Capítulo 18

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-Pegou tudo amor?

-Sim, mãe.  -Disse pela décima vez.

-Então, boa viagem.

-Confiamos em você!  -Meu pai disse e enquanto eu entrava no carro do reitor Erman.  Dei um último aceno e subi o vidro. Eles ainda olhavam da frente de casa. A proporção da preocupação de minha mãe era a mesma do orgulho que meu pai sentia.

O reitor permaneceu calado durante todo o caminho até o aeroporto.  Eu sabia que ele não queria falar para não mudar nada em meu ponto de vista.

Em menos de vinte minutos estávamos no aeroporto.  Fiz o check-in e logo depois entrei no avião.   Erman ficou há cinco poltronas na frente da minha. Em nem uma outra ocasião eu viajara de primeira classe.

Foi só o avião decolar que meus olhos pesaram. Dormi sem se importar com quem estava ao lado.

-Hamkins?  -O reitor estava à cima de mim. Já de pé ele me olhava. -Chegamos. Estamos em Washington.

-Ah sim! -Levantei da poltrona e acompanhei as outras pessoas.  O clima estava ameno. Pegamos as malas e esperamos um taxi. É quase impossível conseguir um. Depois de acenar muito, um dos carros parou. Botei as minhas malas no porta malas e entramos.

-Todos nós ficaremos em um mesmo hotel?

-Sim! Inclusive Erner,  Kassius e... Ah...  -Ele pigarreou.  -Arthur Scaëfer.

-Tudo bem. A que horas será o debate?

-Amanhã à noite.

-Vou ter acesso à internet no quarto?

-Não.  Assim que chegarmos, as regras serão passadas.

-E Kassius? Estaremos em segurança?

-Claro que sim.

-Ah.

-Ele não terá acesso ao andar em que vocês três e nós reitores estaremos. -Eu sentia uma pontada de medo. Mas se garantissem minha segurança. -Dei de ombros.

O taxi parou na frente do hotel e ambos descemos. Eu usava calça jeans e o moletom azul da Universidade. Em frente ao hotel havia em torno de cinquenta soldados e mais dez usando outra cor de uniforme. Provavelmente os de Erner ou Kassius.

Andamos até a porta do hotel. Era bem mais requintado e luxuoso que o Palace.

-Onde está seu cartão com a senha? -O reitor perguntou.

-Aqui! -Mostrei em minha mão.  Só com o cartão passaríamos por toda a segurança.  -Todos os hóspedes precisam usar um desses?

-Quantas pessoas você acha que tem ai dentro, Hamkins?  Eles não irão receber nenhum hospede por três dias. -Venha!  -Ele chamou.

-Identificação!  -O guarda ordenou. 

Ambos entregamos os cartões e ele passou na maquininha ao lado da porta giratória. Digitais depois. -Vocês podem entrar. Logo irão encontrar quem leve as bagagens e mostre os respetivos quartos.

-Está bem! -O reitor afirmou. Passamos pela porta. Já ao lado de dentro eu cruzei os olhos em uma menina loira e baixinha. Provavelmente a representante de Harvard de quem o reitor havia falado. Ela mexia em alguns papeis em mãos e parecia preocupada.

-Vocês serão acompanhados por quatro guardas.  Eles ficarão do lado de fora só para garantir suas integridades físicas. -Uma moça que usava um vestido grande e justo disse. O cabelo estava em um coque lambido e o óculos de grau era delicado. Entramos no elevador acompanhado dos guardas. Todos calados chegamos ao décimo terceiro andar, onde o elevador parou.

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