A fuga de Mary

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    _ Olha o avião! Ióóóóó!!!
    Henrique abria os braços e esticava as pernas nos ombros de Jorge, e Mary observava maravilhada.  Aquela cena lembrava ela com o pai... A sombra que passou pelos olhos de Mary foi dissipada pela voz de Mara:
    _ Cesta de suprimentos chegando, chefe! Hora do rango! Nada de doces, lobinhos... Escoteiro bom é aquele que come frutas!
    Mara acomodou a cesta ao centro da sala e o cheiro das frutas madurinhas invadiu o ambiente. Henrique abriu uma banana e ficou fazendo gestos e soltando gritinhos:
    _ Ique ... Ique...Ique...Caco!
    Jorge entrou na brincadeira. Arqueou as pernas e os braços, andando como chimpanzé:
    _ Aaaaaa... De acampamento de escoteiros pra floresta de macacos! Tô dentro!!! Hu, hu, hu... Há, há, há... Macaco chefe carrega filhote pra grande chuva!
    Jorge pisca para Mara, levando Henrique ao banho.
    _ Me ajuda a desmontar a barraca, Mary?
    _ Mas claro, profe! Faz tempo que não dei tanta risada...
    As mãos ágeis de Mara desataram com facilidade os nós feitos na barraca de lençóis.
    _ Amanhã cedinho precisamos trabalhar. Caso ninguém venha buscar você, você pode passar a noite conosco. Deixamos recado com nosso endereço na caixa de correspondência da sua casa.
    _ Ninguém vai notar que eu não tô em casa. Eu tô proibida de comer com a família. O Léo...
    Mary ia falar que apenas Léo levaria as refeições para ela, mas limitou-se a olhar as marcas de queimaduras de cigarro nas palmas das mãos e calou-se. Mara notou sua reação ao falar daquele menino.
    _ Venha, amada... Vamos conversar?
    Mara estendeu as mãos para Mary, que hesitou por um momento. A menina, ainda acanhada, decidiu encaixar suas mãos nas mãos confiáveis da professora.
    _ Eu quero ser sua melhor amiga, Mary! Notei que estas marcas, as tranças cortadas e esse rostinho triste têm algo a ver com o Léo. Errei?
    Mary sentiu as lágrimas subirem aos olhos... Abraçou Mara e o choro desabafador apenas confirmou as suspeitas de Mara.
    _ Eu estou com você, amada... Não vou permitir que nada mais de ruim aconteça com você. E Deus vai me ajudar, eu confio em Deus!
    Ao ouvir essas palavras, Mary lembrou-se da confiança que sentira pela manhã, ao conversar com Deus.
    _ Professora... É difícil falar...
    Mara enxugou as faces de Mary.
    _ Se você não conseguir falar agora, não vou te pressionar, meu bem. Fale quando conseguir... Só quero que você fique bem.
    Mary respirou fundo:
    _ É que o Léo...
    Precisamente no momento em que Mary iria abrir seu coração para a professora Mara, alguém bate à porta. Irene e Valderez entram feito dois furacões,  bufando:
    _ Alguém nessa casa sabe me explicar onde tá minha filha? Isso é sequestro! Vou processar vocês!
    Mara nem teve tempo de respirar, tampouco responder... As acusações seguiam uma após outra. Nesse momento, Irene viu Jorge voltando do banho do pequeno Henrique, segurando o filho no colo. A mulher, com uma fúria irracional, arregalou os olhos e apontou, os dedos tremendo ao despejar desaforos ao casal:
    _ Ahhhh, então isso é tráfico de crianças?! Vocês vão apodrecer na cadeia!!! Vem, Mary!!!
    _ Não!!!
    _ Não??? Tu tá acreditando nesses raptores? Olha essa criança de cor no colo desse homem, isso já diz tudo!!!
    _ Mãããe!!! Nãão!!! Essa é minha professora! O Léo sumiu da escola e ela me levou até em casa, mas não tinha ninguém! Aí ela me trouxe em segurança pra cá...
    _ Professora? Minha filha na casa de uma professora?
    Irene se voltou para Mara. A professora, se sentindo ofendida, rebateu: 
    _ E qual é o problema de eu ser uma professora? Qualquer profissional, para se formar, precisa de professores! Eu valorizo a minha profissão!
    _ Ahhhh, mas professores são pobres que ensinam guris ranhentos e gurias sebosas o ABC! Não servem pra mais nada!
    _ Olha, minha senhora... Se algum dia a senhora ou seu marido ficarem doentes, precisarão de um médico, que passou pelas mãos de um professor para se formar! E se algum dia sofrerem algum processo judicial, serão defendidos por um advogado, que, para ser advogado, terá passado também pelas mãos de um professor!
    Valderez bufou, irônico:
    _ O que sabe sobre nossa vida? Quem vai sofrer processo? Com certeza não seremos nós, nossos processos costumam terminar queimados!
    O tom ameaçador de Valderez fez Jorge abraçar o filho com mais força. Henrique começou a chorar, chamando a atenção de Irene.
    _ Mary, você não viu que eles roubam crianças?! Olha a cor desse guri! E olha a cor desses dois!
    Mara estava incrédula com o rumo que aquela conversa estava tomando.
    _ Ele é nosso filho sim, senhora! É nosso filho adotivo!
    _ E como provam isso? Vamos, Mary... Já pra casa! Pra mim, esse casal não presta! E olhem pras mãos desse homem... Parece um mendigo, todo sujo! - Irene fez uma cara de desdém ao ver as manchas de graxa nas unhas de Jorge. - Parece até que esse cidadão vira as latas de lixo pra dar de comer à família!
    Jorge, com o pequeno Henrique no colo, abraçou sua esposa banhada em lágrimas, e sussurrou-lhe algo no ouvido.
    _ Mas não podem dizer isso! Somos gente honrada! O Henrique é nosso filho adotivo porque eu não posso ter filhos!
    _ Honrada?! Descabelada assim? Rá, teu cabelo nunca visitou um salão! Tu, nem gente tu não é... Eu sim, sou uma dama! Ando frequentando os melhores salões de beleza!
    Mara olhou bem para a mulher à sua frente e não sabia mais se ria ou chorava pela situação; mesmo humilhada, a professora percebeu que Irene mal conseguia equilibrar-se sobre os sapatos de salto alto... Sem levar em conta o escabroso vocabulário que exalava da boca dela. A mulher, ainda exaltada, continuava:
    _ E outra, sua pobretona! Eu sim, sou fértil! Já tive um guri... Uma cria do diabo que desandou com o pai dele, e tenho a Mary, mesmo que agora ela pareça mais um guri, com essa botina e esse boné... Depois deles ainda tive um engano, mas me livrei dele antes de nascer... Agora aqui tem outro, a caminho! - Irene apontou para a própria barriga. - Não sou seca e xoxa que nem tu! Não preciso criar filho dos outros, os outros é que podem criar os meus!
    Mara e o marido estavam embasbacados diante de tamanha asneira falada por Irene. Jorge tapava os ouvidos do pequeno Henrique, temendo que o filho ficasse traumatizado.
      Mara não se conteve ao lembrar das marcas das mãos de Mary.
    _ Pois eu ficaria feliz em cuidar dela, pois vejo que é uma menina especial e sinto que ela precisa de cuidados, proteção e carinho!
    _ Sou EU que decido quem vai cuidar dela! Mas tu? Nunquinha! Tem cara de traficante de crianças,  daqui a pouco vai vender minha filha lá pra Europa e ganhar uma fortuna... Nada feito! Se alguém vai ficar rica, esse alguém sou eu!
    Mara desistiu de argumentar; a decepção transparecia nitidamente em seu rosto.
    _ Vamos, Mary! O Léo vai cuidar melhor de ti que essazinha aí!
    Mara olhou chocada para Mary... Já não sabia o que pensar, pois sentia que,  mais uma vez, Mary amanheceria machucada, de alguma forma. Irene puxou a filha pelas mãos...
    _ Vamos, sua coisinha feia! Vai direto pro teu quarto, de castigo!
    Dentro do carro, Valderez se manifestou:
    _Temos que manter as rédeas curtas com essa guria! Vou falar com o Leodoro pra dar um jeito de manter ela na chincha!
    Mary cobriu a boca com a mão para não rir, pois não imaginara que o nome de Léo fosse Leodoro...
    _ Pensei que o nome do Léo fosse Leonardo...
    _ Eu gostaria que tivesse sido Leonardo, mas a minha mãe cismou que tinha que ser Leodoro, só porque na sua adolescência ela tinha se apaixonado por um rapaz chamado Leodoro.
    Irene acende um cigarro, fazendo longas tragadas...
    _ Não deveria fumar tanto. Vai fazer mal pro nenê...
    _ Sempre fumei e nunca fez mal! Não é agora que vai fazer...
    O silêncio até foi parceiro de Mary, após ouvir tanta asneira e xingamento... Ela gostava do silêncio. Observava as luzes da iluminação noturna da cidade. Notou que lá não era possível ver tão bem as estrelas como na casa onde morava com o pai e Miguel. Do seu quarto, na casa de Valderez, alguns galhos retorcidos do jardim impediam-na de ver as estrelas...
    _ Pronto, fujona! Agora, pro teu quarto! Amanhã o Léo vai te levar café no quarto! Ainda tá de castigo!
    _ Mas eu não fugi! Foi o Léo que fugiu da escola! Ele me deixou lá...
    _ Como ousa acusar meu filho, guria? O Léo não costuma gazear aula! Ele só tem notas boas!
    Mary quase deixou escapar que o"santo Léo" falsificou a assinatura do pai para esconder a nota vermelha, porém, a preocupação com o fato de Léo ter permissão para circular livremente em seu quarto, a fez calar-se... Ainda mais, após a série de abusos que ele cometera... A voz de Irene parecia um trovão ecoando nos ouvidos de Mary:
    _ Não esquece, guria! Só do quarto pra escola, e da escola pro quarto!
    Mary não entendia porque a mãe insistia na proximidade de Léo com ela... Arriscou pedir, timidamente:
    _ Não posso fazer minhas refeições na cozinha? Assim, Léo não precisa levar pra mim... Não quero dar trabalho...
    _ Não é trabalho nenhum, princesinha! Ou devo te chamar de soldadinho?
    Mary sentiu um sobressalto ao ouvir a voz de Léo no corredor.
    _ Eu vou amar cuidar da minha irmãzinha... Posso até dizer que será o maior prazer pra mim! Amanhã de manhã cedinho, vou acampar no teu quarto!
    A risadinha irônica de Léo a fez sentir que tinha que tomar uma decisão, e rapidamente... Adentrou ao quarto, girou a chave, jogou a mochila sobre a cama, retirou todo material escolar, colocando no seu interior apenas roupas, um par de sapatos, escova de dentes e um pente... Agora, com o cabelo curto, dispensaria o uso de escova...
    _ Deus... Sei que o Sr está sempre comigo... Me ajude a sair daqui...
    O olhar de Mary fixou os galhos retorcidos próximos à sua janela. Conferiu cuidadosamente o conteúdo da mochila e seu olhar parou sobre o pequeno livro sagrado sobre o travesseiro...
    _ Deus... Teu Livro Sagrado será meu guia... Tua palavra será minha inspiração e meu consolo... Permita que eu nunca esqueça de agradecer pelo teu amor...
    O sentimento que sentia ao conversar com Deus era inexplicável. A água do chuveiro só reforçava a fé de que tudo daria certo, que seu tormento seria amenizado... Enquanto se vestia, observava pela última vez seus pertences que ficariam ali...
    _ Vou levar apenas essa mochila e minha fé em meu Senhor...E vou vencer!
    Calçou as botinas e pôs o boné... Uma última olhada no espelho...
    _ De longe, não dá pra ver se sou menino ou menina... Perfeito!
    Mochila nos ombros... Parou por um instante para ouvir se estava tudo em silêncio... Subiu cuidadosamente no primeiro galho retorcido, perto da janela... Silenciosamente, desceu pelo tronco da árvore, destravou o portão e chegou à rua deserta...  Aquele lugar não a assustava tanto quanto o seu quarto.
    _ Deus... Obrigada por estar sempre comigo!!! Agora, permita que minhas pernas me levem até bem longe daqui!  
    Não tão longe dali, Francisco se retorcia embaixo do cobertor...
    _ Nãããão!!! Maryyyy! Um sapo enorme tá levando a Mary!!! Nãããão!!!
    Teresinha abraçou o filho:
    _ Sapos não levam crianças, meu filho!
    _ Eu vi, mãe! Eu senti a Mary ir embora! Foi aquele sapo grandão que levou ela! Eu sei!
    _ Esquece esse sonho,  meu anjo! Tu já sonhou isso antes e não aconteceu nada! Ela tá bem...
    _ Eu vi as marcas nas mãos dela, mãe! O sapo grandão cortou as tranças da Mary, queimou as mãos dela, e tá levando ela pra longe daqui! Eu vi!!!
    Francisco chorava copiosamente. Teresinha já não sabia o que falar, nem o que fazer...
    _Mãe... No outro sonho, tinha dois sapos, que tavam levando o mano e a Mary... Nesse sonho era só um sapo, maior ainda... Isso quer dizer que o perigo é maior que antes...
    Teresinha olhou os olhos de Francisco e sentiu que algo de real realmente tinha naquele sonho...
    _ Vamos, meu guri! Vamos orar, e pedir a Deus nunca abandonar Mary. E vamos confiar em Deus, pois quem tem Deus tem tudo...
    Teresinha e Francisco, ali mesmo, abraçados, ergueram os olhos em oração. Ambos sentiam que, à medida que sua oração chegava a Deus, a proteção dEle cobria o coração de Mary ...
    A menina andava com passos rápidos calçada afora... Sentiu de repente uma força e confiança incríveis, tanto no pensamento como nas pernas. Sabia que tinha que chegar a algum lugar, antes que amanhecesse... Só não sabia onde...
    _ Deus, ilumina os passos dos meus pés e do meu coração! Que eu nunca pise em ninguém, nem meu coração nunca faça alguém sofrer como o Léo me...
    Mary parou de repente, pois se encontrava em um lugar totalmente estranho... Suas pernas, já cansadas, pediam para parar... Um portão enorme, mas sem travas estava à sua frente... Não conseguia ver o que tinha do outro lado do portão, mas algo fez Mary abri-lo lentamente... A paz que emanava daquele lugar parecia convidá-la a entrar... As folhas de plátano que cobriam o chão e o cheiro das folhas de cipreste lembraram-na das noites frias que dormira no mato com Miguel e a mãe... Ergueu os olhos ao céu...
    _ Agora eu entendi, meu Deus! Aquelas noites frias que passamos no mato com a mamãe me ensinaram que um dia eu teria que dormir de novo em cima das folhas e embaixo das estrelas... E que nem sempre uma cama quentinha e um prato cheio de comida boa é sinal de felicidade...
   
   
                         *

    Claudio não se conformava...
    _ Foi culpa minha! Eu não devia ter deixado a Lenir montar o Canela em meio ao movimento... Ele é manso, mas o balão que estourou assustou-o... Ainda bem que ela não ficou no hospital...
   _ O Dr fez exames pra saber se tá tudo bem com ela?
    _ Sim. A princípio tá tudo bem... Mas ele não descarta a possibilidade de, mais tarde, na idade madura dela, surgir algum problema decorrente à queda. Ele aconselhou  Lenir a praticar algum tipo de esporte, ou de dança... Diz o Dr que isso ativa tanto a memória quanto os músculos e tendões...
    _ Ótima ideia! Eu também já havia conversado com o Miguel sobre ele entrar em um CTG, porque sei que a dança é como se fosse um exercício físico e psicológico...
    _ Pois então, vamos conversar com as gurias, pra ver se elas aceitam o convite! Vou colocar as duas pra dançar... Essas prendas vão longe...
    _ Eu vou ter o maior orgulho de ver essa gurizada num CTG! Eu tentei levar o Miguel uma vez, mas ele precisaria de um par para entrar nas aulas de dança. Como a Irene levou a Mary, ele ficou sem par...
    Claudio ergueu as sobrancelhas...
    _ Mas então, vai faltar um guri pras manas entrarem as duas... Só temos o Miguel...
    _ Ahhhhhh, isso não é problema! Um de nós se passa por guri e entra com a Lenice, que é mais"fortinha"...
    A gargalhada foi geral... Arnaldo ficou sério de repente:
    _ Nossa! Nós quase esquecemos! Hoje é dia do Juvenal ganhar alta no hospital... Vamos?
    _ É pra já, meu guri! Só vou avisar a Tina que vamos ter um hóspede por alguns dias... Aí ela deixa tudo pronto... Em meia hora estaremos no hospital!
    _ Eu e o Miguel também podemos dar guarida ao Juvenal enquanto ele estiver fazendo as sessões de fisioterapia...
    _ Outra coisa! No final de semana vamos até Caxias, buscar a dona Teresinha e os guris... Vamos fazer a diferença pra essa família ser feliz!
    _ É isso aí, Claudio! É esse o caminho da felicidade... É fazendo alguém feliz que merecemos nossa felicidade!
    Claudio e Arnaldo encontraram o maior alvoroço no hospital...
    _ Aqui, quem voz fala é Juvenal Neves, da Rádio Colher de Sopa de Canoas... Ajude a fazer a melhor programação da cidade! Liga pro ...
    A enfermeira interveio:
    _ Nada disso, Sr Juvenal! Não pode pedir pra ligar para o hospital de novo... Os pacientes precisam de silêncio!
    _ Nós vamos levar esse fanático por rádio para nossa casa... Lá ele pode treinar até que vai ser um profissional dos microfones!
    _ E vou ser, pode apostar! Eu vou correr atrás de um curso de radialismo, que se chama"Comunicação Social"... Eu já me informei... Antes, na boleia do meu caminhão, eu nunca pensei em continuar estudando...
    Claudio e Arnaldo  entreolharam-se...
    _ Mas aaaaa, Juvenal!!!
    A enfermeira interveio à conversa:
    _ Mas por hora o senhor vai deixar esse povo do hospital com os ouvidos em paz... O senhor retorna apenas para as sessões de fisioterapia... E quando a prótese da sua perna estiver pronta, poderá sair até pedalando por aí.
    _ Pois eu vou pedalar daqui a Caxias, porque eu tô com uma saudade da minha patroa e do meu piá... O outro piazito nem conheço ainda, porque não deixam crianças entrar no hospital pra fazer visitas!
    Claudio adiantou-se:
    _ Calma, homem! Devagar... No final de semana eu e o Arnaldo vamos te levar a Caxias, pra ver teus piazitos e tua patroa! E se a dona Teresinha quiser, no outro final de semana a gente busca ela pra nos visitar...
    Arnaldo entrou na conversa:
    _ Semana que vem o Miguel vai fazer 12 anos... Vou fazer um churrasco, e faço questão da visita de todos, inclusive da tua família!
    _ Agora sim, minha vida vai voltar pros eixos! E tudo graças a Deus, que colocou pessoas tão boas como vocês no meu caminho...
    _ Pois é, amigo! Como diz o Miguel, "Deus não te quis como anjo"... Ainda...
    A gargalhada de Juvenal fez a enfermeira fazer um gesto já conhecido por ele... De silêncio... Os três homens e a enfermeira entreolharam-se... Mas a risadinha silenciosa e os olhos brilhando de felicidade diziam tudo!
   

   

   
 
   

 
   

   

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