Capítulo 91

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Foi ela quem se moveu primeiro, deixando-me muito surpreendido quando o beijo ardente e sedento veio de súbito. Senti todo o meu sangue esquentar nas minhas veias; fiquei louco; e, tendo a segurado daquela maneira, achei que deveria segurá-la mais. Com um movimento rápido, deixei que as minhas mãos subissem por baixo da saia curta, apertando com força as amplas curvas do seu quadril.

Elisa, com o rosto abrasado de desejo, arfou, e, de olhos fechados, arqueou as costas jogando a cabeça para trás. Eu vi os pelos do seu pescoço se eriçarem ao sentir o contato dos meus lábios nele.

— Sei que me queres como eu a quero. Não podes mais resistir a mim, Elisa.

De início, ela não se mexeu, mas, logo depois, seus olhos entreabriram-se, observando-me fixamente. De repente, pôs-se a beijar-me outra vez. Nossos lábios se moviam, partilhando da mesma voragem e furor, consumidos pelo fogo selvagem da paixão que a água gelada que batia na nossa pele não era capaz de desfazer.

Involuntariamente, as minhas vistas desceram; via-lhe os seios que a cada movimento avolumavam-se tentadoramente mais para cima, como se quisessem saltar sobre o tecido, oferecendo-se agora, quase que por inteiro, ao meu olhar. Ao vê-los assim, acabei puxando-os com a boca, descobrindo-os completamente. Beijei-os, a princípio, respeitosamente, deliciando-me com a beleza que mais me apetecia nela; depois, os devorei com movimentos constantes e variados, provocando nela suspiros de deleite para cada uma das minhas ações.

Carreguei-a para uma posição segura na base de um rochedo, e Elisa se deixou ficar deitada de costas com as pernas ligeiramente abertas. Por um instante, observei-lhe com uma admiração muda, e, depois, debrucei-me sobre ela, beijando-lhe o corpo enquanto a despia. Nessa ocupação, ela ofegava de inquietação quando a minha boca, muito devagar, chegava bem perto de onde eu queria, para, então, demorar-me nas curvas mais quentes e sensíveis do seu corpo.

Em certa altura, ela estava nua, e eu também; contudo, já a querendo tanto, não pude mais me conter; rodei o seu corpo para colocá-la em cima de mim. Com os nossos corpos unidos, mordisquei seu lábio inferior e suguei-lhe a língua num beijo cheio de delícias, possuindo-a com desespero, numa tempestade de calor luxurioso que era intensificado pelo amor que eu lhe tinha.

Ficamos sentados em uma rocha à beira do lago; Elisa estava à minha frente; vestia apenas a minha camisa, estando completamente nua por baixo. Suas pernas estavam dobradas com os joelhos para cima, enquanto eu, descalço, usando calção de banho e peito nu, a abraçava pelas costas.

A voz de Elisa, que parecia vir de muito longe, falava do lugar... das árvores... do efeito do sol no movimento das águas e etc. Eu, com meus olhos fechados, mantinha uma das mãos por baixo da camisa, acariciando delicadamente um dos seus seios; e, com a outra mão, percorria muito lentamente a pele macia da sua cintura, passando pelas linhas generosas do seu quadril até as lindas pernas torneadas, procurando sempre e amorosamente beijar-lhe os cabelos molhados, o pescoço, o perfil perfeito, inalando o seu perfume delicioso; vindo-me, então, o desejo incessante por ela, que aquelas poucas horas não foram capazes de satisfazer, querendo possui-la novamente, ali mesmo e naquele instante.

— Estás prestando atenção, Dominic?

Disse de repente, irritada, retirando-me do transe em que eu estava.

— Sim, estou. Certamente...

— Não creio que tenhas ouvido metade do que te disse. Sei muito bem como tu és.

— E como é que sou?

— Queres mesmo que eu te diga?

Ri em silêncio, e um meneio de cabeça negando foi a minha resposta ao olhar rápido de Elisa. Eu não quis estragar aquele momento.

Depois, tornou a me olhar e perguntou-me:

— Vens muito aqui?

— Não, meu amor, eu só estou aqui porque tu estás.

Seu corpo tremeu e ela se pôs de pé, e, de súbito, falou:

— Temos de ir, preciso ajudar D. Charlote com o almoço. Não é justo deixar que ela faça tudo sozinha.

Voltamos para casa, mas eu havia escolhido um caminho diferente, visando mostrar-lhe um pouco mais da propriedade. Elisa, encantada, apontava, indagava e sorria, demonstrando grande curiosidade em relação a tudo.

Passamos aquela tarde aproveitando a piscina, brincando e rindo com Benjamim, e, ao entardecer, em companhia de D. Charlote, caminhamos pelos jardins da parte sul da ilha.

" Devo dizer que toda aquela intimidade visível e recente encheu-me de uma alegria que eu nunca havia experimentado. Eu estava prestes a conseguir o que eu queria."

A lua já estava cheia no céu quando Elisa, com o coração dedicado, que fazia parte de sua natureza, balançava o bebê com uma canção de ninar, enquanto eu terminava de montar o berço portátil no quarto conjugado.

Depois dela tê-lo feito dormir e o colocado no berço, alcancei o seu braço quando ela passava perto da porta.

— Vem cá.

Ao dizer isso, a atraí para mais perto de mim, colando nossas bocas em um beijo interminável. Naquela noite fizemos amor repetidas vezes e, no dia seguinte, fizemos novamente ao acordar.

No andar de baixo, na sala de refeições, o café da manhã já nos esperava. Sentamos ao redor da mesa e Elisa pôs Benjamim no colo enquanto o alimentava. A conversa seguia um rumo trivial quando ela disse:

— Pois então... o que faremos hoje?

— Há muitas coisas para se fazer na ilha e fora dela.

— Fora da ilha?! O que seria?

— Há um parque... é um local muito agradável, tenho a certeza de que irias gostar...

Não terminei a frase, entretanto, era tarde demais, a idéia já estava longe.

— Estás me fazendo um convite?

Perguntou-me animadamente.

Senti-me frio e pus no pires a xícara de chá que ia levando à boca.

— Gostarias mesmo de ir?

Perguntei, tentando manter uma aparência externa de calma, e torcia verdadeiramente para que ela dissesse que não.

— Ainda perguntas?! É claro que sim.

Uma nuvem sombria passou-me nos olhos. Era incrível que, até aqui, tudo ocorrera sem as menores complicações, até que eu, que sempre fora tão prudente, cometesse um erro desses.

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⏰ Última atualização: Oct 24 ⏰

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