Acordei no sofá, de frente para parede de meu quarto. As coisas estavam fugindo de meu controle. E isso não era novidade.
-Senhor?
-Mitchel! Entre!
-O que há de errado?
-Alguns pares de coisas. -Sorri.
-Menos mal. Seu pai não gostava de impars. -Ele retrucou.
-Faltam dois dias para sua decisão oficial, segundo o casamento.
-Sim! Eu quase esqueci. -Ironizei e ri.
-Já se achou em meio à toda essa confusão? -Ele sentou-se em minha cama. Continuei imóvel de frente para a parede de vidro.
-Isso é um grande problema, Mit. Achar-me! -Sorri.
-Desça para o café. Senhorita Nicole já está em algum lugar do jardin.
-Intediada hoje?
-Sempre! -Ele sorriu.
-Onde está Natasha?
-Ainda não saiu do quarto.
-Estarei lá quando ela sair. -Fui em direção ao banheiro. Mitchel ficou na mesma posição em minha cama. O clima no palácio não mudava sempre. Mas ultimamente sofria de bipolaridade.
Liguei o chuveiro e esperei os pensamentos congelarem.
-Mit? -Chamei sua atenção enquanto secava o cabelo com outra toalha.
-Sim! -Ele se assustou.
-Você está na mesma posição desde quando sai? -Sorri.
-Ao que parece, sim. -Entregou com um sorriso.
-Quero uma coletiva de comunicada para amanhã às nove horas.
-Como assim?
-Uma coletiva de comunicado. Foi o que você ouviu.
-Mas... O que tem a ser comunicado?
-Um suposto casamento... Ou o não acontecimento do mesmo por motivos relevantes.
-O que? -Ele ficou de pé. -Isso seria expor a senhorita Natasha.
-Será? -Questionei. -Ao que me parece, ela gosta de chamar atenção. Isso não será problema.
-Sim! Será! Tanto ela, quando o sobre nome que carrega.
-Marque a coletiva. -Dei por fim e vesti a última peça de roupa.
-Senhor? Eu insisto. Descida isso aqui, entre você e ela. Só leve a público caso seja para comunicar a união.
-A minha decisão foi tomada. Faça seu trabalho e acate. -Sai deixando a porta de meu quarto aberta.
Não olhei a expressão de Mitchel, mas eu sabia qual era, a mesma que ele fazia quando eu e Nicole aprontavamos algo na infância, e ele tinha que contar para meus pais.
-Bonjour! -Sorri para minha prima que era a única pessoa na mesa principal.
-Bom dia! Onde está sua mulher?
-Não aqui. - Sorri.
-Acostume-se!
-Ou não! -Pisquei.
-Senhor? -A Ama de Natasha veio até à mesa.
-Sim, Ama! -Olhamos para ela. -Algum problema?
-A senhorita Natasha não virá para o café, está um tanto indisposta.
-Diga que estou farto de tantas mentiras. Mande-a descer e assumir suas falcatruas. Afinal, ela tem mesmo do que se envergonhar.
-Mas senhor...
-Diga agora mesmo! Mais mentiras no momento só me trás nojo.
-Sim, senhor. -A mulher respondeu e subiu as escadas.
-O que houve? -Nicole não entendeu.
-Prefiro que você não saiba.
-Algo de importante?
-Não! Só sutilezas da família Harris. -Peguei a xícara de café.
-Está bem. -Ela deu de ombros. Quieta de mais para Nicole.
-O que está à pensar tanto?
-Toda essa situação.
-O que tem?
-Ruim de mais até para quem assiste. Como eu.
-Tudo bem. -Sorri. -Devemos se acostumar.
-Que bons ventos a trazem? Natasha. -Sorri. Ela se recuou e sentou em nossa companhia.
-Amanhã às nove da manhã preciso que me acompanhe em uma coletiva de comunicado.
-Por quê preciso ir?
-Porque você é o alvo. -Pisquei.
Sentia-me um tanto mau, por fazer esse joguinho. Mas Natasha precisa aprender pagando, só assim será menos dobrável.
Terminamos o café. Fui para fronteira, reforçar as ordens de proteção.
Não podemos ser tão amigáveis.
Ordenei a presença de 300 homens para o evento público pela manhã e certifiquei-me de não pôr a vida de mais ninguém em risco.
-Mais alguém da família Harris estará aqui, senhor? -O tenente se dirigiu à mim.-Somente Natasha Harris. -Concluí
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Império
RandomPara provar que sua classe social não conta o que o futuro lhe reserva. Em um século XX onde o mundo é dividido em quatro. O livro começa com a morte do rei, deixando o país e todo povo em estado de choque, mas nada comparado com o estado de Arthur...