Capítulo 62

433 70 31
                                    


Dominic


Atravessando o portão, conduzi o carro até me aproximar da casa, que não era grande; na verdade, era muito menor do que eu gostaria; entretanto, tinha todo o conforto e mimos modernos.

Os olhos de Elisa, pela janela lateral do carro, fitavam a fachada da casa de campo, enquanto eu ainda estacionava a caminhonete.

— Bem, chegamos. Deixe-me abrir a porta para ti.

Saí do carro e prontamente segui para auxiliá-la.

Do lado de fora, nada se ouvia senão o som dos pássaros e o barulho das copas das árvores se mexendo. Perguntava-me como eu conseguiria viver em um lugar tão longe de tudo como aquele. O que quero dizer é que sempre fui acostumado com a agitação da cidade, e isso era o que mais me agradava, mas aquele mundo novo e desconhecido me parecia irreal.

"E é assim que tem sido quando acordo e penso que tudo não passou de um sonho até voltar à casa de campo."

— Podes me dar o bebê. Se quiseres, posso levá-lo.

Disse-lhe eu assim que abri a porta, me aproximando para ajudá-la a se levantar.

No entanto, Elisa, assim que saiu do carro, sustentando firmemente Benjamim em seus braços, começou a andar, agindo como se eu não estivesse ali.

Bati a porta do carro e fui atrás dela, que subia os degraus da entrada da casa, se dirigindo à porta principal.

— Espero que gostes.

Falei-lhe quando a alcancei.

Elisa não ligou para o que eu lhe dissera, mantendo o seu olhar à sua frente.

A porta logo foi aberta por mim; dei a passagem para ela entrar, fechando-a em seguida. Eu estava em um misto de euforia e preocupação. Já havia estado ali antes e cuidei pessoalmente para que tudo fosse do meu gosto; com a ajuda de Sam, é claro, que me trazia os catálogos dos decoradores para que eu escolhesse entre as opções.

Levei também para casa de campo alguns dos meus pertences. Pensei em tudo para convencê-la de que eu residia ali.

Elisa correu os olhos pela sala. Embora continuasse calada, o brilho vindo dos seus olhos fizeram-me saber que o local a agradou.

— Bem, vou te mostrar a casa.

Seguiu-me bem devagar, sem disfarçar o pouco empenho que estava fazendo.

Fui abrindo as portas dos quartos para que ela os visse.

— Este é de Benjamim.

Elisa entrou no quarto e, enquanto andava, examinava atenciosamente toda a mobília.

— É lindo.

Disse ela, mais para si do que para mim.

— Incumbi alguns profissionais para decorar a casa quando a comprei, e, recentemente, fiz o mesmo com este quarto.

Expliquei, enquanto, encostado ao portal, eu não fazia outra coisa a não ser observá-la.

Meus olhos estavam em seu rosto e dali foram para o contorno do seu corpo; depois, voltaram outra vez para o seu rosto quando ela, com uma maneira tão encantadora, lançou para trás seus longos cabelos que lhe caíam no rosto. Esse efeito foi sobre mim tão grande que quase perdi a respiração.

Céus, como é bonita!

Era tão estranho o fato de estar ali tão perto dela... de que eu conviveria com ela... não sei explicar a emoção que sentia.

Minutos depois, andávamos pelo corredor e mostrei-lhe onde seria o seu quarto (na verdade, era o nosso, mas não lhe disse naquele momento).

— Há ainda outros quartos, mas terás tempo para vê-los depois.

Elisa ficou pensativa, apertando os lábios e franzindo a testa. O que se passou depois foi rápido como o pensamento: com uma expressão feroz, ela avançou em minha direção.

Impossível Para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora