Capítulo 18 - Carona

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#Maratona 2/3

HADES AMBROGETTI

- Cuide de nossa filha seu maldito. - diz e sorri de lado.

Acordo em um solavanco. Sonhei com a Cassandra, eu nunca tinha sonhado com ela, nem quando me atormentava constantemente, e por mais estranho que isso possa soar, o sonho me acalmou, ela estava serena transmitia paz, mas foi só ela falar que reconheci um pouco da Cassandra que eu conhecia bem, muito bem.

Cuide de nossa filha. Foi o que ela disse, me pediu o impossível. É bem irônico, eu sonhar isso no dia do aniversário de sua morte, hoje faz 3 anos que perdi minha filha. Que fui incompetente e não a protegi, que traí a promessa que fiz a ela.

Ouço o barulho da chuva e percebo que um temporal se forma, e isso por algum motivo me faz pensar na Esmeralda, já deve está no horário dela. Será que já chegou? Ela vem geralmente de ônibus. Saio da cama e vou até o banheiro e tomo uma ducha rápida, depois escovo os dentes, me troco e saiu do quarto, percebo que o quarto ao lado a porta está entre aberta, consigo ver a Jolie que dorme tranquilamente com a mão na barriga. Mamma e sua mente aflorada achou uma ótima ideia colocá-la no quarto ao lado do meu, sei o que ela quer, mas também sei o que eu quero.

Balanço a cabeça negativamente, a casa esta silenciosa, e hoje é daqueles dias que não posso ficar aqui, que me afasto de todos, eu quase não suporto minha dor, e ver a dor nos olhares e feições dos meus irmãos ou da mamma, não consigo. Prefiro me isolar.

Desço as escadas e vejo mamma já de pé, conversando com as duas cozinheiras.

-Ciao amore mio. - está com os olhos brilhando, mas tenta mostrar um sorriso feliz, mas como sou bom observador, sei que é falso, não a culpo, ela está tentando.

-Ciao mamma. Acordou cedo. - digo e percebo que talvez Esmeralda não tenha chegado.

-Sim, não consegui dormir devido à chuva, aproveitei para falar com a Liv e a Vivian, infelizmente Esmeralda não chegou, e nem vai, coitadinha está presa em um trânsito horrível, e como hoje era apenas meio expediente pedi que assim que desse voltasse para casa. - diz e suspira.

-Está bem, tenham um bom dia. - digo dando um beijo na testa da mamma.

-Mas meu figlio, está chovendo muito, para onde vai?

-Não se preocupe, volto para o jantar. - digo e saiu, ela não questiona, sabe que não mudarei de ideia.

◆◆◆

Estou dirigindo meio que sem rumo, sei que devo ir até o cemitério, mas não consigo, só de pensar naquele caixão com seus restos, uma aflição corrói meu peito.

Paro no trânsito e espero o sinal abrir, na minha frente tem um ônibus, meus pensamentos acabam me levando até ela.

Ela está presa no trânsito, será que esta muito longe? Pego meu celular e vou à lista de contatos, e encontro o dela. Ligo, chama uma, duas e na terceira ela atende.

Alô? Quem é? - sua voz está um pouco abafada.

-Onde está seu ônibus? - é como se eu pudesse ver ela agora enrugando a testa e mordendo o lábio inferior, tentando entender minha ligação.

Hades? É você?

Sim, agora responda.

Como tem meu número? E desde quando o tem?

HADES - Atração Perigosa (LIVRO III) Onde histórias criam vida. Descubra agora