-Não há nenhuma Aliça Hamkins aqui, Ohana. -Natasha tentou forçar um sorriso, que sem sucesso soou falso.
-Ohana, vá para seu quarto. -A senhora Bolt ordenou.
-Não precisava tanto, mamãe. -Pietro repreendeu.
-Mil perdões, senhorita Harris.
-Não foi nada. -Natasha tentou ser agradável. -Irei me recolher, estou un tanto cansada. Mas o dia foi incrível.
-Podemos ir ver a lua na praia. -Pietro instigou. -Na companhia de seu noivo... É claro.
-Irei subir. Acho que já está tarde, para Natasha também.
-Não está. -Olhou animada. -Posso acompanhar Pietro?
-Sim, se voltar em menos de uma hora. -Permiti. Sendo justo, mas a realidade é que não acho que caiba à uma mulher comprometida, cenas como essa.
-Essa é a única ordem, majestade? -Natasha brincou. Não gostei da piada, não importa o quanto eu tente ser gentil, pensar, ponderar, ainda viro um velho rabugento aos olhos das meninas de minha família.
-Sim. Tenham cuidado.
-Com Pietro ela está segura, senhor Scaëfer. -Disse o pai orgulhoso.
-Posso acreditar, senhor Bolt. -Sorri. Subi às escadas, estava exausto. Ohana saiu de um dos quartos.
-Para onde você vai? -Interrogou.
-Para meu quarto. E você?
-Vou ficar olhando pela janela. Quer vir?
-Bem... Foi o melhor convite para hoje. -Peguei em seu cabelo. -Me permita, senhorita. -Peguei em seu braço. Ela ficou na altura de minha cintura. Andamos até o final do corredor e viramos à direita, onde havia uma sala vazia, como uma sacada. Sentamos com os pés ao vento.
-Por que você casará com Natasha e não com Aliça?
-Porque é complexo. -Sorri. -São coisas de adulto. -Pisquei.
-E à quem você ama?
-Hana? Algumas coisas não explicamos.
-Ahhh.. -Pareceu pensar. -Aliça é mesmo linda. Ela tem o rosto de alguém que eu goste... E um... Eu gosto dela. -Sorriu apertando os lábios.
-Eu sei Hana. Também à amo.
-Esse vento é bom, não é?
-Sim, é mesmo bom.
-Sabe, quando eu não consigo algo que quero, eu faço acontecer. -Olhou-me. -Feche os olhos.
-Está certo. -Fiz sua vontade. Em segundos, a imagem do mar escuro e da lua foi substituída por total escuridão.
-Imagine algo que você realmente quer.
-Está bem. -Vi o rosto de San, o de Aliça. Elas estavam felizes, ambas estávamos no jardim do palácio, Aliça fazia carinha e San corria de calças de moleque.
-Sinta isso.
-Sim.
-Imagine uma bolha rosa vindo e envolvendo toda a sua visão.
-Consigo ver.
-E então ela vai embora, flutuando. Levando seu desejo para os céus, para Deus e para o Universo.
-Está bem. -Abri os olhos. -Que sensação boa. -Suspirei.
-É uma de nossas tradições. Você pode confiar nisso. Sempre da certo. -Ela abraçou-me. Demorei até retribuir o abraço, mas o fiz.
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Império
DiversosPara provar que sua classe social não conta o que o futuro lhe reserva. Em um século XX onde o mundo é dividido em quatro. O livro começa com a morte do rei, deixando o país e todo povo em estado de choque, mas nada comparado com o estado de Arthur...