-Mas posso ser seu pai por um mês, então você terá que obedecer, mocinha. Ram! -Papai falava com San, quando cheguei à mesa no café da manha.
-Você acorda tão tarde!
-Olha só! Já quer ter brigas de irmãs. -Sorri.
-Acho que agora sim, teremos um exemplo em casa! –Papai disse. -Todos sorrimos enquanto minha mãe concordava com ele.
Minha mãe não parece nem um pouco comigo, nem mesmo na personalidade, Lidsai é seu nome, como disse anteriormente é loira como todos aqui na província. San se passaria por filha dela muito fácil. Os cabelos por incrível que pareça ainda não apresentam fios brancos, e você não sabe o quanto ela se gaba por isso.
Minha nova irmã pôs o copo de leite na boca e só o que vi foram seus olhos verdinhos e as bochechas grandes. Não será difícil ser mãe na adolescência, ainda mais não tendo que passar por todos os sofrimentos naturais por ter um filho. Ela sorriu ao pensar que eu estava sorrindo para ela.
-San? Fiz um brinquedo no jardim, você pode ir ver agora mesmo.
-Vamos ,Aliça! Vamos ver! –Ela disse empolgada.
-Vá com ela papai, vou retirar a mesa do café. -Sandy foi à frente puxando meu pai, mamãe encostou-se à porta para olhar e fiz o mesmo.
Um balanço perfeito estava em nosso jardim e dois confortáveis bancos sustentados por cordas. Meu pai empurrava San, que à cada volta soltava um grito, ela estava radiante. Em uma volta ela se inclinou para frente e eu previ o que iria acontecer.
-San! –Eu gritei. Todos correram para cima da princesa que estava desacordada.
-Buu! –Gritou afastando todos nós para trás.
-Que peça nos pregou, garota! –Eu disse sorrindo e ela pareceu nem ligar.
-Ah Obrigada Josh, eu só vi um desses em revistas. Obrigada mesmo! -Os olhos dela se estreitaram, sendo apertados pelas bochechas ao rir de felicidade. Ela estendeu os braços e todos a abraçamos.
-E a família acaba de aumentar! –Disse meu pai.
Estávamos felizes. A garota era o pequeno pedaço que faltava. Arthur iria gostar de vê-la feliz dessa maneira, estávamos todos sujos, mas sem dúvida o vestido de princesa era o pior ali. Eu sorri para ela e recebi um abraço apertado de terra e grama
Crianças são o próprio espírito da felicidade. Rimos e brincamos o resto da tarde, tentamos ao máximo fazer San se adaptar à nova casa e esquecer um pouco os problemas. Mamãe fez um lanche da tarde, até que o sol se pôs.
-Tire logo essa roupa San! –Eu disse jogando água do chuveiro em seu vestido
-Pare Aliça! –Ela disse rindo.
Já era noite e ainda não tínhamos se livrado de toda a terra. San tirou a roupa e ficou só com a calcinha branca, seu cabelo longo e loirinho chegava à bunda. Como devo falar bunda de uma forma mais elegante?
Passei shampoo em seu cabelo longo e cantei uma música animada, ela estava elétrica, e uma vez e outra eu a segurava para não deslizar na espuma.
-Você acha que vou ter um corpo assim como o seu? –Ela me olhava.
-Ah sim! Claro! Já vejo a fila de boys. Seu irmão terá trabalho. –Rimos e eu torci meus cabelos e enrolei na toalha, logo depois fiz o mesmo com o dela.
-Vamos precisar de roupas normais, não tenho nenhuma para sua idade. Vista essa blusa aqui e amanhã veremos um jeito de comprar novas, esses vestidos de realeza vão pegar poeira por algum tempo.
-Minha mãe tinha uma dessa.
-Essa o que?
-Sua pulseira. Arthur lhe deu hoje, não foi?
-Sim, deu-me no carro, antes de ir.
-Pelo que me lembre, essa tradição vem desde o nosso bisavô, e meu pai ficaria feliz se presenciasse esse momento. Vejo tudo tão bagunçado Aliça, tudo tão urgente e feito as pressas desde que meu pai morreu. Você gostou?
-Sim! Não gosto de joias, porém, essa é perfeita para o momento e para mim.
-E o seu novo sobre nome? Já viu dentro dela?
-Sim! É tudo muito novo, e rápido, mas de certa forma o que sinto por Arthur só ganha firmeza.
-Gosto do fato de ter você usando meu sobre nome.
-Eu também, moça.
Acho que ela já havia dormido quando parou de responder. Passei a outra mão na pulseira e lembrei de todas as frases ditas antes de Arthur partir, eu realmente estava preparada para todos os problemas adiante.
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Império
RandomPara provar que sua classe social não conta o que o futuro lhe reserva. Em um século XX onde o mundo é dividido em quatro. O livro começa com a morte do rei, deixando o país e todo povo em estado de choque, mas nada comparado com o estado de Arthur...