JEONG YUNHO
Yunho prendeu a respiração quando os seus olhos se cruzaram com um dos oficiais que naquele exato momento se colocava em posição, reconhecendo-o do casarão onde estava protegido. Discretamente puxou Hongjoong para o próprio peito, desejando que ele entendesse aquele movimento como um momento de afeto e não que na verdade estava querendo cobrir a visão do mesmo para que não visse que estava sendo cercado.
— Não fique assim, Kim! Você vai encontrar alguém que ame você reciprocamente e...
— Como você pode ser tão legal comigo, mesmo depois de tudo que eu fiz com você? — Yunho sentiu que Kim queria lhe soltar do abraço, mas rapidamente o prendeu com mais força, não querendo que ele visse os outros policiais que ainda se ajeitavam em suas posições. Yunho ficou surpreso pelo tanto de policiais que estava adentrando aquele parque e tomando seu campo de visão. Aquilo era mesmo necessário? Eles estavam mesmo querendo prender o rapaz que nesse momento soluçava contra seu peito?
— Porque eu sei que no fundo você não é uma pessoa ruim, Hongjoong. As pessoas que foram ruins com você de nunca te dizerem o que sentem de verdade por você. — disse. — Você só tentou revidar, mesmo que de forma errada e um tanto equivocada.
— Eu não odeio o Mingi por não me amar de volta, Yunho... e pra falar a verdade, eu não odeio você também. — Kim fungou e Yunho acariciou as costas do rapaz, surpreso com as palavras calmas do outro. — Acho que eu só tive e tenho inveja de ver o Mingi amar outra pessoa na mesma intensidade que eu amo ele e...
— Yunho! — E o grito que ecoou lá longe foi o suficiente pra fazer o coração de Jeong acelerar mais do que o carro mais rápido do mundo. E naquele segundo, tudo realmente passou a acontecer muito rápido. Todo seu plano havia, naquele segundo, ido por água abaixo.
Antes de se tocar do que estava acontecendo, Kim já estava lhe puxando de maneira brusca para lhe segurar pelo pescoço, mas em reflexo conseguiu passar por baixo do braço do rapaz e rapidamente sacou a arma que levava presa dentro do sobretudo. Mas viu que não havia sido rápido o suficiente quando viu Hongjoong também apontar uma arma em sua direção.
— Mingi, não se aproxime! — Yunho gritou tão alto que seu grito ecoou pelo parque agora vazio, ouvindo os passos de Mingi pararem no exato segundo que havia gritado. — Não chegue perto! — Yunho disse com a voz rouca, deixando a arma que segurava apontada para o peito de Kim.
— Yunho, pelo amor de Deus! O que pensa que está fazendo? — Mingi gritou.
— Fique quieto! — Yunho gritou de volta, e o medo que sentia se tornou em raiva quando ouviu a risada de Kim encoar.
— Como eu sou um idiota! — Kim deu risada, ajeitando a arma nas mãos. — Como eu pude acreditar que você viria em paz, em Yunho? — o rapaz franziu o cenho em desgosto, e Yunho engoliu em seco, negando com a cabeça rapidamente.
— Eu não armei isso, Hongjoong! Eu juro! Eu vim escondido deles, eu fugi, não sei como me acharam. — Yunho disse de maneira desesperada, querendo que Kim acreditasse nele. Realmente não estava mentindo, havia armado tudo sozinho, sem conhecimento prévio de ninguém, porque achou que conseguiria conversar com Kim e fazer ele parar com tudo aquilo. — Eu queria conversar com você, Hongjoong. Queria pessoalmente conversar com você, e dizer que te perdoo por tudo o que você fez. E também para implorar à você para que pare com a droga dessas loucura que você andou fazendo na porra desses ultimos meses!
Hongjoong deu uma risada amarga enquanto secava o próprio rosto com o antebraço, parecendo não se importar com nada que Yunho dizia.
— Conta outra, Yunho! Você estava com a porra da policia na sua cola e não me disse nada porque é um otário! — Kim gritou.
— Kim Hongjoong! Você está cercado! Abaixe sua arma imediatamente! — a voz de um dos policiais ecoou em um megafone e Yunho sentiu a ansiedade de apossar de seu corpo.
— Não atirem nele! — Yunho gritou em desespero, encarando Kim. — Eu não quero que ninguém se machuque! Ele só está se defendendo!
— Yunho! O que você está fazendo? — Yunho ouviu a voz desesperada de Mingi atrás de si.
— Calem a boca! — Yunho gritou em meio ao desespero enquanto sentia suas mãos tremerem ao mesmo tempo que tentava deixar a arma firme em seus dedos.
— Você precisa se render agora, Kim Hongjoong! Deixe o Yunho ir ou vamos atirar em você!
— Por favor, Hongjoong! Só se renda! Só se renda pra isso acabar de uma vez por todas! — Yunho implorou, fechando os olhos quando de repente um vento gelado se chocou contra seu rosto.
— Me render para eles me prenderem? — Kim gritou com raiva. — Você é mentiroso, Yunho! Me arrastou pra porra dessa emboscada!
— Eu não fiz nada, Kim! Eu não sabia que eles iriam aparecer! — Yunho gritou, sentindo seu rosto molhado pelas lágrimas que nem havia percebido cair. — Por favor, se renda! Vamos acabar com isso!
— Eu não vou me render, ainda mais pra você!!! Você é mentiroso, Yunho e quer saber? Eu realmente te odeio! — Kim gritou alto, movido pela raiva, e assim que o mesmo movimentou as mãos, um disparo ecoou pelo parque Doosan.
Os gritos das pessoas que estavam ao redor ecoaram, ao mesmo tempo que o grito das gralhas escondidas nas árvores alaranjadas pelo tempo se misturaram com o desespero de Yunho quando sentiu o seu corpo cair para trás. Não sentiu mais nada quando de repente tudo também ficou silencioso. Era como se estivesse em uma paz absurda, ao mesmo tempo que sentia seu corpo tremer, não sabendo se era de medo ou frio. De longe, ouvia os policiais gritarem enquanto vários deles avançavam contra o corpo de Kim.
Yunho demorou um pouco para entender que estava sendo carregado para longe daquela bagunça. Não conseguia tirar os olhos da algazarra que havia se formado ao redor de Kim Hongjoong, pelo menos até uma fresta entre aquela bagunça se abrir e ver o sangue vermelho vivo se espalhar pelo chão. Em um reflexo apertou as próprias mãos, e então em sua direita sentiu a pressão de um objeto rígido, e quando olhou na direção do objeto, viu a arma que estava guardada em seu sobretudo. A arma estava engatilhada, e rapidamente voltou a olhar o corpo de Kim a menos de vinte passos de onde Mingi havia lhe deixado. Quando sentiu Song tirar a arma de sua mão, o ferro quente do cano da arma tocou seu pulso frio. A arma estava quente, como se tivesse acabado de disparar uma bala. E então Yunho olhou mais uma vez para o corpo de Kim caído no chão.
Havia acabado de se tornar o responsável pela morte de Kim Hongjoong.
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LOYALTY II - O passado fica para trás
FanficLivro 2 da saga Loyalty Meses após o escândalo de assumirem o relacionamento para a imprensa, todos os olhares estavam em Mingi e Yunho mais uma vez. Em uma nova fase de suas vidas, decidiram juntos esquecer o passado e superar cada momento doloro...