💍 Capítulo 35 💍

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N/A: Este capítulo contém descrição de violência doméstica e relacionamento tóxico, caso este tópico lhe seja sensível, indico que se dirija diretamente até a nota em itálico presente ao final. Caso você escolha prosseguir com a leitura, saiba que a ação é de sua total responsabilidade, pois você foi alertado.

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"E foi assim que saí em busca de um milagre

mas acabei me encontrando com o demônio."

Livro INDOMADA, escrito por Carina Rissi.

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SONG MINGI

Naquela manhã, já bem desperto, Song, enquanto encarava a parede do escritório, se deu conta o quão o silêncio daquela casa era ensurdecedor. Os olhos negros percorreram por cada canto daquele cômodo, desde as prateleiras recem colocadas, até todos os móveis postos em lugares previamente escolhidos. Os livros organizados por ordem alfabética em uma arrumação impecável, até os livros empilhados ao canto do cômodo faziam Song ter náuseas. De maneira desconfortável se remexeu na cadeira estofada, se apoiando no encosto ao mesmo tempo que soltava de maneira pesada o ar que guardava no peito. Sabia que a náusea não era pelo fato de tudo estar organizado, pois gostava de como tudo estava, mas o que de fato lhe incomodava era que cada canto daquela organização, tudo lembrava ele.

Até mesmo o tampo da mesa do escritório, agora limpo e organizado, lhe fazia lembrar. Não estava seguro na própria casa, pois na cozinha, lembrava dos momentos que faziam comida juntos. Na sala, lembrava das noites que ficavam abraçados enquanto viam TV. No quarto, lembrava das madrugadas que passaram acordados enquanto se perdiam um no outro, tanto fazendo amor quanto as conversas tolas e animadas que tinham por horas, que por muitas vezes nem viam o tempo passar. Se deu conta de que com ele perdia a noção do tempo, e sem ele, ficava completamente perdido, como se suas asas houvessem sido quebradas pela tempestade forte que ainda atravessava. Naquele momento sem Yunho ali, se sentia como não pertencesse a lugar algum, pois o lugar onde via como seu lar havia virado um inferno, e o mundo no qual habitava não mais lhe pertencia, pois não se deu conta que de maneira tão sutil, tudo em sua vida passou a pertencer a Kim Hongjoong.

— Hey! Bom dia, meu amor! Eu acordei e não senti você na nossa cama, o que já está fazendo em pé essa hora? — Hongjoong perguntou com a voz sonolenta assim que entrou no escritório de um jeito confortável demais para alguém que estava ali há poucas semanas. Mingi franziu o cenho assim que viu o rapaz se aproximar, e quando percebeu o que ele faria, rapidamente se levantou, impedindo que ele se sentasse em seu colo.

— Eu vou me arrumar. Preciso estar na livraria daqui a pouco. — disse secamente, tentando ignorar o outro, e virou os olhos em direção a parede, encarando o relógio do escritório, vendo que já eram sete horas da manhã.

— O que? Mingi, hoje é sábado! Você trabalhou a semana toda o dia inteiro, e ainda vai precisar ir no sábado? Quem o Yeosang pensa que é pra te explorar dessa forma? — Hongjoong perguntou, parecendo indignado.

— Ele não está me explorando, Hongjoong e eu já faltei demais pra conseguir satisfazer várias das suas regalias, se eu quiser ter dinheiro, eu preciso trabalhar. — disse ríspido. — Nós precisamos ajeitar uns documentos da livraria para pagarmos as contas e regularizar o que precisa. O final de semana é o único dia que podemos fazer isso com calma, já que temos atendimento o dia todo durante a semana. — explicou. — Agora vou me arrumar, preciso sair daqui a pouco. — repetiu, já se dirigindo para a porta do escritório, mas seus passos logo travaram pelo caminho assim que ouviu a voz.

LOYALTY II - O passado fica para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora