-Nick? -Toquei em minha prima, ela já dormia, totalmente espalhada e com um macacão masculino na cor cinza, que por sinal, é bem frouxo.
Banhei e vesti um short qualquer, deitei ao lado de Nicole. Senti algo em baixo de meu travesseiro, o celular de Aliça. Liguei e fui na caixa de mensagens, varias notificações de Noah. Uma raiva de romper respiração se pôs na minha frente. Como? Mesmo agora eu sentia ciúmes do que era meu, ou ao menos do que... Deveria ser meu. Desliguei o abajur e botei o aparelho celular onde estava. Já era quase 2h da madrugada, eu podia ver a avenida principal pelo vidro, hoje ninguém fez questão de puxar as cortinas. Tirei os fios de cabelo do rosto de Nicole, dormindo ela incrivelmente parecia doce, doce como minha irmã, passei o braço em torno dela e fechei meus olhos .
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-Ai! -Reclamei ao receber um chute do poço de delicadeza ao meu lado. Nick ainda dormia, já era 7h25m no relógio sobre a porta.
Banhei e desci às pressas, eu receberia uma visita importante dentro de cinco minutos.
-Mit? -Desci as escadas com pressa. -Por que à essa hora?
-A única forma de falar com a senhorita sem que o pai saiba.
-Tudo bem! Estarei esperando no gabinete. -Fui para o gabinete que fora de meu pai.
Eu não estava ansioso, mas queria ter essa conversa. A conhecida batida de salto feminino podia ser ouvido longe, bati a caneta na mesa, brincando mentalmente com os números, um... dois...três!
-Com licença. -A moça usava um vestido pomposo, mas nada exagerado. Os cabelos loiros a deixavam comum para mim, como... Loiras.
-Bom dia, Natasha Harris! -Levantei de minha poltrona.
-Bom dia, Arthur! -Ela arrastou meu nome.
-Sente-se! -Mostrei uma das duas poltronas à frente de minha mesa. Dei a volta e sentei de frente para ela.
-Então... -Ela parecia curiosa.
-Não vamos ser hipócritas, ambos já devemos ter conhecimento sobre o possível casamento entre sua família. -Olhei. -E o que sobrou da minha.
-Sim. Tenho pleno conhecimento. -Ela encarou-me. Não como tática de sedução, ela tentou se impor através do olhar, os cabelos eram alguns dedos abaixo do ombro, bem liso, e uma franja caia de lado sobre seu rosto, os olhos eram um tom de mel que desconheço.
-Preciso saber sua posição diante disso, e é claro, sua vontade. Esse foi o principal motivo por trás do pedido de conversa.
-Qual?
-Tomar minha decisão segundo sua vontade, e não segundo o que alguém imponha a você.
-Há duas semanas atrás, eu pensava a todo instante em uma maneira de conversar com meu pai sobre a escolha de um marido, escolha essa feita por mim. E não! Não era você.
-Continue.
-Pitter era o homem com quem eu estava certa de que dividiria minha vida. Nos namorávamos há um ano, as escondidas. Porque até então, seria apensa uma diversão. Mas com o passar dos meses, vi que eu não me via com mais ninguém, que não fosse Pitter. -Ela pausou.
-E então... -Ajudei.
-E então pedi para que ele falasse com meu pai, pedisse minha mão em casamento, foi quando seu pai veio a falecer. Meu pai ficou tão cego, com a ideia fixa de que tenho que me casar com você, que seria impossível, ele aceitar um plebeu em nossa família. -Ela olhou as mão e voltou a olhar-me. -Pitter e eu chegamos à conclusão de que a única maneira seria fugir, e foi o que combinamos. -Ela sorriu. -Há exatas duas semanas atrás... -Pausou. -Deixei uma carta de despedida em meu quarto, peguei todo o dinheiro que tinha em minha conta bancaria, joias e também comprei algumas roupas básicas, para que passássemos despercebidos nos lugares.
-Como? E por que você está aqui?
-Sai fugida do palácio, andei por quase um quilometro à pés, para passar por um lugar da área real que não tivesse tantos guardas, porque eu precisaria somente de um, como cúmplice.
-E então?
-Pitter não estava lá. -Ela olhou para o lado. -Havia um papel em um pequeno envelope. Lembro de cada palavra. "Natasha, não peço que entenda-me, porque seria egoismo de minha parte. Eu não enfrentaria seu pai e não viveria em uma vida como a de vocês. Mas de outra forma, também não quero privar você de tudo que um titulo pode dar. Mas mais do que isso, essa noite pensei sobre nós; e não tenho mais certeza se você vale a pena... Se é você quem eu quero.
-Entendo! -Não consegui esconder o espanto.
-E então eu precisei voltar, refazer todo o caminho de volta para o palácio. E voltar era como engolir meu próprio orgulho, engolir meu erro, e ter que engolir o titulo novamente. Caminhei, encarei a expressão de Kayn, o guarda que me ajudara e depois queimar a carta que meu pai leria.
-E o que você deseja no momento?
-Casar com você! -Ela ficou de pé. -Fazer a vontade de meu pai, e ajudar seu país. -Ela pôs as duas mãos na mesa. -Se você pensou que eu fosse fútil, saiba que a maior prova, é por a vontade de vocês, tanto a sua quanto a de meu pai, em primeiro plano.
-Qual sua resposta final?
-Sim Arthur! Segundo à sua escolha, a minha resposta será sim. -Fiquei de pé e a olhei. Pensei que o meu sim viria de outro alguém e tratado em um outro lugar, não em uma bancada de negócios.
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Império
RandomPara provar que sua classe social não conta o que o futuro lhe reserva. Em um século XX onde o mundo é dividido em quatro. O livro começa com a morte do rei, deixando o país e todo povo em estado de choque, mas nada comparado com o estado de Arthur...