Capítulo 3 - Inseguranças

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Quatro dias depois:

ESMERALDA DEL CASTRO

A Viviane me entrega o uniforme. Coloco e percebo que ele ficou um pouco apertado e ligeiramente curto, mordo meu lábio inferior vendo minha imagem no espelho.

-A antiga empregada era mais magra, inclusive, já pensou em perde um pouco de peso? - me pergunta e sinto as palavras sumirem.

-Como?- é a única coisa que consigo dizer.

-Emagrecer querida, iria te fazer bem, enfim, esse uniforme tem que servir, o seu chega provavelmente daqui a 5 dias.- diz e sai me deixando sozinha no quarto.

Olho minha imagem, sou ciente que estou em excesso de peso, tudo em mim é em excesso, meus seios, meus quadris, minha bunda, coxas... suspiro e me sento na cama, e sinto o uniforme apertar cada parte de mim.
Nunca me dei muito bem com a balança, e consequentemente com o meu corpo, minhas inseguranças com ele é gritante, e esse é um dos grandes motivos para eu evitar namoros, e por ainda ser virgem.
Não é fácil ouvir esse tipo de comentário, mas talvez ela esteja certa. Suspiro. Não é hora e nem lugar para ficar deprimida Esmeralda! Há muito trabalho a se fazer.

∞∞∞

HADES AMBROGETTI

Observo a forma que a Shantal brinca com a Diana, e sinto um bolo na garganta. Diana, e meus sobrinhos são como a imagem viva da Sofia para mim, sempre que estou com eles eu sinto como se estivesse com ela, a pureza de seu olhar, o som da risada inocente.

-Tio Hades.- me chama Diana assim que me ver e vem correndo até mim, me ajoelho e recebo um abraço apertado. -O senhor vai na minha apresentação na segunda?- pergunta pela milésima vez.

-Não perderia por nada. -- digo e beijo sua testa.

A apresentação em questão é do dia das crianças, meus sobrinhos também estarão na peça, vai ser um grande evento, e tudo me leva até a Sofia, se eu pudesse eu não iria a essa apresentação, mas como negar um pedido da Diana? Ou dos meus sobrinhos?
Toda vez que venho ver a Diana, eu me questiono se faço bem a ela fazendo isso, não sei como um cara quebrado como eu pode garantir alguma segurança ou sentimento bom a uma pesoinha tão pequena, mas tão esperta.

- Tio? O senhor ficou sério. - diz com a testa enrugada.

-Não foi nada, o tio só veio te dar um beijo, preciso ir.

-Mas não vamos nem brincar? - questiona fazendo um biquinho fofo, sorriu de lado.

-Desculpe querida, o tio vem outro dia.- eu apenas preciso sair daqui. Dou um beijo em sua testa e saiu sem nem mesmo falar com a Shantal.

Ao mesmo tempo que me sinto bem com ela, eu também me sinto mal, sinto como se meu vazio interior ao mesmo tempo que se enchesse, se esvaziasse, não sei explicar, mas eu sinto, e é muitas vezes agoniante.

∞∞∞

Chego na casa da mamma, que aliás virou minha também, tenho passado mais tempo aqui, do que no meu apartamento, com a morte da Sofia eu fiquei dias em meu apartamento, até que minha mamma junto com meus irmãos me arrastaram de lá, e voltei pra casa da mamma, desde então permaneci aqui, e as vezes quando quero mais privacidade vou para lá.

Ja estava indo para a empresa quando percebi que tinha esquecido ums pápeis importantes em casa.
Vou até o escritório, assim que abro a porta sinto um cheiro familiar, e o engraçado é que nem preciso buscar muito na memória para saber de quem é esse perfume.
Esmeralda, seu perfume ficou quase que impregnado em meu carro, a observo ela está de costas e tenta pegar uma taça que está fora de seu alcance devido sua estatura.
É até engraçado, sorriu de lado e desço meu olhar pelo seu corpo, a mulher está em um maldito uniforme que abraça todo seu corpo, todas suas curvas, e cazzo é como uma paisagem que eu poderia ficar horas a observar! Fico mais alguns segundos admirando, quando finjo uma tosse que é o clássico desses momentos, ela se assusta, e arregala os olhos quando me ver.

HADES - Atração Perigosa (LIVRO III) Onde histórias criam vida. Descubra agora