Quando cheguei à praia e meus pés alcançaram a maciez daquela areia, respirei profundamente o cheiro de liberdade que a brisa marítima me proporcionava; cheguei mesmo a fechar os olhos, sentindo o gosto de sal que a aragem sudoeste trazia consigo, esquecendo-me, por um breve instante, da amofinação que estava em meu espírito.
— Olha, Elisa, aquelas são as pedras de Sean Marino! Do outro lado fica a parte mais rasa; é um pouco deserta; não é muito atrativa pela distância, porém, é igualmente bonita como a deste lado.
Abri os olhos, prestando atenção na parte que me interessou: deserta...
— Gostou do presente?
De súbito, ela me perguntou.
— Sim, bonito, obrigada.
Limitei as palavras pois estava muito aborrecida com seu comportamento.
Dentro da festa fui apresentada a alguns de seus amigos. No entanto, a cada pronúncia que eu fazia, eu era prontamente ignorada; um comportamento muito desdenhoso por parte deles. É claro que, rapidamente, aquela situação me abateu.
E foi assim que, sentada na areia da praia, fiquei completamente deslocada, observando os outros dançarem e beberem. Desgostosa, também vi Alícia agarrada àquele mesmo rapaz, a uma certa distância, à minha frente. Em sua mão, um copo cheio de vinho e, no ritmo daquela estranha música, eles dançavam rindo.
Aquele cheiro forte de bebida alcoólica enjoava-me. O som era alto demais e fazia uma zoeira em meus ouvidos.
Lá ficou Alícia um bom tempo. Depois, virou seu rosto na minha direção, deitou sobre mim um olhar repreensivo e se aproximou querendo saber que razão tinha eu para estar assim tão séria.
— Aqui não lhe faltará diversão. Se esforce um pouco, Elisa!
Do que ela estava falando?! Aquilo tudo constrangia-me tanto... e, para mim, ali não havia divertimento algum.
Meus olhos estavam em brasa; mesmo assim, nada lhe falei.
Em seguida, foi para longe com o rapaz, andando conforme o êxtase da bebida e da melodia lhes conduziam.
Tendo sido deixada sozinha em meio a toda aquela perturbação, meu coração deu um aperto imposto por essa desastrosa situação.
Embaraçada, e, como último e único recurso, meus pés fugiram para um lugar mais afastado, onde meus pobres ouvidos não pudessem escutar todo aquele barulho.
Procurei por um bom lugar e não precisei olhar muito longe para avistar, plantada naquela areia branquíssima, uma vistosa casuarina. Sentei-me à sua sombra. A luz do sol, que se escondia entre as nuvens, deixava o dia muito mais agradável. Puxei um livro da pequena bolsa que eu carregava e não tardei a folheá-lo.
Poucas páginas lidas e meus olhos foram atraídos para o mar, que se perdia naquele horizonte. Não era justo comigo mesma ter de vir tão próximo a ele e não senti-lo em minha pele. Guardando o livro, levantei-me, e, antes de ir, voltei brevemente meu rosto para o lado, espiando a "festinha". Era tudo excessivamente impróprio: eles dançavam colados e embriagados; incluindo Alícia, que de mim já havia se esquecido.
Caminhando mansinho, fui em direção às pedras de Sean Marino sem achar tão distante como ela tinha me dito. Escalei, atenciosamente, a elevação das pedras, não vendo absurdamente difícil tal tarefa. Entretanto, eu estava gestante e todo cuidado ainda assim seria pouco.
Do outro lado não havia ninguém e a paisagem era de uma beleza estonteante. As águas, um pouco mais brandas devido ao quebra-mar, pareciam me convidar a conhecê-las. Ansiosa, tirei minhas roupas de pano gasto, dando lugar aos novos trajes de banho que eu usava por baixo.
Pois bem, coloquei os pés adiante para encontrar-me com o mar que me chamava. Estava radiante, em expectativa pelos poucos passos que me separavam daquele oceano quando, inesperadamente, fui puxada em um aperto forte para trás.
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Impossível Para Mim
RomanceDominic Metherral sabe que seu único destino é assumir o império de sua família e está preparado para isso, só não contava que seu futuro perfeito seria ameaçado ao colocar seus olhos em Elisa Collier, uma bolsista da faculdade em que estuda, e é o...