Capítulo 13

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Que horas são? -Gritei enquanto tirava o shortinho de dormir. Meu pai já havia chamado algumas vezes até que eu acordasse.

-Sete horas! -O cheiro de café fresco era forte e a voz de meu pai estava em um tom mais alto que o normal, quase que um grito. Fiz tudo às pressas e nem a bolsa peguei. O caderno estava na sala carregando e lembrei-me de levar.

Quando cheguei à Universidade, vi a turma do último ano no jardim. Um desfile beneficente. "Os fundos serão doados para instituição do câncer"; dizia o cartaz enorme ao lado da mesa. Fui até lá para comprar uma pulseira. O hospital do câncer recebe bastante dinheiro, mas se tratando do câncer qualquer ajuda é bem vinda. Antes a cura era quase impossível, mas hoje, quase ninguém morre com a doença, a não ser que ela já esteja em estado final. A verdade é que a nossa Universidade gosta de ser bem vista diante da sociedade, apoiando qualquer causa que mereça ser apoiada.

-Quais os dias?

-Domingo! Vinte e sete de junho.

-Quero três! -Pedi para uma das meninas sentadas à mesa do lado de fora da UW.

-Posso falar com você? -A ruiva perguntou. O crachá no peito estava destacando o nome Aysha. -Só um minuto. -Ela disse para as outras meninas e veio até mim. Andamos por quatro metros à frente da mesa.

-Não estamos vendendo tantos ingressos. As meninas que se disponibilizaram até agora, são poucas.

-E o que posso fazer? -Perguntei, indo direto ao assunto.

-Devido à repercussão que sua foto teve no jornal e na TV, pensamos que muitas pessoas iriam querer vir para o desfile só para ver você. Além do mais, isso iria render uma boa publicidade para a UW.

-Nossa! -Congelei. -Eu não gosto da ideia! Só de pensar em usar um salto que tenha a metade de meu tamanho, tenho frio na barriga. -Conclui.

-Isso é uma pena. -Disse ela com o pensamento longe.

-Você pode convencer Fred de sua classe?

-Claro. -Concordei. Dei as costas e fui para minha sala. O clima de universidade era bom e fresco.

-Atrasada novamente? -O professor Isaac reclamou.

-Estava ajudando na arrecadação beneficente. -De certa forma menti, mas nem tanto.

-Que bom. Eu estava conversando com o Reitor. Se você participar, podemos conseguir fundos maiores. -A sala toda gritou.

-Posso ajudar de qualquer maneira... Menos desfilando.

-E se eu cobrir toda a nota que você precisa em minha matéria?

-Isso é injustiça! E além do mais, eu já aceitei outro suborno vindo do reitor.

-Isso é poder, Hamkins! Quem pode; oferece, quem precisa... Aceita! -Ele piscou. Pensei por algum tempo. Eu teria muito mais tempo livre, não precisando estudar tanto em casa.

-Eu vou. -Disse erguendo uma mãe para que eles ficassem em silêncio. -Porém...

-Porém? -Perguntou o professor.

-Com uma condição. Fred? Você desfila? -Eu propus e todos gritaram novamente.

-Estou de luto. -Ele disse.

-Como? -Perguntou Noah.

-Bat morreu. -Ele sorriu e deu de ombros. -Mas todo tempo é tempo de ajudar uma amiga. -Ele levantou e veio até a porta. -O casal mais bonito de Hollywood confirmará presença. Só alguns minutos professor. -Fred disse pondo o braço em volta de meu pescoço.

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