Capítulo 48

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-Espere, Arthur! -Ela ria descompensada. 

-Depois nos falamos. -Subi às escadas. 

-Como quiser. -Ela sorriu. Fácil assim? Sem insistir? Sem berrar? Olhei para trás, na intenção de dar uma conferida se ela realmente estava bem.

-Certo. -Entrei em meu quarto e tranquei a porta. Ninguém entraria de surpresa. Não hoje.

Tudo passa tão rápido. Se minha vida continuar rodando na mesma velocidade, semana que vem terei trinta anos.

Está quase insuportável aguentar Natasha, principalmente quando ela vem de uma obrigação. Obrigações não são as coisas mais interessantes do mundo.

Por um lado, eu podia abdicar, e ter uma vida sem preocupações, sem amor, mas sem Natasha. Por outro, o certo é que eu siga com a linha do lado de meu pai, uma vez passada para meu tio, não tem volta.

-Arthur?

-Entre, Nicole!

-Por que os gritos?

-Natasha descompensada.

-Ela vai casar por obrigação. -Nicole riu. -Agora que você percebeu que ela é descompensada? -Arfou.

-Não esperava tanto. -Sorri.

-Se você pretende casar-se, terá que ter pouco mais de paciência.

-Eu sei. -Concluí.

-Como andam as investigações do... -Ela pigarreou. -Atentando à província.

-Esqueci-me totalmente de perguntar a origem dos helicópteros. Amanhã verei isso.

-Sim. -Ela deitou-se em minha cama. -Está ficando escuro. -Argumentou. -Acho melhor ir desculpar-se com Natasha antes do jantar.

-Concordo. Embora a infantilidade seja dela. Tenho que manter a paz por aqui. Irei banhar antes. Desço com ela para a janta.

-O que você está esperando?

-Você sair de meu quarto. -A olhei.

-Nunca precisou. -Nick riu.
 
  Banhei em menos de vinte minutos. Quando sai, minha prima não estava mais lá. Vesti uma calça caqui berge e uma regata branca. Bati a porta e fui em direção ao quarto de Natasha.

-Desculpe-me papai. -Ela parecia falar ao telefone. Caminhei devagar até chegar perto o bastante pra ouvir o que falavam. -Sim. Eu fiz como o combinado. Tive relações com Arthur. Ele não tem mais como me negar o casamento.

-O que? -Empurrei a porta e a surpreendi.

-Arthur? -Ela ficou pálida em questão de segundos.

-Repita o que você disse, Natasha!

-Arthur, eu sinto...

-Isso é uma ordem!

-Estava tudo em nossos planos. Eu..

-Não! -Alterei. -Como você pôde? Isso é ridículo de mais até para você. -Balancei a cabeça em sinal de total desaprovação.

-Arthur? -Ela segurou em meu braço

-Solte-me!

-Perdão! De início eu...

-Cale a boca! Cale! a! boca!
-Bati a porta e voltei para meu quarto.

Me sentia um total fracasso. Usado para vontade de todos. Menos para as minhas. Como eu pude cair nos planos de pessoas totalmente estranhas. Pessoas que até então nem se importavam com o que eu acabara de passar.

   Soquiei o vidro da parede de meu quarto. A raiva que sentia da família Harris só não era menor que o nojo e a total aversão à eles.

-Arthur?

-Já falei para sair. Não insista! -Falei entre dentes para a garota que estava do lado de fora da porta.

-Só me diga se vamos...

-Natasha! -Fui até a porta e tentei controlar a emissão de raiva. -Vá para seu quarto. Amanhã darei minha resposta final. Saia!

-Eu espero! -Ela disse entre lágrimas, segurou a barra do vestido e tomou a direção esquerda do corredor branco.

  Definitivamente não será essa a mulher que quero passar o resto dos meus dias. Alguém tão dobrável. -Minhas bochechas queimavam.  -Dobrável feito papel. Feito uma realeza. -Pensei. -Ah Aliça! Por que faz isso? Você poderia ser feliz. Todos nós poderíamos.

  Tirei a camisa e encostei a cabeça no vidro. O jardin estava escuro. A avenida vazia e nada era como antes. Absolutamente... Nada!

    
                   ∞∞∞∞∞∞∞ 

Nota: Mil perdões. Havia perdido a minha conta aqui no wattpad. Só hoje consegui recuperar o email e então a conta do livro. Vou postar todo o final aqui. E amanhã tem mais.

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