-Natasha Harris-
-E então? -Pressionei Arthur. Eram 6h, ele não havia dormido, nem eu, com todos os nossos problemas.
Já se fazia muito tempo desde que saí de casa, abandonei meu pai, e tudo que ele me ensinara, e até agora, nem um passo tomamos.
Estávamos sentados no último degrau da escada, eu olhava em seu rosto e ele encarava o teto, como quem irá tomar uma decisão e precisa pensar.
Ninguém lá em baixo parecia tentar ouvir nossa conversa, realmente havia muito trabalho. Nicole ainda não havia descido, Mit e o resto dos funcionários, cumpriam suas tarefas habituais.
-Casamos em duas semanas. -Olhou-me. -Uma onda de felicidade vibrou em meu corpo, eu queria sorrir feito criança quando consegue a promessa de seu brinquedo dos sonhos.
-Não voltará atrás?
-Já voltei antes?
-Não.
-Não vou mudar agora. -Garantiu. -Suba e durma um pouco mais, seus olhos deixam claro que ainda não descansou.
-Obrigada, Arthur. -Levantei. Passei a mão sobre o vestido enquanto ele ainda me encarava com delicadeza. -Você é um rei nobre, em todos os sentidos. -Elogiei.
Saí o deixando lá, eu estava satisfeita, feliz. Acho que agora já podia fazer planos. Muitos deles.
Entrei em meu quarto. Eu precisava falar com meu pai, devia isso a ele, já se faziam semanas que não o ligava, e ele também não o fez. Em parte acho que ele não se importa. Sr.Harris é muito político, muito tático, mas sei que se algo de ruim acontecer, ele me procurará.
Peguei o celular no criado mudo e sentei na cama, procurei o número na agenda, Pai.
-Sua chamada está sendo gravada por questões de segurança. A ligação está sendo completada.
-Pai?
-Natasha?
-Oi, Pai.
-Você acabará atrapalhando meus planos, não tenho recebido nem uma notícia interna da Norte América. Você está sendo inútil, Natasha!
-Pai? Você realmente não se preocupa? Não se importa com minha felicidade?
-Sim. Mas antes temos trabalhos. Você acabará virando governante do palácio, se demorar mais um mês para casar-se.
-Liguei para...
-Ache um jeito de cumprir o nosso combinando, sem mais.
-O senhor está ocupado?
-Sim. Se falamos quando você tiver notícias razoáveis.
-Pai? -O bipe tocou. Ele havia desligado. Olhei para o lado, queria certificar que ninguém teria ouvido. A vergonha que sentia do amor paterno de meu pai era enorme.
Não tive tempo de contar sobre meu casamento. Teria que ligar outra vez... Quem sabe em um outro dia.
Fiz todas as refeições no quarto, assim como Nicole.
Lians teve conhecimento de um dos autores das mortes na UW.
Metade das pessoas que faziam trabalhos internos continuaram no palácio, a outra metade foi liberada.
Meu noivo marcou um comunicado em rede aberta, para explicar e dar seu ver a toda a situação que afligia Wordsands.
Banhei mais tarde, depois que jantei. Vesti algo leve, uma camisola branca, e soltei os cabelos, que passara o dia amarrado. Liguei a TV.
As pessoas lá fora faziam barulho a todo tempo, não havia maneira de esquecer que algo estava errado. Eu odiava não ter estabilidade.
Deitei na cama, ví três filmes seguídos, e o sono ainda não havia chegado, talvez a notícia do casamento tenha deixado-me ansiosa. O relógio acima da porta marcava às 00:40.
-Natasha?
-Arthur? -Corri até a porta, de imediato pensei que algo grave acabara de acontecer. Abri as pressas. -O que houve?
-Não há nada.
-Entre! -Peguei em seu braço, notei que ele já havia banhado, e estava de bermuda, com toda certeza, decidirá descansar.
-Você não precisa mendigar atenção. -Falou enquanto eu encostava a porta.
-Como assim?
-A ligação para seu pai.
-Como...
-Eu tenho conhecimento de tudo que acontece aqui. E não de hoje.
-Me perdoe, eu não quis...
-Você não precisa se desculpar, não há nada de errado. Mas não a quero passando por maus tratos da parte de seu pai. Você não precisa.
-Queria avisá-lo da cerimônia de casamento. Mas não tive oportunidade.
-Esqueça isso. -Ele pediu. Só então notei que eu ainda estava de camisola, olhei para meu corpo, e por reflexo, ele fez o mesmo. -Desculpe o momento, só desocupei há meia hora atrás.
-Obrigada por vir. -Cheguei mais perto e o abracei. Até então estávamos de pés, perto da porta. As cortinas de minha parede estavam fechadas.
-Natasha...
-Não fale nada, apenas aproveite a companhia. -Botei as mãos em seu rosto, e olhei em seus olhos. Ele estava sem defesa alguma.
Cheguei mais perto e beijei delicadamente em sua boca, dando espaço para ele continuar se quisesse. Para minha surpresa, ele continuou a me beijar, passei os braços em volta de seu pescoço, e então... Nossos corpos estavam próximos o bastante para que eu seguisse em frente.
Tirei uma de minhas mãos de seu ombro e desci por sua camisa branca, puxei por sua cabeça, e assim o levei até minha cama. Eu o teria de todas as formas, ele era meu noivo, e jamais seria de mais ninguém. Me sentia a pessoa mais sortuda do mundo enquanto ele deitava com delicadeza em cima de meu corpo. Sua boca percorrendo meu pescoço e em seguida seios, abracei ele com todas as minhas forças, o meu lugar preferido.
Arthur tirou minha camisola, e em seguida sua bermuda, a primeira vez em que eu realmente sabia que ele me queria com reciprocidade.
-Arthur? -Susurrei.
-Um. -Ele disse ofegante.
-Você me quer? -Ele pareceu não se importar, fechou as mãos nas minhas, e olhou em meus olhos.
-Sim. -A palavra mais esperada de toda a minha vida, talvez. Entreguei-me por completo a ele. Arthur é lindo, é a perfeição em forma de homem, e estava a ser meu. Ele tinha intensidade e desejo em cada movimento, e meu corpo reagia a cada um deles.
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Império
RandomPara provar que sua classe social não conta o que o futuro lhe reserva. Em um século XX onde o mundo é dividido em quatro. O livro começa com a morte do rei, deixando o país e todo povo em estado de choque, mas nada comparado com o estado de Arthur...