Elisa
Havia em mim uma vívida alegria pela notória convalescença de papai. O vigor lhe retornava conforme as semanas iam passando, melhorando de todo da doença que quase o levou.
Porém, o brilho dos meus olhos já não era o mesmo. Eu tive minha honra maculada, e ninguém o sabia se não eu e o desconhecido; e deste, só o nome — nada me garantia ser verdadeiro — eu sabia.
Minha vida em Lester estava arruinada... quem ousaria ter um futuro com alguém como eu?! Violei os bons costumes do condado... um desgosto.
Os dias de choro e terror pelo mal feito já haviam passado, mas a incerteza do posterior ainda me preocupava.
"Um segredo que eu estava convicta em não revelar pelo resto de minha vida, não fosse pelo destino, este que brincava comigo."
O relógio na parede da lanchonete já apontava para o fim do expediente e, em cima da mesinha, eu recolhia a bolsa onde eu guardava meus poucos pertences. Dirigi meus passos à porta onde continha uma plaquinha azul, escrito com letras brancas, "Administração" — era a sala da D. Rose; bati na porta e esperei a licença concedida para entrar.
— Entre!
A voz doce autorizava a minha entrada. Assim eu fiz, encontrando a gentil senhora sentada atrás de uma mesa de madeira, rabiscando alguns papéis.
— Vim lhe avisar que a hora já é avançada. Peço permissão para ir para casa, se a senhora não precisar mais de mim, é claro.
Os olhos, que estavam concentrados no que escrevia, voltaram-se para mim por cima de seus óculos de grau.
— Pode ir, querida; daqui a pouco, eu também irei.
Neste momento, caiu-me um grande mal-estar; meus olhos turvaram... ainda tentei me segurar na maçaneta da porta, sem êxito, meu corpo esmoreceu e, ao longe, escutei um roçar de cadeira no chão, e nada mais.Pouco a pouco, despertei com as pálpebras mais pesadas do que o habitual.
— Elisa, que bom que você acordou!
O rosto conhecido de D. Rose trouxe um pouco de paz à minha confusão. Ela segurava firmemente minhas mãos.
Olhei calmamente a minha volta, deparando-me com um ambiente desconhecido por mim; simples era a mobília do lugar, sem nenhum adorno; e, as paredes, alvas como a neve.A porta se abriu, atraindo para ela o meu olhar, e, por ali, passou um sujeito de boa presença, vestido de branco, com seu instrumento de trabalho, que lhe contornava o pescoço — um estetoscópio cromado.
— Vejo que estás melhor.
Disse o homem, aproximando-se da maca onde eu estava deitada, examinando-me os olhos.
— O que aconteceu comigo?
Balbuciei, sentindo-me um pouco fraca.
— Sou o doutor George.
Ele se apresentou. Depois, olhou para baixo, mirando o prontuário que carregava em sua mão.
— Não deves se preocupar, tudo não passou de um susto. Devo lhe esclarecer que é um susto comum em seu estado... seu filho está bem, em perfeitas condições...
Sobressaltei-me na mesma hora, cortando sua fala.
— Espere! Deve ser um engano, eu não tenho um filho!
O médico olhou-me fixamente e, serenamente, perguntou-me:— Você não sabe?!
— Desculpe, eu não entendo o que estás me dizendo.
Os olhos do médico procuraram os da D. Rose, questionando-a... e, com um falso sorriso, ele disse o que mudaria minha vida para sempre.
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Impossível Para Mim
RomanceDominic Metherral sabe que seu único destino é assumir o império de sua família e está preparado para isso, só não contava que seu futuro perfeito seria ameaçado ao colocar seus olhos em Elisa Collier, uma bolsista da faculdade em que estuda, e é o...