Capítulo 21 - Criança

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 ESMERALDA DEL CASTRO

Após olhar alguns segundos para ela de maneira curiosa, abro os fechos os olhos duas vezes, e a garotinha me olha confusa. Ela parece irreal!

-Você é real?- pergunto e ela ri de lado.

-Sou sim, quem é você?

-Sou alguém que não deveria estar aqui. - respondo tentando não chorar.

-Te trouxeram a força?

-Sim, e eu não sei o que fazer.

-Eu sei como é, também estou aqui sem querer. - diz e se ajeita, parece deitar no chão, consigo ver melhor seu rosto, ela tem cabelo bem pretinho que estão em duas maria chiquinha.

-Te sequestraram? - questiono com o coração na mão pela carinha que ela faz.

-Sim, me tiraram do meu babbo. - responde com a voz chorosa.

-Eu sinto muito pequena. - digo com a voz embargada e uma vontade de abraça-la toma conta de mim.

-A mulher que cuida de mim diz que é minha mamma, mas eu não sei se é verdade. - diz pensativa.

-Ela cuida bem de você?

-Sim, ela fica me abraçando e beijando o tempo todo se eu deixar, ela brinca comigo, me da presentes, mas as vezes fala umas coisas que acho estranho.

-Como o que?

-Que ninguém vai me tirar dela, fico até assustada com a cara que ela faz.

-Porque tem dúvidas se ela é sua mamma? - ela da de ombros.

-Não sei, não lembro dela com meu babbo. Promete uma coisa pra mim? - diz colocando um sorriso esperançoso nos lábios.

-O que?

-Se conseguir escapar...me leva com você. - pede me olhando nos olhos, e por algum motivo acho esses olhos familiares.

-Acho difícil isso acontecer, mas se eu puder eu te levo garotinha. - digo com a voz embargada, ela sorri.

-Obrigada! Qual o seu nome?

-Esmeralda, e o seu? - pergunto e quando ela vai responder, é possivel ouvir alguém se aproximando, uma mulher.

Xxx: Vittoria! Vitto, onde você está?

-Tenho que ir, mas prometo voltar. - diz se levantando e volto a ficar sozinha.

Dio mio, quem serão essas pessoas que sequestram até crianças! É muito desumano. Imagina o desespero dos pais? Deve ser o mesmo da minha mamma agora. Me ajoelho e volto a orar a Deus.

◆◆◆

CAMILA FERRAGNI

Vou até o jardim, minha filha simplesmente sumiu! Não está em seu quarto, onde a tola babá deixou a porta aberta! Se algo tiver acontecido com ela, eu mato aquela imprestável.

- VITTORIA! - a chamo desesperada, e para minha alegria vejo ela correndo pelo jardim, respiro aliviada. Vou até ela que ignora minha presença. - Eu chamei por você! Porque não me respondeu? - ela para de correr e me olha com cara de paisagem.

- Eu já disse que esse não é meu nome! Por isso não respondo. - diz atrevida. Santo Cristo às vezes é difícil me controlar para não dar umas palmadas nela!

- Sou sua mamma, não me responda desse jeito atrevida.

- Então me chame pelo meu nome!

- Já chega! Eu faço tudo por você, eu morreria por você, não mereço ser tratada assim, sua insolente! - pego seu braço e a levo para dentro de casa, ela grita e se balança para que eu a solte, mas permaneço a segurando firmemente.

HADES - Atração Perigosa (LIVRO III) Onde histórias criam vida. Descubra agora