Domingo, 8h da manhã e...
-Filha?
–Abri os olhos e me deparei com o rosto de minha mãe em cima dos meus.
-Mãe? São 6h30 da manhã! –Exclamei!
-Oito horas! Levante-se! Precisamos fazer algumas coisas antes do desfile.
-Que desfi... O desfile! –Disse assustado levantando da cama. Não lembrei nem uma só vez durante a semana que passou, o que foi bom, se eu pensasse muito teria desistido. O celular fez barulho em cima do piano e eu fui até lá.
"Querida Aliça, eu mal posso esperar por um próximo encontro. Obrigada por me permitir ficar algum tempo com seu violão, Arthur não tem palavras para descrever o quão maravilhoso foi o passeio. Convido-lhe novamente para sair, dessa vez você escolhe aonde quer ir, próximo final de semana?"
-Sandy-
-Família real-
Respondi e aproveitei para avisar sobre o que teria à noite. Arthur ligou logo depois perguntando se poderia ir com San. Decidimos ir todos juntos.
Passei a tarde no quintal com minha mãe, hidratamos o meu cabelo e fomos a uma clínica de bronzeamento artificial, o máximo que consegui foi ficar mais corada, nada que chegasse perto da aparência das mulheres brasileiras.
Acabamos não precisando pagar. A dona da clínica que parecia ser japonesa conheceu-me da noite do Gramy.
Comecei acreditar no lado bom da fama. Eu ri, sem dúvida , não gastar dinheiro era o melhor. Quem sabe eu viveria eternamente de graça apartir de agora. Eu ri novamente, a minha loucura já estava se multiplicando e eu já nem dava importância para as opiniões ou perseguições.
Às 19h , Arthur e San chegaram pontualmente, fomos no mesmo carro e meus pais seguiram atrás.
-Podemos ir até àGelateria depois? –Perguntou San.
-Não, San! –Hoje não podemos, domingo o movimento triplica por lá, se você esperar, podemos ir no meio dessa semana.
-Está bem! -Ela disse e voltou os olhos para o celular nas mãos . San estava no banco de trás com os pés em cima. Usava um vestido em tons de bege e não tão pomposo como os que a vejo usar na tv. O cabelo caia de lado em uma trança enorme e desfiada.
-Você não vai ficar mexendo no celular em público, San! –Arthur reclamou. Ele deu uma rápida olhada para ela e voltou os olhos para estrada
-Eu sei! –Ela olhou. –Só estou olhando fotos de vocês juntos. Quer dar uma olhada, Aliça?
-Não! –Eu disse o obvio e sorri.
-Qual o seu problema com fotos? –O nosso motorista perguntou. Ele olhava sério para pista. Arthur era muito responsável quando estava dirigindo. Já conhecia uma boa parte dele.
-Nenhum. Não ligo para o que acontece fora. Ninguém sabe da verdade e se soubessem não acreditariam. Apenas não me sinto à vontade, vendo tantas especulações e fofocas.
-E as fotos? –Ele insistiu.
-Elas realmente são bonitas. –Entreguei.
Paramos o carro na outra quadra. O estacionamento já estava lotado, o que me fez pensar se eu estaria atrasada.
-Pronta? –Minha mãe perguntou batendo no vidro em minha janela.
-Não! –Eu sorri nervosa.
-Vai ficar tudo bem! –San disse se inclinando até o banco da frente. Eu repuxei os lábios como quem está encrencada.
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Império
RandomPara provar que sua classe social não conta o que o futuro lhe reserva. Em um século XX onde o mundo é dividido em quatro. O livro começa com a morte do rei, deixando o país e todo povo em estado de choque, mas nada comparado com o estado de Arthur...