Dominic
— O pai da tua Elisa vai mal, parece ter uma doença grave. Bem... foi isso o que Alícia me informou ontem, por mensagem.Dizia Holmes, enquanto caminhávamos distraidamente pelo campus.
Já havia notado que o rosto bonito de Elisa, por aqueles dias, andava triste e pensativo.
Sam continuou.
— É precisado de cirurgia, mas não tem os recursos necessários para lhe assegurar a saúde. Aguarda na fila esperando a caridade; porém, parece ser muito difícil... a espera é grande; e o dinheiro que o salvaria, este não possui o desafortunado.
Houve um silêncio.
— Me explique melhor.
Eu pedi, não por que não havia entendido, mas porque precisava assentar a idéia que me ocorreu.
— Foi o que eu disse: ele precisa de uma cirurgia... e a paga parece ser de um valor impossível para as posses dele. Um caso perdido; só lhe resta esperar... pelo pior, talvez.
Bruscamente, meus passos cessaram; e Sam olhava-me sem nada entender.
— Posso jogar aos pés de Elisa esse valor e muito mais.
Meu amigo sorriu, mas com um sorriso de desentendido. Entretanto, rapidamente, pareceu me compreender.
— Uma noite, um montante.
Disse-lhe eu.
— Pensas que ela concordaria?
Perguntou-me ele, com um tom de voz de descrença.
— Não tem escolha, se quiser o pai vivo. Além disso, esta é a oportunidade da qual eu preciso para acabar de uma vez com meu tormento. Mas, antes da proposta, quero vê-la mais de perto.
— Não achas um risco?
— Farei como você fez.
Sam riu até lhe soltar lágrimas dos olhos.
— Dominic Metherral não entra em filas!
Ele disse, ainda rindo.
— Não, não entra. É por isto que eu a odeio.
O estado do meu espírito era o oposto do amigo: o sangue me subia a face; eu estava trêmulo de raiva; era vergonhoso, uma afronta ao meu orgulho.
Na tarde deste dia, não era a do escritório prático, mesmo assim, conservei-me no prédio acadêmico.
"A empresa que esperasse! O que eu precisava mesmo era acabar logo com aquela situação."
Quando a vi no balcão da lanchonete, não tardei, e me apressei naquela direção, uma manobra planejada. O que eu não contava era com a perturbação que senti: demasiadamente nervoso, com as mãos suando frio e o coração disparado sem trégua no meu peito. Meus olhos, fixos em Elisa; esta, ainda mais bonita de perto do que de longe.
Pois bem, entrei na fila dos pedidos; três pessoas na minha frente e não demorou para tantas outras atrás de mim; os rostos alarmados e os burburinhos que se formaram por minha presença ali pareciam não afetar Elisa.
Ela estava abatida, agia como se nem ao menos estivesse naquele lugar; distraída, deixou cair, por duas vezes, um pacote no chão. Meus olhos queriam olhá-la a todo momento, embora, não pudesse fazê-lo; e os seus vagaram uma única vez na fila, mas não pareceu fitar em ninguém.
Irritado com sua indiferença, antes mesmo da minha vez chegar, decidi retirar-me dali. Vaguei sozinho naquela tarde, sentindo-me muito humilhado.
"Elisa nem ao menos deu por mim."
Pensava comigo mesmo. Não era acostumado a passar despercebido, e seu desinteresse trouxe em mim uma fúria descabida.
Na ocasião, mesmo em cóleras, não me deixei levar pela atenção não oferecida por uma inferior e, no outro dia, meticuloso, pedi a Holmes que me comprasse um telefone descartável. O amigo e cúmplice me fez o favor e, de noite, eu já tinha o telefone em mãos.
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Impossível Para Mim
RomanceDominic Metherral sabe que seu único destino é assumir o império de sua família e está preparado para isso, só não contava que seu futuro perfeito seria ameaçado ao colocar seus olhos em Elisa Collier, uma bolsista da faculdade em que estuda, e é o...