-Pegou tudo amor?
-Sim, mãe. -Disse pela décima vez.
-Então, boa viagem.
-Confiamos em você! -Meu pai disse e enquanto eu entrava no carro do reitor Erman. Dei um último aceno e subi o vidro. Eles ainda olhavam da frente de casa. A proporção da preocupação de minha mãe era a mesma do orgulho que meu pai sentia.
O reitor permaneceu calado durante todo o caminho até o aeroporto. Eu sabia que ele não queria falar para não mudar nada em meu ponto de vista.
Em menos de vinte minutos estávamos no aeroporto. Fiz o check-in e logo depois entrei no avião. Erman ficou há cinco poltronas na frente da minha. Em nem uma outra ocasião eu viajara de primeira classe.
Foi só o avião decolar que meus olhos pesaram. Dormi sem se importar com quem estava ao lado.
-Hamkins? -O reitor estava à cima de mim. Já de pé ele me olhava. -Chegamos. Estamos em Washington.
-Ah sim! -Levantei da poltrona e acompanhei as outras pessoas. O clima estava ameno. Pegamos as malas e esperamos um taxi. É quase impossível conseguir um. Depois de acenar muito, um dos carros parou. Botei as minhas malas no porta malas e entramos.
-Todos nós ficaremos em um mesmo hotel?
-Sim! Inclusive Erner, Kassius e... Ah... -Ele pigarreou. -Arthur Scaëfer.
-Tudo bem. A que horas será o debate?
-Amanhã à noite.
-Vou ter acesso à internet no quarto?
-Não. Assim que chegarmos, as regras serão passadas.
-E Kassius? Estaremos em segurança?
-Claro que sim.
-Ah.
-Ele não terá acesso ao andar em que vocês três e nós reitores estaremos. -Eu sentia uma pontada de medo. Mas se garantissem minha segurança. -Dei de ombros.
O taxi parou na frente do hotel e ambos descemos. Eu usava calça jeans e o moletom azul da Universidade. Em frente ao hotel havia em torno de cinquenta soldados e mais dez usando outra cor de uniforme. Provavelmente os de Erner ou Kassius.
Andamos até a porta do hotel. Era bem mais requintado e luxuoso que o Palace.
-Onde está seu cartão com a senha? -O reitor perguntou.
-Aqui! -Mostrei em minha mão. Só com o cartão passaríamos por toda a segurança. -Todos os hóspedes precisam usar um desses?
-Quantas pessoas você acha que tem ai dentro, Hamkins? Eles não irão receber nenhum hospede por três dias. -Venha! -Ele chamou.
-Identificação! -O guarda ordenou.
Ambos entregamos os cartões e ele passou na maquininha ao lado da porta giratória. Digitais depois. -Vocês podem entrar. Logo irão encontrar quem leve as bagagens e mostre os respetivos quartos.
-Está bem! -O reitor afirmou. Passamos pela porta. Já ao lado de dentro eu cruzei os olhos em uma menina loira e baixinha. Provavelmente a representante de Harvard de quem o reitor havia falado. Ela mexia em alguns papeis em mãos e parecia preocupada.
-Vocês serão acompanhados por quatro guardas. Eles ficarão do lado de fora só para garantir suas integridades físicas. -Uma moça que usava um vestido grande e justo disse. O cabelo estava em um coque lambido e o óculos de grau era delicado. Entramos no elevador acompanhado dos guardas. Todos calados chegamos ao décimo terceiro andar, onde o elevador parou.
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Império
RandomPara provar que sua classe social não conta o que o futuro lhe reserva. Em um século XX onde o mundo é dividido em quatro. O livro começa com a morte do rei, deixando o país e todo povo em estado de choque, mas nada comparado com o estado de Arthur...