Capítulo 20

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— Oh! Filha minha... seu pai acordou se queixando de muitas dores no peito... foram feitos exames... repouso... o Dr. John disse... Sebastian está desenganado... tem poucos dias... não há ninguém que o ajude... o que será de nós Elisa?

As palavras de mamãe eram intercaladas com o seu choro, e eu achava força no íntimo para não desabar ali mesmo.

— Se acalme minha mãe, não perca as esperanças, eu lhe imploro.

Mamãe não me ouviu e se desesperou mais.

— Quem está lhe amparando?

— Harriet... está aqui.

Disse minha mãe, em um sussurro.

— Passe o telefone para ela, por favor.

Nos próximos segundos, a voz, que sempre foi alegre, estava abafada em um desalento.

— Elisa, minha menina, sou eu, Mariley. Sinto tanto por Sebastian... mas, tenhamos fé.

A senhora Harriet, a mais calma das duas, esclareceu-me o que mamãe não pôde me contar, dada a aflição.

Meu pai precisava da cirurgia imediatamente; corria risco de morte iminente... contava-me ela, incisiva, e lastimando agudamente.

Acabada a ligação, as lágrimas rolavam no meu rosto.

Foi assim que os meus dedos hesitantes digitaram a resposta que cessaria o meu sofrimento; não foi com cálculo que a decisão foi tomada, mas em meio a muita angústia e desespero; eu me entendia no dever com o meu pai, o homem bondoso que tudo fez por mim.

Eu aceito

Um tempo depois (não na pressa dos minutos em que se deu a resposta da outra vez), o telefone apitou com a chegada da mensagem.

Hoje à noite, às nove horas, um carro parará em frente à sua casa. Entre nele. Não se atrase. (Número Desconhecido)

Impossível Para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora