No final das aulas ainda me conservava na sala, postergando, a todo custo, a minha saída. Sentia-me muito humilhada, pensando em como eu poderia olhar para quem me estendeu a mão, ofertando-me o meu emprego. Pois bem, enquanto respirava pausadamente, tentando me aquietar, percebi que todos os alunos já haviam ido...menos um.
— Como vai você?
Perguntou-me Alícia, que já não se demonstrava mais tão amiga quanto antes, mas, ainda assim, de vez em quando, exprimia a mim algum ato de amizade.
"Pois, só depois, entendi que as migalhas de atenção que me oferecia eram, na verdade, em benefício próprio."
Entretanto, infelizmente, a situação me fez confidenciar-lhe o meu fado. Como resposta à sua pergunta, o meu pranto veio, e veio com força... minhas pernas tremeram, e fui amparada pelos seus braços. Alguns minutos passaram e, quando fiquei mais calma, ela apontou para a cadeira mais próxima de onde estávamos.
— Sente-se aqui.
Fiz o que ela me pediu. Alícia abriu sua bolsa e tirou dali um pequeno lenço de papel.
— Aqui está.
Entregou-me o lenço com o qual enxuguei as lágrimas que escorreriam pela minha face.
— Choras pelo teu pai?
Perguntou.
Neguei, sem falar.
"Houve um pouco de estranheza da minha parte pois, mesmo ela sabendo da terrível e dolorosa situação de saúde em que papai havia estado, nunca se interessou em me perguntar sobre ele."
— O que é então?
Pus as mãos no ventre esperando que entendesse, em gestos, o que não pude lhe explicar em palavras. Suas mãos foram à sua boca e, quando abaixou, vi um lampejo de um sorriso, mas que rapidamente se apagou.
— Estás à espera de um filho?! É isto o que entendi?!
— Sim, estou... um pouco mais de seis semanas; o doutor me assegurou.
— Oh, eu não sabia que possuías um afeto!
O choro veio, novamente, pela sentença.
— Mas o que é isto, Elisa?! Ora, isso é coisa para lágrimas?!
Alícia, que estava sentada, levantou-se e veio ter comigo, segurando em minhas mãos.
— Não me esclareças, teu sofrimento diz tudo: não queres a criança.
Mirei-a com meus olhos cerrados e, já caladas as emoções, consegui lhe dizer:
— Eu a quero sim... ela é minha. Mas as circunstâncias não são favoráveis.
— E o pai, quem é? Eu o conheço? Certamente que não, se for daquele fim de...
Ela estancou o discurso, mostrando-me uma expressão de inquietação no rosto.
— Daquele lado de onde tu vieste? Qual é mesmo o nome?
— Lester.
— É de Lester? Ou é daqui da faculdade?
Não lhe respondi. O que pensaria de mim ela (e qualquer outro) se soubesse a verdade? Tornar-me-ia uma suspeita aos seus olhos; uma aventureira que se sujeitou a uma situação ultrajante... ainda que para conseguir um bem maior. Como poderia dizer-lhe que, do pai da criança, eu só sabia o nome? E que eu nem estava certa de ser verdadeiro? Saí de lá às pressas, escutando-a ainda a me chamar.
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Impossível Para Mim
RomantizmDominic Metherral sabe que seu único destino é assumir o império de sua família e está preparado para isso, só não contava que seu futuro perfeito seria ameaçado ao colocar seus olhos em Elisa Collier, uma bolsista da faculdade em que estuda, e é o...