderá ter desenho ou não...
Lauro, o garoto ruivo da classe, não perde a oportunidade de fazer piada:
_ O café e o leite não vão conseguir fazer a atividade, professora!
_ E porque diz isso, Lauro?
_ Porque nenhum dos dois abre a boca pra falar! Vão tirar zero!
A professora prontamente o ignorou.
_ Cada dupla deverá organizar-se conforme a necessidade. Caso precisem pesquisar algo, poderão fazer uso de livros ou material da biblioteca... Dúvidas?
Mary ergueu a mão em um gesto que expôs a lesão provocada por Léo no dia anterior, deixando um sentimento de espanto na professora.
_ Pergunte... Mas o que é isso na sua mão?
_ Podemos ir na biblioteca agora? Isso... O quê?
Mara segurou a mão da menina e passou suavemente o indicador sobre a marca no interior da mão de Mary.
_ Isso! Quer conversar?
Lauro lançou mais uma piadinha:
_ Isso é fome, sora! Na certa ela foi em algum churrasco por aí e não quis esperar a carne sair do espeto!
Mary corou diante do riso irônico dos colegas. Apenas Francisco permanecia sério e preocupado.
_ Silêncio, crianças! Cada um com seu parceiro de atividade! Sim, Mary, Poderão ir até a biblioteca...
_Obrigada, professora.
Mary e Francisco saíram da sala em direção à biblioteca. O silêncio entre ela e Francisco fez Lauro começar com mais uma das suas:
_ O cafezinho ficou aguado, e o leite tá azedo, sora! Esses dois vão tirar um baita zero!
_ Lauro! Tua mãe esqueceu de te dar tua medicação de novo?
_ Esqueceu sim, sora! Ela não liga mais pra mim!
_ Francisco... Porque tá triste?
_ Tô triste porque eu vi tu machucada...
Mary sentiu um frio tomar conta de seu corpo, e estremeceu ao lembrar dos momentos de verdadeiro terror passados em seu quarto.
_ Isso já vai ficar bom, Francisco. Não se preocupa!
Francisco segurou a mão de Mary.
_ Tu tá muito mais machucada que isso. Eu sei... Eu sinto. Conta pra mim... Quem tá te machucando?
Mary olhou no fundo dos olhos negros de Francisco. Viu neles a mesma doçura que via nos olhos negros do pai.
_ Tenho medo, Francisco... Eu posso confiar em ti?
_ Sempre! E eu sinto que alguém tá te machucando... Vamos, me conta!
_ Tenho muito medo... O Léo...
_ Foi o Léo que te machucou?
Mary baixou os olhos.
_ Foi... Mas não consigo me defender. Minha mãe e eu estamos na casa dele.
_ Foi ele quem cortou tuas tranças, né?
A voz de Mary estava por um fio.
_ Foi.
_ Tu e tua mãe precisam sair daquela casa, Mary. Eu sinto que naquela casa tu vai sofrer... E tua mãe também.
_ Não temos aonde ir... E minha mãe nunca vai sair de lá... Ela gosta daquele luxo todo. Eu já não me importo, gostaria tanto de morar de novo com meu paizinho...
Ao falar do pai, os olhos de Mary se encheram de lágrimas.
Francisco coloca a mão no ombro de Mary e fala baixinho:
_Confia no Papai do Céu, Mary... Ele vai te ajudar... Eu sei... Eu sinto...
_Francisco... Vamos pesquisar... Ou não vamos apresentar nada, como o Lauro falou... Temos que bolar alguma coisa legal pra explicar como a água desce das nuvens e sobe de novo, pra...
Francisco tirou um livro de culinária da estante. Abriu na página que ilustrava uma deliciosa sopa de legumes. Colocou o dedo indicador no queixo e fixou os olhos no teto...
_ Aaaa, tive uma ideia.
Mary não compreendeu... Como um livro de culinária poderia explicar o ciclo de água na natureza? Ficou olhando Francisco... Cruzou os braços...
_ Francisco... Eu não entendi como essa sopa vai nos salvar de um zero...
Francisco inclinou-se, falando baixinho, como se fosse um grande segredo:
_ Olha a figura... É uma panela... A sopa , pra ser feita, tem que ter uma fonte de calor... Não tem sol, mas tem o fogão... A sopa ferve, o vapor sobe até a tampa e quando a gente tira a tampa, o vapor" chove dentro da panela"...
Mary arregalou os olhos...
_ Como tu teve essa ideia?
_ Olha, guria... Eu gosto de um bom prato de sopa, e sempre olho quando minha mãe faz. E ela já me falou que na natureza acontece o mesmo.
Mary deu uma risadinha...
_ Eeeeba! Fiz tu rir! Eu tô feliz, guria!Aaaa, eu sou gaúcho!
_ O que isso tem a ver, Francisco? Se tu é gaúcho tu é feliz? E quem nasce fora do Rio Grande Do Sul não é feliz?
_ Tem tudo a ver... Se o guri é gaúcho de verdade, ele faz uma guria sorrir, como eu fiz... Aquele que faz a guria chorar não merece ser chamado de gaúcho...
Francisco não fazia ideia sobre o efeito de suas palavras em Mary...
_O trabalho, Francisco...Vamos fazer um desenho sobre o ciclo da água...
_ Ótimo! Vamos desenhar a sopa...
Francisco pegou uma folha de papel pardo com a bibliotecária, o lápis e rabiscou, com movimentos rápidos...
_ Prontinho!!!
_ Nossa, Francisco! Já?
_ Desenhar é comigo mesmo! Eu gosto mais é de desenhar caminhões, mas a sopa da mamãe é supimpa!
_ Vamos escrever embaixo do desenho sobre o ciclo de água? Tu mostra o desenho da sopa que fez e eu explico.
Mary e Francisco entraram na sala de aula foram recebidos pelas risadinhas de um grupinho de colegas do fundão. Lauro segurava irônico o envelope selado que Francisco entregara à professora.
_ Veio o"filho do pirata Barba Negra"...
A gargalhada de Lauro espalhou-se corredor afora...
_ Gente! Temos um filho de pirata entre nós! O pai do Francisco vai ter um olho de vidro e uma perna de pau! Eu li aqui...
Os olhos de Francisco se encheram de lágrimas. Baixou a cabeça e saiu correndo da sala.
_ Isso! Vai te esconder debaixo da saia da mamãezinha!
Mary saiu em defesa do amigo...
_Francisco não é filho de pirata!
_ Aqui tá escrito que o pai dele perdeu um olho e uma perna!
Mara tira o envelope das mãos de Lauro.
_ Mexeu no meu material, Lauro? Me acompanhe até a sala do diretor.
_ Mas, de novo?
_ Preciso que respeite o material dos colegas e da professora! Ou ganhará uma advertência, que deverá ser assinada pelo seu pai ou sua mãe...
Lauro olhou assustado para a professora.
_ Não tenho pai, professora... Aliás... Tenho, mas não conheço ele... Mas não conta pra minha mãe que eu... Ela já sofre muito com os problemas do irmão dela, o Zulu.
_Zulu?
- É o irmão mais novo dela. O nome dele é Lucian... O escrivão esqueceu de colocar o"o"...
A caminho da sala da direção, Mara decidiu ouvir sobre a família de Lauro. Pararam em um banco no corredor.
_ Sente-se e conte... Eu gostaria de saber sobre sua família...
_ Não quero sentar!
Lauro franziu a testa... Costumava fazer isso quando alguém tentava conversar com ele, mas Mara se mostrou firme... Tinha por princípio não contrariar uma criança, mas sempre"sentar e conversar"...
_ Isso é escolha sua... Se quiser me contar, talvez eu possa te ajudar de alguma forma.
_ É uma história comprida...
Mara sentiu a resistência de Lauro ao diálogo se derretendo lentamente...
_Tenta resumir, Lauro...
Lauro viu que Mara estava tranquila, e foi se acalmando aos poucos ... A confiança surgia lentamente... Lauro torcia os dedos das mãos enquanto falava...
_ Meu tio... Ele tem 32 anos e era casado com uma moça... Eles tiveram um nenê, e a moça foi embora, deixando o nenê com o Zulu... Ele ficou sem saber o que fazer...
_ Isso me surpreende... Continue...
Lauro, vencido pela voz serena da professora Mara, sentou-se...
_ Minha mãe... Ela tá ajudando o Zulu a cuidar de nenê... Pra ela, acho que eu nem existo... O Zulu trabalha de pedreiro o dia todo... Ela nunca tem tempo pra mim... Esquece de me dar o remédio...
_ Então, você pensa que sua mãe não ama você?
Lauro baixou os olhos:
_ Pensa comigo, Lauro... Você tem quase dez anos, e teu sobrinho é um nenê... Você já é quase um homenzinho... Está na hora de começar a tomar o remédio sozinho... Não esperar que tua mãe faça tudo por ti, não acha?
Mara sentiu que Lauro precisaria de muitos"diálogos"... Sentia que Lauro estava entrando na fase de conflitos da pré adolescência... Pensou em esquecer... Porém, sua ética profissional falou mais alto.
_Lauro... Vamos conversar com sua mãe também, mas está na hora de crescer... Se você tem problemas em casa, não quer dizer que você pode ler a carta que pertence ao Francisco sem permissão. O que você fez não se faz... Ler correspondência dos outros sem permissão é errado. Para nós, adultos, seria um"crime"...
Lauro calou-se diante dos argumentos e do tom de voz tranquilo e incisivo de Mara. Ela tocou de leve seu ombro:
_ E agora, jovenzinho! Vamos até a sala do diretor, e vamos conversar juntos com ele. Ele vai me ajudar a decidir se vamos contar à sua mãe ou não.
_ Vai contar pra ele mesmo?
Lauro olhou interrogativamente para a professora.
_Ele é o diretor, Lauro... Tudo que acontece aqui nesse estabelecimento é responsabilidade dele. E você cometeu alguns erros de conduta. Pensa comigo... O que você faria se estivesse no lugar do Francisco? Você iria gostar se alguém pegasse algo teu e colocasse em público?
_ Não! Eu odiaria!
_ Então, Lauro... Vamos conversar com o diretor. Um bom diálogo abre muitas portas.
Lauro olhou para Mara, como se não compreendesse.
_ Quero dizer que uma boa conversa sempre vai ajudar você a conviver melhor com seus colegas e seus familiares, principalmente com Francisco e Mary, pois você está "pegando pesado" com eles.
Mara conduziu Lauro até a sala da direção.
_ Temos um aluno que esqueceu de tomar sua medicação outra vez, Sr Júlio!
_ Mas... De novo? É a segunda vez essa semana...
_ Já conversei com ele...
Mara colocou a mão no ombro de Lauro...
_ Então, quem foi a vítima da vez, Lauro?
Lauro olhou para Mara, mas preferiu não falar...
_ A mesma vítima de sempre...
_ Francisco...
_ Sim. Preciso conversar com a mãe do Lauro. E estive pensando em alguma maneira de fazer isso.
Júlio encarou Lauro, sentado à sua frente, cruzando e descruzando os dedos da mão, em gestos repetitivos...
_ Pode voltar à sala, Lauro... Tua professora já virá também.
Mara explicou:
_ Eu estive pensando, e tomei uma decisão: vou visitar as famílias dos meus alunos, com a permissão da direção da escola, e a devida autorização de cada família... Tenho o objetivo de aproximar-me das famílias, para tentar compreender cada aluno melhor...
_ Excelente ideia
Professora Mara! Tem minha permissão... Vou providenciar os memorandos aos pais para autorizarem suas visitas.
_ Farei as visitas em horários que não estarei em sala de aula, para não atrapalhar o bom aprendizado das crianças.
_ Ótimo. Mais alguma coisa?
_ Sim. Andei reparando que Mary está com uma marca estranha na parte interna da mão. Espero estar enganada... Parece marca de brasa de cigarro... A mãe e o padrasto fumam...
Júlio arregalou os olhos...
_ Isso é terrivel! Precisamos investigar... Essas visitas que você fará certamente ajudarão a desvendar o caso.
_ Conto com a escola para ajudar a Mary... Agora voltarei à sala de aula. Com licença, diretor.
_ Trabalharemos juntos. Confie em Deus... Vai dar tudo certo!
Ao retornar à sala, Mara foi surpreendida por uma algazarra geral... Francisco e Mary estavam terminando de pintar o desenho iniciado na biblioteca.
_ O cafezinho e o leite vão tirar zero! A fome dos dois não deixou que eles entendessem que a apresentação seria sobre o ciclo de água!
_ Vamos lá... Qual dupla vai apresentar primeiro?
Mary ergueu a mão, para indicar que ela e Francisco apresentariam... Mara reparou novamente na marca na mão de Mary.
_ Podem se posicionar, então, para apresentar a atividade...
Lauro não perde a oportunidade de fazer piada...
_ Vão ensinar a fazer sopa! Só pode!
Mary não perde a pose. Já acostumou com as piadas de Lauro.
_ Então... Francisco está segurando um desenho que fizemos: uma panela, no fogão, cozinhando... Nós fizemos o desenho porque crianças não devem mexer com fogo, mas aqui, embaixo da panela, está a fonte de calor, que está fazendo a água da sopa evaporar... Isso acontece na natureza... O sol é a fonte de calor que esquenta a água dos rios, lagos, mar, e até do chão... Ele faz subir essa água em forma de vapor, até formar as nuvens...Desenhamos a tampa pingando, pra mostrar como o vapor desce de nova em forma de chuva...
Mara e os colegas de Mary e Francisco ficaram surpresos com a explicação simples e correta da dupla sobre o assunto trabalhado.
_ Muito bem! Parabéns para a dupla! Proxima dupla?*
A professora Sirlei entrou na sala de aula, propondo uma atividade diferente das usuais:
_ Estamos iniciando a semana da Pátria... Eu gostaria de propor uma atividade diferente esse ano. Nossa turma fará um ato cívico no morro Alto da Pedra, onde há o campeonato anual de vôo livre.
Miguel saltou da cadeira:
_ Ebbbba! É pertinho da minha casa! Fala, sora!
_Essa atividade consiste em subir no morro, até a rampa de saltos de asa-delta. Ali faremos um ato cívico, representando o grito do Ipiranga. Em seguida, soltaremos balões de gás hélio, nas cores do Brasil, com sementes de árvores nativas da região.
Lenice ergueu a mão...
_ Representar... Seria o quê, professora?
_ Um teatro ao ar livre. Alguns de vocês se vestirão de índios, outros de portugueses, e um, de D Pedro...
Lenir se prontificou:
_ Eu vou fazer o papel de D Pedro!
A gargalhada espalhou-se na sala...
_ Tu é menina, e nem tem roupa de D Pedro! Meninas tem que fazer coisas de meninas! Onde já se viu uma menina montada num cavalo? E vestida de D Pedro?
Lenir encarou o colega com um olhar de desafio...
_ Eu monto o Canela desde bem pequenininha, e posso usar as roupas do uniforme do meu meu pai! Ele é músico da banda municipal... E o cabelo... Eu enfio as tranças embaixo do chapéu, ora!
Lenice emendou:
_ O Canela é super manso... Podemos usar ele sim! Vamos fazer uma espada de papelão ou cartolina... Vai ficar bem original!
Sirlei estava feliz com o entusiasmo das crianças:
_ Vamos chamar um repórter do Jornal NH, para fotografar e fazer uma manchete sobre"Brasilidade na zona rural"...
As crianças olharam admiradas para Sirlei. Jamais imaginavam que uma atividade deles seria divulgada em um jornal.
_ Ebbbbba! Vamos ser importantes! E ser vistos pelo Brasil inteiro!
_ A manchete pode até ser capa do jornal...
_ Então, turma! Aos ensaios!
Após dois dias de ensaio e preparação para o ato cívico, a turma da professora Sirlei preparou-se para subir o morro. Claudio e Arnaldo acompanharam as crianças, pois a escola convidara os pais para prestigiarem o evento.
_ Vou cavalgar com ele até lá em cima, para ele se familiarizar com o ambiente. Depois, a Lenir poderá usá-lo tranquilamente para a encenação.
A subida íngreme que levava ao topo do morro Alto da Pedra, pela primeira vez em sua história, recebia crianças representando índios, portugueses e D Pedro... Estava por acontecer o evento do ano para aquelas crianças e para a comunidade daquele lugar.
_ Nada de barulho desnecessário, por favor!
O céu azul e a vegetação verde completaram o belo cenário daquela manhã de sete de setembro...A imprensa fotografou a encenação e a soltura de balões com as sementes...
_ Olha, professora! Esse balão não quis subir! Acho que tem pouco gás...
Lenice segurava um balão amarelo que teimava em não flutuar... Lenir preparava-se para descer do cavalo, quando o balão que a irmã segurava explodiu... O barulho fez o cavalo sair em disparada, levando Lenir ao desespero...
_ Paaaaai! O Canela não quer parar!
Claudio estava tão desesperado quanto a filha, pois sabia do estrago que uma queda de cavalo poderia causar em alguém, sem contar que poderia atropelar alguma criança...
_ Vou tentar acalmar ele! Se ele escutar minha voz, vai parar de correr!
_ Canela! Ôôôô!
Claudio foi chamando Canela, que parou imediatamente. O movimento brusco do cavalo, ao parar, fez Lenir perder o equilíbrio e tombar ao chão... Miguel viu um filme repassar em sua mente, quando caiu da árvore, no momento que cortara a corda onde o pai tentara o suicídio... Explodiu em lágrimas...
_ Lenir! Acorda!
A menina permanecia desacordada... O desespero foi tomando conta dos presentes.
_Para trás, crianças... Ela precisa respirar! Já chamamos os socorristas!
A professora Sirlei estava desconsolada pelo ocorrido...
_ Foi culpa minha! Eu não deveria ter feito essa atividade em um lugar aberto, nem usando um cavalo de verdade...
_ Foi o destino, professora... A Lenir vai ficar bem, se Deus assim o permitir...
Lenir permanecia inerte, até a chegada da ambulância.
_ Arnaldo! Tu leva o Canela pra casa, põe ele na baia e, que eu vou junto com a Lenir! Tenho que salvar minha filha!
_ Deixa comigo, Claudio! Não se preocupe.
Sirlei interrompeu:
_A Lenice e o Miguel poderão ir com o senhor Arnaldo também... Assim elas já estarão em casa quando a Lenir for liberada do hospital...
No hospital, Claudio esperava aflito pela resposta do médico... Andava de um lado para outro, sem parar.
_ Foi culpa minha, Dr! Eu deveria prever que poderia acontecer algo!
_ Ela vai ficar bem, Sr Claudio! Mas será necessário realizar alguns exames para avaliar se não houve fraturas ou outros problemas. Alguém da família poderá ficar no hospital com ela? É praxe sempre os pacientes da pediatria ter algum familiar acompanhando...
_ Ela tem uma irmã gêmea, minha esposa poderá ficar com a Lenir no hospital... Aí eu ficarei com a Lenice, em casa. Temos amigos de coração e de fé que sei que vão ajudar num momento como esse!
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INFÂNCIA ROUBADA
RandomHistória baseada em fatos reais. ALERTA DE GATILHOS: contém violência, abusos, suicídio e morte. Não indicado para menores de 18 (dezoito) anos e/ou pessoas sensíveis aos assuntos abordados. Miguel e Mary são duas crianças, irmãos... Após a tenta...