-Sim! -Natasha sorriu. -Achamos uma estrela do mar, conversamos e pegamos algumas coisas. -Mostrou as mãos sujas de areia com a mesma intensidade de uma criança.
-Sua noiva foi uma ótima companhia. -Entregou Pietro. -Majestade.
-Acho melhor subir para vestir algo mais quente, Natasha. O tempo está esfriando. -Pedi.
-Foi ironia? -Nick sorriu.
-Não! Preocupação. -Não saia mais sem aviso prévio. Você sabe de nossos antecedentes. -Completei.
-Tudo bem. -Natasha disse. -Até mais Pietro. Obrigada.
-Não foi nada, senhorita Natasha. -Até mais. -Pietro beijou o rosto de sua irmã, que estava ao meu lado e entrou no espaço entre a bancada da recepção e a parede.
-Bem... Irei subir. -Indagou minha noiva.
A batida das sandálias leves na madeira da escada somada à felicidade de criança de Natasha me intrigou.
-Estarei aqui para o jantar. -Afaguei os cabelos de Nick, que parecia já ter cansado de tocar.
-Tudo bem. -Foi o que ouvi de resposta.
Subi às escadas. A família Bolt ficará na recepção, juntamente com minha prima. Andei por todo o corredor rústico e bati na porta de Natasha.
-Nicole?
-Sou eu. Arthur.
-Só um minuto. -A porta foi aberta. -Entre! -Ela sentou-se à beira da cama e então me fitou.
-Como foi o passeio?
-Foi normal. Só sutileza. -Cruzou os braços. -Mas... Você já fez essa pergunta assim que cheguei.
-Sim. Não quero que saiam sem avisar. Às vezes vocês esquecem de tudo que já se fora.
-Eu não estava nem há cinco minutos daqui, Arthur. -Ela arfou. -E Pietro é de confiança.
-E como você sabe? -Não, porque até onde sei, você o conheceu hoje.
-Arthur? -Ela chamou. Me virei para a janela. Que por sinal tinha uma vista linda da noite.
-Sim?
-Está tudo bem. Não se preocupe. -Suas mãos passaram em minha costa.
-Estaremos esperando você para o jantar. -Avisei. Logo depois, retirei-me à deixando atrás da porta.
Eu estava irritado, Natasha tem pleno conhecimento do quanto uma falha, um descuido, pode ser fatal, e no entanto, finge ser qualquer pessoa, um cidadão qualquer.
Banhei para aliviar a tensão. A água era fria, aliás, fria era a única opção em bali. -Sorri.
Sai do banheiro e procurei um remédio para a dor de cabeça, que já havia dobrado de intensidade. Eu estava extremamente fadigado.
O sol já estava se pondo. Olhei por entre a janela, as ondas que vinham e quebravam muito antes de tocar a areia. O copo com água estava em minhas mãos. A vista do sol em tons de laranjas sumindo, parecia entrar no mar.
Eu esperava que o remédio fizesse efeito. Mesmo que o mínimo. Tenho dores de cabeças sempre que me irrito com algo. Isso é herança. -Tomei o que restou da água e deixei o copo na mesinha. Bati a porta. Sacudi o que restava de água em meu cabelo e me dirigi à recepção. Pietro e sua família já estavam.
-Boa noite!
-Boa noite, majestade. -Ouvi em uníssono.
-Onde está Nick?
-Acabará de subir. -Bolt respondeu.
-Posso? -Perguntei para irmã de Pietro, que logo afastou para que eu sentasse ao seu lado no sofá.
-Como é no palácio? -Ela sorriu.
-É lindo. Mas não quanto sua casa. -Toquei em sua bochecha. Seus cabelos eram loiros, o loiro natural de praia, e seus olhos azuis. Ela usava um vestido de tecido fininho e estampado.
-Posso ir lá?
-Filha? Isso não é educado de sua parte. Não podemos se oferecer para visitar a casa das pessoas. -A senhora Bolt repreendeu.
-Sim, você pode. -Pisquei para a criança, que retribuiu com um sorriso largo.
-Onde está Natasha? -Foi a primeira vez que o filho de Bolt se dirigiu a mim.
-Está no quarto.
-Estou aqui. -Natasha sorriu para Pietro, mal havia decido da escada.
-Como está? -Foi o que ele completou, assim que minha noiva se aproximou de o resto de nós.
-Boa noite! -Sorriu. -Estou bem. -Outro sorriso.
Com tanto trabalho no continente, eu não me daria ao luxo de se irritar com os sorrisos entre Natasha e Pietro.
-Sente-se! -O jovem convidou. Natasha sentou-se no outro sofá com o rapaz. Senhor Bolt e sua esposa estavam atrás da bancada da recepção, e eu e minha pequena companhia estávamos no pequeno sofá cor Berge.
-Boa noite! -Nicole desceu.
-Ainda tem ritmo para mais algumas músicas, moça? -Sugeri.
Assim que pegou o violão, Nick nos ofereceu várias músicas, entre elas algumas de nossa infância.
Natasha e Pietro conversavam ao fundo, no outro sofá, apesar de... O clima com a música é sempre agradável, e a companhia de Ohana ao meu lado era doce.
O jantar ficou pronto. Fomos todos para à mesa.
-Me chame de Hana. -Foi a advertência da menina que se sentou novamente à meu lado.
-Como era Aliça? -Olhei para Hana rapidamente. Ela pegou-me totalmente desprevenido.
Olhei para todos em nossa volta. Ninguém havia escutado a pergunta. Melhor assim.
-Incrível. -Foi a resposta mais plausível que eu encontrará no momento.
-Ela é linda! -Os olhos de Hana brilharam. Sorri para ela.
-Sim Hana! Ela era.
-Ela também é uma princesa! -Abriu os braços. Imagino que ela estava imaginando o que acabará de dizer.
-Quem é uma princesa, Ohana? -A mãe da menina interrogou.
-Natasha. -Respondi antes que a menina pudesse falar.
-Isso foi uma observação ou um elogio? -Natasha sorriu.
-An? -A mocinha não entendeu a piada adulta.
-Não é nada. Você também é uma princesa.
-Aliça Hamkins? -Ela falou em alto e bom som. Encarando Natasha. Nicole olhou no ato para mim, tão rápido que presumo uma leitura de pensamentos. Natasha olhou para a menina, eu não falei nada em resposta, e não consegui ler nada na expressão dela.
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Império
RandomPara provar que sua classe social não conta o que o futuro lhe reserva. Em um século XX onde o mundo é dividido em quatro. O livro começa com a morte do rei, deixando o país e todo povo em estado de choque, mas nada comparado com o estado de Arthur...