Capítulo 28

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          Sam


Era notório o meu gosto pela vida e minha atração por tudo o que era divertido; procurava sempre o melhor lado, e não era raro as vezes que transformava um drama em comédia.

Os laços de amizade da família Metherral e dos Holmes são de longa data, sendo os Holmes os melhores advogados do país, os quais só advogam para homens de renome. E, afinal, qual maior renome senão o dos Metherral?!

Foi em uma cerimônia do Taycoon Club (uma instituição frequentada pelo poderio local, onde você só entrava se pertencesse a ele) que conheci Dominic. Éramos pirralhos nessa época. Em um primeiro momento, nossos espíritos e idades discordaram, sendo ele quatro anos mais velho do que eu e muito mais sério. Porém, conforme o tempo passava e íamos crescendo, quando nos encontrávamos nessas eventualidades, começamos a estimar cada vez mais um ao outro (não sei explicar o porquê), no entanto, ainda não foi aí que a amizade se fortaleceu. Dominic terminava a primeira graduação enquanto eu findava o colegial.

Quis o acaso que fôssemos colegas de classe no bacharelado de direito, e foi dali para frente que os vínculos se estreitaram... muito provavelmente, o fato de sermos ambos filhos únicos, fez crescer essa amizade, tornando-nos o mais próximo de "irmãos de coração".

"Pelo menos da minha parte."

Enquanto eu analisava um novo processo no qual estava trabalhando, no escritório da corporação dos Holmes, o barulho do meu telefone me avisava da chegada de uma ligação. Desviei o olhar para o aparelho e Alícia era o nome que aparecia no visor, fazendo-me revirar os olhos e ignorá-lo de pronto.

Dominic, alertado por mim, havia se aprumado e já não procurava saber o que se passava com a "moça bonita".

Sorri, lembrando-me de como o amigo tornava sua face sisuda sempre que lhe dizia a verdade: que Elisa era linda. Para mim, era só isso e nada mais. Meus olhos derramados não se apegavam em uma única criatura fêmea formosa; e, menos ainda, quando se tratava de um afeto do "irmão"; o meu caráter não me permitia essa "desonestidade".

"Uma qualidade para se anotar no meu currículo extenso de virtudes."

Não o bastante, o telefone tocou continuamente. Novamente, olhei sem vontade para o objeto do meu incômodo e lá estava o nome do ser mais repugnante com o qual eu já tratei. O telefone não cessou e, para acabar com a amofinação, resolvi atendê-lo.

— Já lhe disse que não preciso mais do seu serviço. Nada do que tu digas me prestará. Adeus!

— Espere, não desligue! Tudo que eu lhe contei sobre Elisa até os dias de hoje não valem tanto quanto o que tenho agora.

— Uma pena que tal revelação se tardou a este ponto. Não quero mais saber...

— Ela está grávida!

Impossível Para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora