Saio de imediato do carro assim que ele para, olho descrente para a casa a minha frente, corro até a frente da casa, subo os degraus chegando a porta principal, tento derruba-la, mas falho miseravelmente.
Olho para minhas mãos e as vejo tremerem, elas nunca tremem. Olho em volta e sinto meus olhos lacrimejarem devido a fumaça.
-BABBO - ouço a voz da minha garotinha vindo de dentro da casa, coloco a mão na cabeça em desespero.
-SOFIA! EU ESTOU INDO. - grito em resposta, indo novamente de encontro a porta, chuto, esmurro, mas a porta não cede, pego minha arma e atiro na maçaneta, chuto a porta novamente. Sinto quando meus irmãos chegam e me ajudam. Com a porta agora caída olho em volta e a fumaça já tomou conta de todo lugar.
-FILHA- grito em busca de resposta, mas ninguém responde, ela não responde. - SOFIA. - desesperado a chamo, eu não posso perde-la, minha filha não! Ando mais um pouco e vejo o teto mais a frente ceder, está quase impossivel de respirar aqui dentro. Olho em volta, onde voce está filha?
-SOFIA - meus irmãos a chamam. Fico alerta quando Ramsés se ajoelha, ele está um pouco a minha frente.
-O que achou? - questiono num fio de voz. Ele se vira para mim chorando, e em seguida levanta o teddy, meus joelhos vacilam e caiu no chão. Esse é o ursinho preferido dela, mas atento vejo que perto de onde o urso estava tem muito sangue e mais a frente vejo um pezinho com sapatinho rosa. -NÃOOO. - grito e tento ficar de pé, mas o teto cede a nossa frente impedindo que eu vá até minha garotinha.
Me forço a levantar, faço menção de ir até ela, mas meus irmãos me impedem. -ME LARGUEM! É MINHA FILHA. - grito em agonia enquanto eles me arrastam para fora da casa, me levam para longe dela.
Caiu de joelhos quando eles me soltam, só deu tempo de sairmos e a casa desaba, meus olhos veem o exato momento, olho para minhas mãos e vejo o ursinho dela. Minha garotinha, minha menininha, minha vida... minha filha. Choro e sinto meu peito doer, uma dor da alma.
-AHHHHH - grito. Sinto braços ao meu redor, não reajo, deixo-me ser abraçado pela minha irmã.
◆◆◆
Horas depois os bombeiros apagaram o fogo, escuto eles falarem, mas ouço como se eles estivessem muito longe. Desvio o olhar deles, e vejo quando a perícia retira de dentro da casa um corpo pequeno com um sapatinho rosa. Sem nem mesmo notar já estou andando até eles, corro para alcança-los mais rápido.
-HADES.- Apolo me chama, ignoro. Chego diante do corpo e sinto a porra das minhas pernas falharem, o rosto está completamente desfigurado, com as mãos tremulas alcanço seu cabelo, era loirinho, sua pele era sedosa.
Essa não pode ser minha filha. Eles colocam o corpo no chão, me ajoelho e me debruço sobre ela.
-Minha filha.- digo em um sussurro, ela está irreconhecível. Tento toca-la, minha mão treme, coloco minha mão em seu bracinho, completamente queimado, não é mais uma pele macia. Olho sua mãozinho que adorava fazer carinho em meus cabelos. Ela não pode estar morta.
-Acorda.- digo me batendo, isso é um pesadelo.- Acorda.- digo batendo em minha cabeça.
-Pare, Hades.- diz Nefertari segurando meus braços e me força em olhar em seus olhos, ela também chora.- Ela se foi.- diz com a voz embargada do choro.
-Não, não, não.- digo balançando a cabeça negativamente.- NÃOO!
-E-Ela se foi.- diz e não aguento, coloca a cabeça em seu peito, ela me abraça, choro, choro, choro até me faltar lágrima.
◆◆◆
Olho mais uma vez para seu jazigo, Ana Sofia Manglioco Pierre.
"Você partiu e a saudade ficou para nos lembrar que as memórias e o amor nem a morte consegue roubar".
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HADES - Atração Perigosa (LIVRO III)
Romance↠Quadrilogia Ambrogetti - Máfia Italiana ↠Livro 3 - Atração Perigosa Hades Ambrogetti, ja fez coisas que o fez duvidar da sua humanidade, no sangue ja carrega um peso enorme por ser um Ambrogetti, sua família é conhecida a décadas no meio da máfia...