💍 Capítulo 4 💍

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SONG MINGI

Mingi passou o trajeto inteiro de olho em Yunho. Observava calado o rapaz que mexia nos dedos das mãos de uma maneira ansiosa ao seu lado, e que em nenhum momento decidiu falar sobre o que tinha acontecido. Sabia o quão a abordagem da mulher havia assustado Yunho. A fala trêmula ao pedir para que fossem para casa foi o suficiente para entender que a situação havia mexido com ele mais do que pensou que mexeria. Sentiu em seu coração um incômodo no qual ainda não sabia explicar, talvez a sensação de impotência estivesse lhe deixando maluco. Sabia que deveria ter cuidado dele, pois havia prometido para si mesmo que protegeria com unhas e dentes aquele no qual lhe abriu os olhos para a vida. Sabia bem como era passar por aquela bagunça, e desesperadamente queria deixar Yunho longe dela.

— Porra, que frio do caralho. — resmungou assim que girou a chave pela fechadura do apartamento, abrindo a porta o suficiente para deixar Yunho entrar na frente, e entrou logo após, já trancando a porta por dentro.

— Eu estou c-congelando. — ouviu Yunho bater o queixo e o viu se encolher quando ele se sentou no sofá. Mingi largou as sacolas no espaço livre do móvel e assim que ficou com as mãos desocupadas, já pegou o controle do aquecedor, ligando o aparelho para esquentar o apartamento.

— Eu falei pra usar dois sweaters, mas o senhor é teimoso, hm? — chamou atenção de Yunho. — Espere pra tirar o casaco pra você ir esquentando aos poucos. Não quero que fique doente. — pediu, esfregando uma mão na outra, tentando esquentá-las.

— Você é pior que meu pai às vezes! — ouviu Yunho reclamar e logo olhou pra ele, rindo baixo.

— Estou cuidando de você! Não reclame! — tirou a bota dos pés, deixando ela no canto da sala em cima de um tapete para em seguida ir até Yunho e se abaixar na frente dele, desamarrando os laços do coturno preto que ele calçava nos pés.

— Eu não estava esperando uma chuva de neve! — ouviu Yunho resmungar baixo e então riu no mesmo tom.

— Eu também não! Mas eu sabia que lá fora estava frio, mais do que aqui dentro. Achei que era óbvio pra você. — disse, esfregando as mãos rapidamente pelas pernas dele, tentando esquentá-lo. — Me dê suas mãos. — esticou as palmas na direção dele, e então juntou as mãos dele com as suas, esfregando-as rapidamente, sentindo elas ficarem mais quentes com o atrito. — Melhor? — perguntou, vendo Yunho assentir devagar, e continuou esfregando as mãos alheias por mais uns segundos, até parar.

Devagar segurou os dedos do acastanhado, ouvindo ele dar um suspiro baixo quando que de forma calma levou uma das mãos para perto dos lábios, depositando pequenos beijos.

— Quer falar sobre o que aconteceu hoje? — perguntou com um certo cuidado por não saber como Yunho reagiria. Ainda segurando as mãos alheias, apoiou o queixo nelas enquanto olhava para ele, o vendo desviar o olhar para o chão enquanto suspirava de maneira pesada.

— Aquela mulher... ela estava na loja de roupas. — começou Yunho, um tempinho depois. — Na loja que compramos o vestido. — explicou, logo fazendo os pensamentos de Mingi irem para aquele momento, tendo breves recordações da situação descrita por ele, das mulheres perto da arara de vestido, e logo reconheceu a mulher envolvida na situação. — Ela estava justamente na frente da arara de vestidos, e eu falei com ela, pedi licença pra ela. Ela deve ter reconhecido a gente, a voz, ou sei lá.... e quando você entrou no café ela apareceu. Ela chamou meu nome, e na hora que me virei, ela percebeu que era mesmo eu.

— E aí ela veio pedir uma foto? — perguntou Mingi, voltando a colocar as mãos de Yunho perto dos lábios, vendo ele assentir com a cabeça. Suspirou pesadamente no mesmo instante, sentando no chão com as pernas cruzadas, ainda ficando de frente pro outro.

LOYALTY II - O passado fica para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora