-Bom dia!
-Bom dia, Nicole! -Falei antes de pôr o garfo em minha boca.
-Bom dia, senhorita Nicole.
-Obrigada Mit!
-Dormiu bem?
-Ah claro! Você me sabotou? Não lembro de ter durado muito.
-Talvez a viagem tenha lhe cansado. -Sugeri.
-Quando começa as atividades reais? Suas obrigações?
-Hoje. Mais precisamente na reunião de concelho.
-Temos algum tempo antes?
-Não sou mais o mestre do tênis.
-Isso eu sei. -Ela sorriu e começou a tocar no café da manhã.
O clima estava ameno. Choveu durante toda a noite. Estamos no fim de setembro. Ainda há mais dois longos meses de Outono.
Me sentia bem com a presença de Nicole. É difícil estar só em um palácio cujo o tamanho é maior que dois estádios de basebol.
-Você pode terminar antes da refeição do meio dia? -Ironizei.
-Não! -Ela pôs lentamente o garfo na boca.
-Então acho que posso dar por cancelada a partida de tênis.
-Não! -Ela gritou. - Podemos ir agora.
-Senhor? As roupas de tênis da senhorita Nicole, estão em seu quarto, como foi ordenado.
-Obrigado, Mitchel! Ele balançou a cabeça. Nicole usava uma calça caqui meio folgada, uma blusa básica branca e seus cabelos lisos caiam desajeitados sobre os ombros. Minha prima desde a infância foi assim, quebrando os padrões e nada de relevar as lições reais.
-Vamos? -Ela levantou, passando de qualquer jeito o guardanapo na boca. Sorri e levantei de minha cadeira.
-Como você está? Em relação a perda?
-Nicole...
-Não, Arthur! Você precisa se abrir, para que eu possa ajudar.
-Sinto-me fraco, sem chão. Tento não lembrar que nunca mais as verei... Quando lembro, chega ser desesperador.
-Um.
-Você conhece bem as nossas regras sobre mostrar emoções. Só preciso ser forte, e fazer o melhor para o continente.
-Tem algo que você queira fazer para ajudar?
-Não muito. Não importa o que eu faço. A dor está na mente. Se é que você pode compreender-me.
-Eu compreendo. Acredite. -Ela olhou para o chão e terminamos de subir as escadas. Passamos pelos corredores e então ela entrou em um dos quartos de hospedes. Antes de pôr a roupa de tênis, encostei-me no vidro da parede. Tudo que eu queria, tudo que eu mais queria, era ter San e Aliça de volta. Fechei as mãos em punho e bati no vidro, o que não resultou em nada. -Maldita blindagem!
A caixa com as coisas de Aliça estava sobre meu criado mudo. Queria ter um tempo sem minha prima, para poder ficar a sós com essa caixa. Passei uma de minhas mãos no rosto para se livrar do suor e decidi vestir-me. Peguei a blusa branca e o short bege, o tênis branco estava novo. Mais um de minha coleção protegida por Mit. Nunca abriguei coleções em meu quarto, pelo simples fato de não ver necessidade.
Sai do quarto e fui em direção ao de Nicole, ela escolheu o último do corredor, que dava para os fundos do palácio, para o jardim e também podíamos ver o lago azul. O final do corredor era totalmente de vidro, para permitir uma visão clara, assim como no quarto de Nicole.
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Império
RandomPara provar que sua classe social não conta o que o futuro lhe reserva. Em um século XX onde o mundo é dividido em quatro. O livro começa com a morte do rei, deixando o país e todo povo em estado de choque, mas nada comparado com o estado de Arthur...