Elisa
Dominic falava-me com tal insolência e com o maior sangue-frio, como se tudo o que ele dissesse fosse uma lei a ser obedecida. Tal atitude só incitava, ainda mais, o sangue ferver nas minhas veias.
Eu saí de onde me encontrava, com pressa e nervosamente, não sabendo ao certo para onde estava indo. Eu tentava controlar a crescente raiva dentro de mim.
Cheguei a um cômodo que parecia um grande salão; meus os olhos nunca tinham visto nada parecido.
O assoalho de carvalho bem encerado brilhava por toda sua extensão; o teto era inclinado e de madeiras esculpidas; a mobília e os objetos ornamentais exalavam riqueza. Tudo aquilo parecia demonstrar o poder que Dominic possuía.
Do outro lado da sala havia uma ampla porta de vidro que ocupava toda a parede. Essa porta enchia o ambiente de luz e dava acesso a uma larga varanda, que se estendia de um lado ao outro do imóvel.
Ao me aproximar desta porta para olhar mais de perto, pude contemplar uma vista belíssima para atrás da casa: um jardim com um gramado espaçoso, cercado por diferentes flores e algumas árvores encantadoramente agrupadas, que sombreavam um calçamento de pedra.
"O céu daquele dia estava nublado, combinando perfeitamente com meu estado de espírito."
Permaneci ali por algum tempo; depois, segui caminhando pelo interior da casa. No corredor que levava aos quartos, decidi que entraria em cada um dos cômodos para olhá-los melhor; e a cada vez que abria uma porta, minha expressão de espanto só aumentava; tudo era tão esplendoroso.
Benjamim resmungou no meu colo reivindicando a amamentação. Procurei por um lugar confortável e, na varanda, encontrei uma cadeira de balanço. Perdida em pensamentos, deixei-me balançar naquela cadeira enquanto amamentava o meu bebê; e não faço idéia de por quanto tempo permaneci assim.
Era surpreendente a situação em que eu me achava: Dominic usava sempre (e sem nenhuma cerimônia) de ameaças para exercer sobre mim a sua tirania, deixando-me inteiramente à mercê das suas vontades.
Lembrei-me do quão irritada eu fiquei quando ele teve a audácia de tentar me beijar; isto era demais... me vi forçada a estancar a ousadia... lhe estapeei a face; seus lábios se apertaram e pude ver em sua fisionomia uma ligeira perturbação, mas, rapidamente, sua altivez o serenou.
Levantei-me e caminhei novamente pela casa até parar no quarto de Benjamim. O quarto era deslumbrante; todo ele em tons de azul e branco. Avistei um carrinho de bebê e, enquanto fazia o movimento para segurá-lo, olhei para o lado, me deparando com um pequeno espaço. Lá dentro, dependuradas nos cabides, as roupinhas de bebê estavam agrupadas por cor e tamanho — um modelo de organização.
As gavetas estavam cheias de utensílios de que um bebê poderia precisar; havia em todo o ambiente uma quantidade enorme de brinquedos; era, sem dúvida, um quarto que qualquer mãe gostaria de ter para seu filho.
Mais tarde, entrei em outro cômodo; me vi na cozinha, que parecia ter sido recentemente reformada. A despensa, apesar de estar bem suprida, não tinha nada que me apetecesse; eu não saberia dizer se este fato se deu por eu estar incrivelmente sem apetite naquele dia, ou por eu desconhecer boa parte do que encontrei ali.
Quando anoiteceu, fiz o que eu estava habituada a fazer: dei um banho em Benjamim usando uma pequena banheira que encontrei no quarto do bebê. Logo depois, fui para o quarto que Dominic me informara ser o meu.
Havia no aposento ao que me parecia ser (por seu tamanho) uma sala de banho. Busquei um local onde Benjamim, dentro do carrinho de bebê, não ficasse fora das minhas vistas.
O pensamento de Dominic chegando exatamente naquele momento e sendo petulante o suficiente para entrar no quarto, me perturbou, dado que não consegui encontrar a tranca em nenhuma das portas; mas corri o risco, não tive escolha, ansiava desesperadamente por um banho.
Depois, na imensa cama, organizei algumas almofadas em uma fileira, arranjando-as da melhor maneira para que meu corpo pudesse segurar Benjamim de um lado, e as almofadas do outro, evitando que o bebê rolasse e caísse.
A luz do abajur iluminava o quarto de forma fraca. Já estava dormindo quando acordei com um barulho na maçaneta da porta. Achei mesmo que estava tendo uma espécie de pesadelo quando a porta foi aberta e vi Dominic passar por ela.
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Impossível Para Mim
RomanceDominic Metherral sabe que seu único destino é assumir o império de sua família e está preparado para isso, só não contava que seu futuro perfeito seria ameaçado ao colocar seus olhos em Elisa Collier, uma bolsista da faculdade em que estuda, e é o...