Capítulo 1

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48hs antes do primeiro e péssimo encontro entre Arthur e Aliça Hamkins.

"Eu poderia esperar o amor vir de todas as direções, mas nunca que viesse em uma Ferrari preta à mais de 90km por hora e quase acabasse com minha vida."

1960

-Aliça Hamkins-

-Mãe? -Gritei. - Onde está meu moletom vermelho que há cinco minutos deixei aqui?

-Serve esse? -Ela levantou o moletom encharcado de água que batia na maquina de lavar.

-Droga! - Arfei. -Precisamos urgente de uma dessas novas maquinas a seco. -Reclamei.

-Não culpe a maquina, Ali! Pessoas normais, possuem mais que três calças e dois moletons.

-Podemos discutir isso depois? -Perguntei cortando qualquer conversa idiota que estivesse por vir. Falar de roupas era a última coisa que queria agora.

-Quando quiser, querida. -Ela sorriu com o sarcasmo.

Peguei minha bolsa surrada e saí com uma blusa nada adorável em relação ao frio que fez minhas pernas tremerem. Mesmo em junho, na primavera há dias que são gelados o suficiente para fazer um picolé ao ar livre. Botei o fone de ouvido e dirigi-me ao palácio

Meu celular tem a mesma função de um ipod, não uso para mais nada além disso; escutar música. Já pensei em comprar um ipod e abandonar o celular, porém meus pais fazem questão de me rastrear, podendo ligar. As vezes o cuidado excessivo deles é uma bola de neve gigante.

A casa em que moro fica no meio termo da província, o que não é no bairro mais rico, mas também não fica no subúrbio.

Chegando ao palácio, vi o tumulto de pessoas, entre elas, repórteres famintos, desejosos por mais informações sobre a morte de Andrews. Os soldados que rodeavam o quarteirão eram donos de expressões sérias, e que não deixavam transparecer nenhum sentimento, se é que ainda tinham. De tanto conviver com o mal, eles acabam ficando dormentes.

Quando alguém vai pôr ponto final em tudo isso? Desde que era criança, vejo pessoas morrerem todo ano por lutar na guerra, e outras que nem sabem o significado de tamanha briga, pagar também. O problema é que temos muito poder para poucas pessoas, e quanto mais você tem do poder... Mais você quer.

Eu não conseguia distinguir quais helicópteros faziam guarda e quais eram da imprensa. O vento que ambos causavam fazia meu cabelo voar, o mesmo acontecia com o vestido da loira que estava à minha frente.

Fiquei à uma distância de trinta metros antes das grades de proteção da casa real, o que não era tão longe para me impedir de ver o filho do rei. Uma camisa básica, bege, que por sinal, deixava evidente os músculos por trás dela, a pele abatida estava uns dois tons mais clara e pálida que o normal. O seu rosto estava sem expressão alguma, o que me fez lembrar de uma frase que li em um livro antigo; "cabe ao rei estar preparado para qualquer situação, e se não estiver... Fingir que está."

Quantas vezes os integrantes dessa família escondiam sentimentos, perdas e tristezas? Quantas vezes o país presenciou sorrisos sutis quando a situação estava preta?

Arthur é o filho mais velho de Andrews, depois dele só vem Sandy, com nove anos de idade. É impossível não conhecer a família real, não saber sobre ela, afinal, moramos na província Estado. Mídia, jornais e até na faculdade tocam diariamente em algum assunto sobre eles.

Sendo herdeiro do poder de toda a América do Norte, Arthur Scaëfer é conhecido em todo o mundo. Erner é rei do continente africano e mora em Laisve, onde é o país cede, kassius comanda Pantag que é como se chama toda a América do Sul desde que foi tomada à força, o poder lá é passado por monarquia, assim o continente só deve esperar que o filho seja mais justo e queira lutar pelos interesses do povo, o que não é o caso do pai, que ao contrario disso, apóia a própria máfia Pan e é acusado por vários países de violar as leis de direitos humanos. E por fim, toda Ásia, Europa e Oceania estão com o Império, eles nunca se metem em rixas dos outros três poderes menores. Mesmo sendo o povo mais rico e poderoso do mundo, é o mais isolado.

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