Arthur Scaëfer
-Senhor?
-Os corpos dos pais da senhorita Aliça também estão entre os de nossos funcionários na perícia. Sinto muito, majestade.
-Você tem certeza? –Alterei a voz.
-Sim, senhor.
-Quem reconheceu? - O francês que trabalha ao lado da loja da família Hamkins, senhor.
-Eu quero toda a nossa guarda. Eu disse toda! À procura de minha família.
-Já estamos providenciando isso, senhor.
-Ligue para o chefe de exército, me passe a ligação. Depois quero o agente Lians aqui, preciso dele em minha sala em menos de meia hora.
-Sim senhor. –Ele saiu e a porta se fechou.
Não havia tempo para arrependimento, para olhar e ver o quanto falhei, o quão descuidei, deixando minha família sem proteção. Wordsands deveria ser o lugar mais seguro do mundo. E hoje não é.
-Sim! –Falei ao aparelho telefone sobre a mesa de meu gabinete.
-Preciso de todas as informações possíveis coletadas até agora.
-Yan está ferido. –Informei. - Como único sobrevivente é a única fonte que teremos. Mitchel não havia chegado à casa de minha noiva. Porém, contou que uma boa parte de nossos funcionários estava lá.
-Alguma fonte de segurança no local?
-Não! -Falei ao telefone.
-Realeza, não estou aqui para criticar, então não espere que eu pergunte o porquê de seus erros. Preciso que me informe todos os endereços de familiares da senhorita Aliça Hamkins e que me dê permissão para fechar a província, se é que ainda há tempo, preciso fazer o quanto antes.
-Os endereços do qual eu tenho informação serão enviados, a província já está sendo fechada, então só tenha o trabalho de ir até às fronteiras e coordenar.
-Preciso que você tenha o agente Lians no palácio o quanto antes, ele irá rastrear ligações, caso estejamos lhe dando com sequestro.
-Preciso de fotos de sua noiva.
-Chegará juntamente com os endereços.
-Certo. Entraremos em contato assim que tivermos novas informações, Majestade. –Desliguei o aparelho e tratei de enviar a projeção dos mapas da casa de Aliça, da loja e da fazenda de seus pais. Eu tentava a todo tempo não pensar, agir como um rei, manter o equilíbrio entre razão e a expectativa de achá-las.
-Senhor? –Mitchel bateu na porta.
-Entre Mitchel!
–Agente Lians.
-Majestade! Meus agentes já estão lá em baixo. Ficaremos atentos a tudo.
-Obrigado Lians!
-Preciso ouvir tudo com detalhes, o que aconteceu na noite passada.
-Majestade? –Alguém surgiu atrás de Mitchel que ainda estava na porta. Era um de nossos guardas.
-Você estave presente na festa?
-Não! Venho trazer notícias.
-Diga! –Fiquei de pé e andei rapidamente até a porta.
-Esse diário! –Ele tirou algo parecido com uma barra de ouro do bolso sujo. –Ao que me parece é de princesa Sandy. –Puxei o caderno de suas mãos.
-Senhor Scaëfer!
-Espere Lians! Estão datadas! –O olhei.
-A última folha senhor. –Ele indicou. Folheei desesperadamente o caderno. Entre os garranchos sem forma... Duas frases.
"Apesar da festa, ver esse helicóptero foi a melhor coisa da noite"
"Arthur? Não consigo chegar até Aliça eu nem mesmo a vejo de onde estou Yan e os agentes que estão por aqui atiram contra pessoas que eu desconheço. Ha sangue por todo lado. Eu estou com muito medo. Eu não vejo Aliça. Eu nao feji."
-Helicóptero? –Falei devagar enquanto esperava a expressão do agente.
-Quem era o agente responsável pela segurança ontem à noite, Mitchel?
-Yan, senhor Lians.
-Sinto muito, senhor Scaëfer! Precisamos falar com ele. –Consenti.
Há cada hora se multiplicava a quantidade de pessoas dentro e fora de minha casa, helicópteros, agentes, exército, pessoas, imprensa.Um arrepio passou pela minha espinha ao lembrar que no dia da morte de meu pai, fora igual. Mas hoje seria diferente.
Meu relógio marcava às 13h quando a notícia de que nenhum dos helicópteros descritos por minha irmã, eram de wordsands.
Desci as escadas tirando o paletó, já estava suado de tanto pensar,
-Mitchel? –Chamei fazendo todos que estavam trabalhando nas buscas por espionagem olharem. –Como pode ser isso? Isso é loucura. Não tem como esses helicópteros não serem da América Do Norte.
-Estamos rastreando o trafico aéreo de ontem.
-Tem possibilidade de esses helicópteros passarem despercebidos? –Mitchel perguntou.
-Não! –Lians sorriu.
-Senhor? –O homem no aparelho que parecia uma caixa com uma projeção se dirigiu à Lians. O agente olhou. – Descobrimos a origem dos Helicópteros. –Antes que eu pudesse dar o primeiro passo o chefe do exército entrou através da porta principal.
-Senhor? -Uma pausa se prolongou. -Sentimos muito! –Ele olhava-me com pena. De súbito, não entendi a expressão de fim. Os músculos de meu rosto paralisaram. Eu não queria perguntar. O pavor tomou conta da sala e todos esperavam a primeira frase do chefe de exército.
Eu não sabia nada, absolutamente nada... De ali para frente.
Nota da autora: Preciso saber o que se passa na cabeça de vocês. Comentem e deixem um votinho, será importante.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Império
RandomPara provar que sua classe social não conta o que o futuro lhe reserva. Em um século XX onde o mundo é dividido em quatro. O livro começa com a morte do rei, deixando o país e todo povo em estado de choque, mas nada comparado com o estado de Arthur...