-Senhor? Os carros esperam por todos nós lá fora. Assim que possível, iremos. -Olhei para Mitchel e abotoei o último botão em meu paletó preto.
-Chame Natasha e certifique-se de que Nicole ficará bem.
-O tenente Lian nos acompanhará.
-Está bem! -Concordei. -Não quero a presença de Ama. Avise Natasha. Espero no carro. -Sai de meu quarto e Fechei a porta.
Mit ainda tinha esperança de que eu desistisse de envergonhar Natasha em público. Mesmo sem saber se era realmente isso que seria feito.
Andei pelos corredores brancos. O meu sapato fazia pequenos ruídos no chão de mármore italiana.
Talvez eu só tenha reclamado até agora. Minha irmã, Aliça, obrigações, traições, mentiras. Reclamar não resolveria dez por cento dos problemas reais. No momento minha obrigação era o maior deles.
Desci as escadas. Mais tilintar de um único som em toda a sala principal.
Da porta eu pude ver os carros pretos, não era possível ver nada além dos vidros. Alguns homens estavam no jardin. Sete carros. Exclusivamente iguais e em fila. Tapando totalmente a visão de quem via através das grades de proteção do palácio.-Majestade! -O soldado fez reverência.
-Bom dia! -Balancei a cabeça.
Entrei no terceiro carro. Depois de alguns anos, as táticas de segurança ficam clichê de mais. Ninguém saberia em qual dos carros eu estava. Conte-me uma nova. -Sorri.
Natasha atravessou a porta. Mitchel à acompanhava. Sua cabeça estava baixa e o vestido acetinado azul deixava tudo mais idiota. Aliça estaria com qualquer jeans velho que achasse primeiro. Maldita Aliça.
Tomei uma decisão. Mit e a filha de Harris entraram em um mesmo carro. Olhei o relógio. Sete horas e quarenta minutos.
∞∞∞∞∞∞
-Boa noite à todos! Rostos diferentes e indiferentes olhavam. Percebi que meu país não gosta de surpresas. Eles sempre esperam o pior. Ao menos de mim.
Natasha estava mais atrás no palco elaborado às pressas. A tensão gravitava sob sua cabeça.
As câmeras focavam em mim, ou quem sabe, somente no que eu iria dizer.
-Senhor? -Mit cochichou atrás da cortina preta. Evitei olhar. Já que estava em rede aberta. -Erner Harris! No telefone. -Ele continuou.
Maldito impertinente. Como esqueci-me do pai de Natasha. Ele com toda certeza estava furioso, talvez apenas se sentindo traído... Como eu.
Percebi que todos esperavam, enquanto eu estava longe de mais.
-Nosso país acabara de passar por grandes perdas. -Minha voz ecoava pelos cantos da praça pública. -Perdas das quais, tenho lutado para superar. E principalmente... Para que não atinjam vocês. -Conclui.
-Senhor? -Mitchel insistia.
-Algumas pessoas, no entanto... -Olhei para Natasha. -Querem impor suas vontades. -Fechei a expressão. -Esquecendo-se quem é o futuro rei... Quem aqui, toma as decisões por todo um continente. -Caminhei até Natasha. Que nitidamente não se sentia em casa. Sorri. -Quero apresentar-vos uma pessoa. -Peguei em seu braço e andei até a ponta do palanque. Onde as câmeras podiam ficar mais perto fisicamente. -Essa é Natasha Harris, senhores. -As pessoas à olhavam. -Nesse momento, o mundo está olhando para você. -Cochichei em seu ouvido. Ela apenas corou, e engoliu em seco.
-Há duas semanas, eu e seu pai, como todos conhecem, Erner Harris, conversamos sobre uma suposta união. Não só entre dois continentes, mas entre essa jovem e eu. -Peguei em seu rosto e voltei o olhar para os rostos confusos. -Porém... Recentemente, descobri que por trás desse rosto de anjo, que tem essa bela moça. -Pisquei e todos riram. Assobios, gritos e todo tipo de barulho ecoavam em cima de minha voz. -Também há a mulher com quem irei casar-me. -Concluí. Natasha olhou-me surpresa. Aproveitei a deixa e segurei em sua mão. -Saibam que, todo esforço vale a pena, quando se tem que lutar por um bem maior... Por um bem estar continental e não meu. -Fechei com essas palavras. Todos saberiam que eu não casaria por amor, e isso por si só... Já era uma punição para o sobrenome Harris.
Dei a palavra para o homem de terno. Acenei para a multidão que gritava meu nome e retirei-me. De mãos dadas com minha obrigação real.
-Obrigada! -A voz rouca de menina aliviada endagou.
-Não fiz mais que minha obrigação! Sem Aliça. Dou minha palavra de que irei tornar tudo isso menos desagradável. Só peço honestidade.
-Eu darei.
-A partir desse momento, você deve respeito somente à mim, nem que para isso, precise contrariar seu pai. -Ela concordou apenas com um jesto de afirmação com a cabeça. Repórter vazaram de todos os lados, e então puxei em sua mão e nos confiamos aos guardas.
-Senhor?
-Aqui!! Aqui!
-Um minuto! Só responda se... -Os jornalistas estavam em desacordo. Cada um falava uma coisa.
-Se esqueceu Aliça Hamkins? Tão cedo.
-Magestade? Aqui!
-Já que realmente vai casar por um bem maior. Podemos chamar de... Obrigação? -Outro deles apontou a câmera em meu rosto.
-Venha Natasha! -Corri até um dos carros e entrei.
-Obrigada! Obrigada! -Ela repetia, como um mantra.
-Para a casa real! -Ordenei.
Nota: Oi meus docinhos, coisas da minha vida vocês. Estou me esforçando muito pra conseguir postar rápido. Porque como disse, tenho que alternar com o estudo. Desculpem os erros, não estou com tempo para revisar.
O que vocês estão sentindo??
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Império
RandomPara provar que sua classe social não conta o que o futuro lhe reserva. Em um século XX onde o mundo é dividido em quatro. O livro começa com a morte do rei, deixando o país e todo povo em estado de choque, mas nada comparado com o estado de Arthur...