LOYALTY II - O passado fica para trás

💍 Capítulo 50 💍

JEONG YUNHO

Yunho já estava de pé às sete da manhã. Não precisou nem de despertador, pois o ambiente estranho lhe fez despertar em um solavanco, como se seu corpo já sabia que estava em um lugar o qual não lhe pertencia.

As bolsas deixadas em seu quarto no início da noite passada, tinham tudo o que precisava. Roupas confortáveis e suas coisas de higiene. Não demorou muito para que, assim que despertou, fosse direto para o banheiro. Escovou os dentes, tomou um banho, vestiu uma calça jeans preta skinny e uma camisa social também da mesma cor. E assim que estava finalizando a leva de botões para que a camisa ficasse ajustada devidamente em seu corpo, sem revelar pele demais, e claro, para esconder o colar de ouro que naquele momento prendia à volta do pescoço.

Antes de enfiar o colar para dentro da camiseta, Yunho encarou o pingente preso no mesmo. Um suspirar profundo se desprendeu de seu peito quando voltou os olhos para a aliança de noivado enfeitada pela pedra de quartzo que nunca deixava de brilhar. Desde o dia que encerrou os planos de casamento com a Somi por telefone, não havia tido coragem de se desfazer daquele objeto, que mesmo minúsculo, sentia que aquele ainda merecia um lugar na sua vida, como se fosse um objeto de ressignificação. E foi exatamente o que estava fazendo, ou ao menos tentando fazer: ressignificar falas, momentos e coisas que um dia foram ligadas a Mingi, pois depois do 'nós', agora havia um único eu, que aprendeu a viver sem o outro, recalculando rota para que não mais caísse em seu próprio abismo que por dias demorou para sair. Não que estivesse sendo fácil estar pisando no mesmo lugar que Mingi depois de meses sem vê-lo, e não poderia negar o quão seu coração e mente ficaram mexidos depois da conversa que tiveram ontem, mas de forma alguma queria se deixar levar pelo momento de vulnerabilidade no qual estavam a passar. Ainda tinha muito a descobrir, já que sentia que Song não estava lhe contando toda a verdade, ou estava dando voltas imensas pra contar um ponto onde poderia muito bem ser direto.

Yunho sabia que era forte, sabia que aguentaria qualquer coisa que fosse dita pois havia passado por situações semelhantes, e se sentia magoado porque Mingi nunca o via como alguém forte, mas sim como alguém vulnerável que ele precisava proteger o tempo todo. Naquela altura do campeonato, depois de tudo o que passou e de muito esforço, entendia que nada daquilo era sua culpa, e já estava aos poucos assimilando, mas ao mesmo tempo estava um tanto resistente que nem Mingi tinha culpa de nada, mas sim que o único culpado por tudo aquilo era somente Kim Hongjoong.

Yunho, só depois daquela conversa com Song, havia entendido que era justamente aquela maldita terceira pessoa que estava plantando o caos e tirando sua paz, seu sossego e toda a tranquilidade da sua vida e da de Mingi.

Naquele momento, depois de uma noite bem dormida, estava mesmo tentando relaxar por saber que a polícia agora estava de verdade fazendo o trabalho que deveria estar sendo feito desde o começo, mas não queria depositar todas as suas esperanças ao dizer que passariam daquela situação difícil ilesos, pois quando visava dias melhores, tudo ficava um caos e no fim, acabava sempre magoado. Mesmo que muros haviam sido construídos à sua volta, por dentro torcia para que tudo finalmente acabasse. Não sabia se tudo voltaria como era antes, mas estaria preparado caso não voltasse.

Yunho só se sentia exausto de lutar contra algo que parecia ter vida própria, era como se sua vida tomasse cursos radicais demais quando tudo que desejava era descansar, mas se deu conta de que precisava ser forte por mais alguns dias, pelo menos até pegarem Kim Hongjoong.

Afastou os pensamentos quando terminou de ajeitar o colar dentro da camiseta, e então respirou profundamente, tentando se manter firme para mais uma dia. Assim que ficou pronto, toques foram ouvidos na porta do quarto, então Yunho imediatamente apagou as luzes do banheiro e caminhou em direção ao toque. Assim que abriu a porta, a figura de Arthur tomou seu campo de visão.